quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pelo Caminho...

(Garfield Pensador)

Olá!

Como o nosso blog diz respeito ao nosso cantinho, porque não darmos notícias, informações, momentos, enfim partilhar de mais perto o que por cá se passa, se sente...

Neste jornalzinho  começamos por dizer que o "nosso" João "de Barcelos", agora por terras de Moçambique, passou por momentos menos bons: febre, mal-estar. Vamos pensar nele?

Já agora, uma das "mães" com filhote em aventuras pela América do Sul, o João Miguel, com 3 amiguinhos, está preocupada, com o coraçao apertadinho.....

Aqui, no cantinho, neste espaço físico, inundações resolvidas, vamos dando as mãos a quem vier por bem. Anuncia-se uma 4ª. feira quente, com o tema "Adão e Eva, quem sois?" a ser debatido entre todos os participantes - participação livre - como foi acordado no dia 25. 

Vão dizer:
- Mas este é o horário do yoga.

- Sim, mas como o quorum anda disperso, vamos usufruir deste tempo, a pedido de alguns yoguis. As desculpas sentidas aos restantes.

Por agora, ficamos por aqui.

Jinhos fofinhos



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Alma...


(Foto: Joana)


"A nossa alma está ligada a todo o universo, ela vive e vibra com a Alma Cósmica, está em contacto com o mundo do Alto, isto é, o mundo das ideias, dos arquétipos, das leis, das forças. Quando meditamos sobre certas verdades que se encontram muito alto, no plano causal, produz-se em nós um movimento, desencadeia-se algo, e nesse momento pode aparecer uma forma na nossa consciência: uma imagem ou um símbolo geométrico.

É deste modo que se explicam as visões, as intuições, os sonhos premonitórios. Se tivéssemos de ser nós a procurar a correspondência exacta entre aquilo que vivemos e o mundo dos símbolos, não o conseguiríamos, pois existem milhares e milhares de símbolos, de imagens e de correspondências possíveis. Só a inteligência da natureza conhece esta afinidade entre as coisas e apresenta ao nosso espírito a figura que corresponde exatamente ao tema em que estamos focados."

 in
Omraam Mikhaël Aïvanhov
(31 Janeiro 1900, Serbtzi, Macedónia – 25 Dezembro 1986 em Fréjus, França) esoterista de origem búlgara na tradição judaico-cristã e universalista da Escola búlgara de Peter Deunov.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

(Foz do Douro em 20 Janeiro 2013)

“Olho por olho acaba por tornar o mundo inteiro cego”

in
Mahatma Ghandi
(Idealizador e fundador do atual Estado Indiano e grande defensor do princípio da não agressão e da resistência pacífica)

É certo que a expressão do “olho por olho e dente por dente” será uma das mais conhecidas e polémicas do Antigo Testamento. Talvez deixe de ser tão polémica se soubermos que na altura esta regra veio introduzir alguma justiça ao que vigorava anteriormente em que qualquer vingança normalmente era bastante selvagem e desproporcionada em relação ao delito que a desencadeou.

Mas porquê a existência desse sentimento considerado tão pouco nobre nos dias de hoje?
Talvez nos primórdios poderia ter cumprido a sua missão de tentar estabelecer um equilíbrio de limites e liberdades nas comunidades que se foram formando, mas nos dias de hoje é algo que se pode tornar perigoso e incontrolável como alerta Ghandi na sua mensagem, em que violência gera mais violência e que toda a gente em determinada altura cometerá algum tipo de ofensa a outrem.

Será a vingança tão necessária neste momento em que existem instituições com a função de manter o equilíbrio da vida em sociedade assim como a integridade do indivíduo, mesmo não sendo perfeitas? E qual o ganho resultante em pequenas vinganças relativas a ofensas menores como em amizades e relacionamentos em que tenhamos sido magoados de alguma maneira? Terá sido uma paz duradoura? Melhor auto-estima? Um ego(centrismo) restabelecido? Será que ao oferecermos a outra face não estaremos simplesmente a dar menos importância às coisas mundanas e passageiras e a concentrarmo-nos no que realmente importa da vida?

Para terminar deixo aqui a conclusão do psicólogo Ian McKee que afirma que as pessoas mais vingativas tendem a ser aquelas motivadas pelo poder, pela autoridade e pelo desejo de importância. Será que lá no fundo é alguma destas coisas que está por detrás daqueles nossos momentos de raiva? Ou será simplesmente o desejo pelo sentimento de justiça igual para todos?

André Silva

domingo, 20 de janeiro de 2013

Actividades em Fevereiro





2 de Fevereiro
-        14:30 – Encontro de Reiki:
o   Reciclagem do protocolo
o   Reiki em casal
o   Debate
o   Outros

09 de Fevereiro
-        14:30Meditação  seguida de
-       Apresentação e desenvolvimento do tema “Em busca do destino do homem” por Armando Guedes


16 e 17 de Fevereiro
-        10:00 – Seminário de Iniciação ao I Grau de Reki


22 de Fevereiro
-       19:00 – Aula do Curso de Iniciação ao Tarot – Grupo B


Extraordinariamente:
06 de Fevereiro – 19:00 – Debate do tema “Adão e Eva”
20 de Fevereiro -19:00 – Debate II do tema “Adão e Eva”

Actividades - Meditação



Um pedido de desculpas pelo adiamento - poderíamos dizer abrupto - da Meditação prevista para ontem. Este pedido é muito especialmente dirigido a Armando Guedes que preparara o tema.

O mau tempo passou mesmo por cá, com ventos muito fortes e chuva a potes (quase se poderia dizer no sentido literal da palavra). Foi sensato o adiamento e acredito que em consonância com a Vida.

A data prevista para a próxima meditação aparecerá nas Actividades, referentes a Fevereiro.

Bem-hajam!


(Imagem enviada por JFigueiredo)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013




"A lua está dentro de mim e também o sol. O tambor intocado da eternidade soou dentro de mim mas meus ouvidos surdos não o ouviram."

Kabir



(Enviado por Carlos Manuel)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013




Foi no mar que aprendi o gosto da forma bela
Ao olhar sem fim o sucessivo
Inchar e desabar da vaga
A bela curva luzidia do seu dorso
O longo espraiar das mãos de espuma

Por isso nos museus da Grécia antiga
Olhando estátuas frisos e colunas
Sempre me aclaro mais leve e mais viva
E respiro melhor como na praia

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, 
in O BÚZIO DE CÓS E OUTROS

POEMAS (Caminho, 1977)


(Enviado por J. Figueiredo)

domingo, 13 de janeiro de 2013

O Caminho da Montanha - 12 de Janeiro 2013




Hoje reunimo-nos para fazermos uma actualização das Actividades que normalmente decorrem n’O Caminho da Montanha. É comum acreditar-se que este espaço nasceu, em primeiro lugar, como centro de Reiki. Na verdade, como já foi afirmado várias vezes, este espaço não se abriu tendo como objectivo primeiro a terapia, pelo menos a do corpo físico.

(Convívio em Amarante - 2010)
Talvez seja megalómano ou utópico, como quiserem, o sonho ou sopro que gerou este Centro de Desenvolvimento Pessoal. O Espírito do Centro é força de Vida, Luz e Beleza no Caminho para o Amor. Este Amor não é o apregoado pelos quatro cantos e, actualmente, tão mal compreendido. É o Amor que implica um subir na Montanha, um morrer para a pessoa, para o Ego, um Amor sem fronteiras, sem limites, um Amor integrado, aceite e perfeitamente re-conhecido.  Somos Filhos da Luz, de Deus, por isso temos em nós a centelha de Fogo divino que no quotidiano esquecemos, ignoramos ou mesmo repudiamos. É deste re-conhecimento que necessitamos para nos constituirmos parte integrante da Humanidade Universal.

Falando do Reiki, a nossa abordagem não é terapêutica, pois esta implica a abordagem do momento difícil apenas como dor.
(Tomar com Dr. Jorge de Matos - 2011)
Como sabemos a doença física é, na maior dos casos, um reflexo do estado psicológico e espiritual da pessoa. É nosso objectivo alertar, formar e acompanhar cada Ser que nos chega. A dor, o sofrimento são luzes de alerta no painel de instrumentos que regula o corpo, é uma chamada de atenção a desvios, incompreensões, etc. Todos temos um “mecânico” dentro de nós, mas quantas vezes o ignoramos, desdenhamos. Nestas alturas precisamos de uma voz que oriente ou melhor, re-oriente. O Reiki, quando bem aplicado e compreendido, pode ser uma dessas vozes. O terapeuta poderá ser o veículo sonoro e energético. Claro que se o “paciente” tomar o Reiki apenas como terapia que cura, sem fazer todo o trabalho de re-conhecimento, de re-orientação interior voltará ao estado doloroso mais tarde ou mais cedo. Sim, o Reiki vai ajudar na “abertura espiritual” mesmo que inconscientemente. Todavia, se não houver uma continuidade na busca, uma tomada de consciência, um questionamento por parte do paciente o apelo a Algo, à chamada do Espírito, ir-se-á desvanecendo e a dor volta.
Tendo em consideração estes factos, será que o Centro é um Centro de Terapia Reiki, linear e básico? Não é o nosso objectivo.

(Regaleira com João Luís Susano- 2008)
Os seminários de Iniciação ao Reiki tentam ser uma amostra de formação nas leis básicas do “Quem somos?”

Seguindo a linha deste desenvolvimento pessoal, e apenas como referências orientativas, temos a meditação. Esta é mais um passo para o auto-conhecimento, o verdadeiro segredo. É claro que uma vez por mês não é de forma nenhuma suficiente, por isso dizemos que se trata apenas de uma referência orientativa: passagem de técnicas, debate de dúvidas e experiências, etc. O trabalho essencial é individual e deve ser feito por cada um, criando o seu espaço (físico ou não) de encontro conSIgo.

Tornou-se hábito, salutar diríamos, um de nós se voluntariar para o desenvolvimento de um tema que, eventualmente, poderá servir de base a um trabalho de reflexão mais aprofundado. Este desafio não deve constituir impedimento à presença. O desenvolvimento do tema deveria ser para pesquisa e reflexão pessoal, posteriormente partilhada. Não deve constituir motivo de preocupação maior, sentimentos de culpa por não se voluntariar e muito menos motivo de “ser o melhor, o maior”. O importante não é o que é dito, mas o que nos obrigou a reflectir, a crescer interiormente. A Meditação é momentos de procura de serenidade, paz e Encontro conSigo mesmo.
(Espinho -2008)
Outra das Actividades é o Hatha Yoga. Desde o início tem sido uma actividade com preço. Ao iniciarmos este ano de trabalho, Setembro, as regras tornaram-se diferentes. As razões: primeiro a possibilidade de um maior respeito pelo Espírito do Centro, e depois porque ninguém deve ser privado de algo que lhe é necessário - ou simplesmente porque é importante - porque não tem possibilidades financeiras. Assim, os custos são voluntários e à medida dos participantes. Não deverá haver julgamentos exteriores, mas que o “julgamento” se faça no íntimo de cada um. Não seremos nós, Centro, a avaliar. Os praticantes têm apenas um item a preencher: gostar de praticar.
(Porto - 2011)


Toda a aula de yoga roda à volta do respeito e amor pelo corpo. Todos temos limitações. Aceitá-las e mesmo amá-las é um dos objectivos. Os praticantes devem entrar em atitude introspecção, de observação pessoal e não dos movimentos, posturas ou atitudes de outrem.

A forma como praticamos esta disciplina não se destina apenas ao bem-estar físico. Algumas das nossas aulas são de “blá-blá”, ou seja de partilha pessoal, debate de ideias. Temos notado que se tornam importantes para alguns dos participantes – sem que exageremos, claro...

(Tomar com com Dr. Jorge de Matos - 2011)
As actividades focadas acima poderemos dizer que são habituais. Outras decorrem com menos assiduidade, como por exemplo as palestras, conferências, visitas, ateliers, etc. É nosso objectivo abrir esta paleta.

Como não temos qualquer orientação religiosa específica, abrimos ao estudo de todas as religiões, ou ausência delas, crenças (não confundir com crendices), filosofias, linhas de pensamento... Acima de tudo defendemos a Beleza da Vida.

Nesta linha, a Vida permitiu que usufruíssemos de mais um espaço, que estará aberto em breve para recebermos as visitas que vêm partilhar Caminho – por exemplo teremos a Sylvie e Remi Boyer para mais um seminário em Abril – ou que querem trabalhar connosco por uns dias.

Outro dos projectos que, esperamos, tomará vida muito em breve será a criação da nossa Editora. Destinar-se-á APENAS à publicação de obras essenciais ao Conhecimento e que ou não se encontram em português ou então estão fora de circulação. Serão edições restritas ao número de pedidos, sem criação de stocks.
(Regaleira com João Luís Susano - 2008)
Falando de livros, também é nosso desejo criar uma biblioteca destinada àqueles que não vêem com os olhos físicos ou aqueles que pretendem viajar ao som de uma obra: biblioteca áudio. Forçosamente haverá muito trabalho para nós, aqueles que têm aptidões pintar as palavras com sons: que a leitura não seja monótona mas colorida de entoações para que o auditor sinta prazer na “leitura”.

Ainda na área da partilha, vamos abordar um assunto desmaiado há uns tempos: o nosso blog. Este seria um espaço de participação, de abertura. Com pena constatamos que os textos participativos são muito poucos. Qual a razão? Não se sentirem à altura, não acreditarem que conseguem exprimir o fundo da alma ou simplesmente receio pela reacção (cruz no Não gosto)? Se algumas destas razões se encaixa, então vistam uma máscara: um pseudónimo para o texto enviado. Anónimos não serão publicados. A Vontade de cada um, o que cada Ser é deveria ser assumido, mesmo que a maioria não esteja de acordo. Vamos lá, vamos assumir que temos Beleza em nós!
(Atelier com Elisa - 2011)
Passando a outro item, igualmente importante: terminar uma tarefa que foi começada mas que ainda não encerrou: a nossa Feirinha do Desapego em favor do Rosto Solidário. Temos ainda artigos que estavam destinados para a venda em prol desta instituição e que continuam em nosso poder. Foram-nos doados com esse objectivo, por isso é esse o fim a que se destinam. De outra forma estaríamos em desrespeito com a Justiça. Desta forma, alguns de nós pensam já na planificação da “Feirinha da Primavera”. A colaboração e união de todos é vital.

(Atelier com Elisa - 2011)
Em relação às carências de outrem, um sonho antigo poderá tornar-se realidade, com o aumento do nosso espaço físico. Não vamos desenvolver muito este ponto, apenas levantar uma ponta do véu: o nosso serviço SOS à fome e carência reais, poderá tomar forma, em estado de serviço permanente. Poderemos alargar e colaborar com o nosso grupo de Amarante que também abrirá portas em breve.

Na busca da Beleza, também pretendemos abrir tardes para actividades como a leitura, artesanato, debate e outras que nos insuflarem neste sentido.

Finalmente, gostaríamos muito de neste 10 de Junho fazermos uma retrospectiva fotográfica. O desafio é uma Exposição de Fotografia do Tempo deste Centro, O Caminho da Montanha. Aceitamos?
(Caminho da Montanha - 2010)

Agradecemos a colaboração de cada um, sempre que seja no Espírito de Amor. Agradecemos os Encontros que nos têm permitido estar em comunhão e criar esta Egrégora maravilhosa de Luz.

A todos bem-hajam!



(Fotografias: algumas das muitas do nosso arquivo)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Saúde no dia a dia




Muitos de nós sentimos algum (s) deste(s) sintoma(s). Uma ajudinha para tentar colmatar:

1. DIFICULDADE EM PERDER PESO
O QUE FALTA: ácidos gordos essenciais e vitaminas.
ONDE OBTER: semente de linhaça, cenoura e salmão - fruta.

2. RETENÇÃO DE LÍQUIDOS
O QUE FALTA: na verdade trata-se de um desequilíbrio entre potássio, fósforo e sódio.
ONDE OBTER: água de coco, azeitona, pêssego, ameixa, figo, amêndoa, nozes, acelga, coentros, semente de linhaça.

3. DIFICULDADE EM RESISTIR AOS DOCES
O QUE FALTA: cromo.
ONDE OBTER: cereais integrais, nozes, centeio, banana, espinafre, cenoura.

4. CÂIMBRAS, DORES DE CABEÇA
O QUE FALTA: potássio e magnésio
ONDE OBTER: banana, cevada, milho, manga, pêssego, acerola, laranja e água.

5. DESCONFORTO INTESTINAL, GASES, INCHAÇO ABDOMINAL
O QUE FALTA: lactobacilos vivos
ONDE OBTER: coalhada, iogurte e similares.

6. DEGRADAÇÃO DA MEMÓRIA
O QUE FALTA: acetil colina, inositol.
ONDE OBTER: lecitina de soja, gema de ovo.

7. HIPOTIROIDISMO (PROVOCA GANHO DE PESO SEM CAUSA APARENTE)
 O QUE FALTA: iodo.
ONDE OBTER: algas marinhas, cenoura, óleo, pêra, ananás, peixes de água salgada e sal marinho.

8. CABELOS QUEBRADIÇOS E UNHAS FRACAS
O QUE FALTA: colagénio.
ONDE OBTER: peixes, ovos, carnes magras, gelatina.

9. FRAQUEZA, INDISPOSIÇÃO, MAL ESTAR
O QUE FALTA: vitaminas A, C, E e ferro.
ONDE OBTER: verduras, frutas, carnes magras.

10. COLESTEROL E TRIGLICÉRIDOS ALTOS
O QUE FALTA: ómega 3 e 6.
ONDE OBTER: sardinha, salmão, abacate, azeite

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

À procura de entendimento sobre “encarnação” no budismo... Parte II







O Ciclo do Karma e do Samsara… ou da reflexão e entendimento sobre alguns ensinos no budismo


Os Três Cestos e outras Escrituras Budistas

Como os ensinos atribuídos ao Buda foram transmitidos pela palavra oral… são muito diversos e profundos os ensinos escritos existentes e aplicados por cada escola… contidos em milhares de volumes…sendo considerado que muitos desses tratados são altamente abstractos e consequentemente poucas pessoas conseguem compreender, razão que tem levado o budismo para bem longe do que o Buda originalmente intencionara. Muitos ensinos encontram-se registados em “Três Cestos” ou “Três Colecções” e tantos outros em textos em diversas línguas, e que assim são adoptados diferentemente, disputando-se a sua canonicidade, quanto à revelação do pensamentos de Buda.
…………
Embora o budismo até certo ponto libertasse as pessoas das amarras do hinduísmo, os seus conceitos fundamentais ainda são um legado dos ensinos hindus do karma e do Samsara. O budismo, conforme originalmente ensinado pelo Buda, difere do hinduísmo no sentido de que nega a existência de uma alma imortal, mas fala do indivíduo como sendo “ uma combinação de forças ou energias físicas e mentais”. Neste aspecto, doutrinas budistas, como a anata (não existe eu), negam a existência de uma alma imutável ou eterna. Contudo a maioria dos budistas hoje, particularmente os do extremo oriente, crêem na transmigração de uma alma imortal, como revela a sua prática de adoração de ancestrais e a crença no tormento, num inferno após a morte.
Os ensinos budistas ainda se centralizam nos conceitos de que toda a humanidade passa de vida em vida através de incontáveis renascimentos (Samsara) e sofre as consequências de acções passadas e presentes (karma). Ainda que a sua mensagem de iluminação e libertação desse ciclo possa parecer atraente, alguns perguntam-se: Que prova existe de que todos os sofrimentos são o resultado das acções da pessoa numa vida anterior? E, de facto, que evidência existe de que realmente há alguma vida anterior?

Certa explicação da lei do karma diz:
“O kama( (karma em páli) é uma lei em si mesmo. Mas isso não significa que deva existir um legislador. Leis comuns da natureza, como a gravidade, não necessitam de legislador. A lei do kama também não exige legislador. Ela opera em seu próprio campo sem a intervenção dum agente directivo externo, independente.” -(Manual do Budismo).

É esse um raciocínio sólido? Será que as leis da natureza realmente não necessitam de um legislador? O perito em foguetões Dr. von Braun, disse em certa ocasião: “As leis naturais do universo são tão precisas que não temos dificuldade alguma em construir uma nave espacial para voar à lua, e podemos cronometrar o voo com a precisão de uma fracção de segundo. Estas leis devem ter sido estabelecidas por alguém”. A Ciência reconhece a lei de causa e efeito. E um livro também muito conhecido - a Bíblia -  fala sobre essa lei, registando : “De Deus não se mofa. Pois, o que o homem semear, isso também ceifará.” Em vez de dizer que essa lei não requer legislador, ela destaca que “de Deus não se mofa”, indicando que essa lei foi posta em operação pelo seu Criador.
Além disso, ainda a Bíblia diz-nos que “o salário pago pelo pecado é a morte”, e que “aquele que morreu foi absolvido do seu pecado”. Até mesmo os tribunais de justiça reconhecem que ninguém deve sofrer dupla condenação por qualquer crime que cometa. Por que então, deveria a pessoa que já pagou pelos seus pecados, por morrer, renascer apenas para sofrer novamente as consequências de seus actos passados? Ademais, sem ter conhecimento dos seus actos passados pelas quais está sendo punida, como pode a pessoa arrepender-se e melhorar? Poderia isso ser considerado justiça? É coerente com a misericórdia, que, segundo se diz, é a mais notável qualidade do Buda?

Já quanto ao renascimento, o perito budista Dr. Walpola Rahula explica:
“Um ser nada é, senão uma combinação de forças ou energias físicas e mentais. O que chamamos morte é o total não funcionamento do corpo físico. Será que todas essas forças e energias cessam completamente com o não funcionamento do corpo? O budismo diz: ‘Não’. Vontade, desejo, ânsia de existir, de continuar, de tornar-se sempre mais importante, é uma tremenda força que move vidas inteiras, existências inteiras, que move até mesmo o mundo inteiro. Esta é a maior força, a maior energia do mundo. Segundo o budismo, essa força não cessa com o não funcionamento do corpo, que é a morte; mas continua a manifestar-se em outra forma, produzindo a reexistência, chamada renascimento”.

A ciência diz que no momento da concepção, a pessoa herda 50 por cento dos seus genes de cada um dos genitores. De modo que não existe maneira de ela poder ser cem por cento igual a alguém de uma existência anterior.
De facto, não é possível sustentar o processo de renascimento através de algum conhecido princípio de ciência. Não raro, os que crêem na doutrina do renascimento citam como prova as experiências de pessoas que afirmam lembrar-se de rostos, eventos e lugares que não conheciam antes. É isso lógico? Dizer que a pessoa que pode lembrar-se de coisas de tempos passados deve ter vivido naquela era, implica também dizer que a pessoa que pode predizer o futuro – e são muitas as que afirmam fazê-lo – devem ter vivido no futuro. O que, obviamente, não é o caso.

Nirvana – atingir o inatingível?

Buda deixou o seu ensino no que respeita a iluminação e salvação.
Em termos budistas, o conceito básico de salvação é a libertação das leis do karma e Samsara, bem como chegar ao Nirvana. E o que é o Nirvana? Os textos budistas dizem ser impossível descrever ou explicar, podendo apenas ser vivenciado. Não é um céu, para onde a pessoa vai após a morte, mas sim uma consecução que está ao alcance de todos, aqui e agora. Afirma-se que a própria palavra significa “apagar, extinguir”. Nesse sentido, alguns definem o Nirvana como a cessação de toda a paixão e desejo; uma existência isenta de todo sentimento sensorial, como a dor, o medo, a ansiedade, o amor ou o ódio um estado de eterna paz, descanso e imutabilidade. Essencialmente, diz-se ser a cessação da existência individual.

O Buda ensinou que a iluminação e a salvação – a perfeição do Nirvana – vêm, não de algum Deus ou força exterior, mas sim de dentro da pessoa através dos seus próprios empenhos em boas acções e pensamentos correctos. Isto suscita a pergunta: Pode algo perfeito vir de algo imperfeito? Não nos ensina a experiencia comum que ninguém é capaz de exercer controle total das suas acções mesmo nos simples assuntos do dia a dia? Não é lógico pensar se alguém poderia produzir sua salvação inteiramente sozinho? Como disse um profeta (Jeremias) “não é do homem terreno o seu caminho, não é do homem que anda o dirigir o seu passo.”
Assim como uma pessoa afundada na areia movediça provavelmente não sairá sozinha dali, toda a humanidade está presa na armadilha do pecado e da morte, e ninguém é capaz de se desembaraçar sozinho dessa dificuldade. Todavia Buda ensinou que a salvação depende unicamente dos empenhos da própria pessoa, conforme exortou na despedida aos seus discípulos.

A Enciclopédia de Crenças do Mundo observa que “o primitivo budismo aparentemente não levou em conta a questão de Deus, e certamente não ensinou nem exigiu a crença em Deus.”
Na sua essência, em cada pessoa procurar a salvação por si mesma, voltando-se para sua própria mente ou percepção em busca de iluminação, o budismo é realmente agnóstico, se não ateísta, ignorando o conceito fundamental de um Ser Supremo, por cuja vontade tudo existe e opera.

Armando Guedes


Alguma Bibliografia consultada:
-Religiões do Mundo -Da História antiga ao Presente
-Budismo Vivo
-Homem em busca de Deus
-O que é o budismo?



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013





11 de Janeiro
-       19:00 – Aula do Intercalar Curso de Iniciação ao Tarot – Grupo B


12 de Janeiro
-       14:30 - Reunião de actualização das Actividades n’O Caminho da Montanha
o   Reiki
o   Meditação
o   Hatha Yoga
o   Ateliers
o   Etc.


18 de Janeiro
-       18:30 – Reunião de Terapeutas

19 de Janeiro
-        14:30Meditação  seguida de
-       Apresentação e desenvolvimento do tema “Em busca do destino do homem” por Armando Guedes

25 de Janeiro
-       19:00 – Aula do Curso de Iniciação ao Tarot – Grupo B


26 de Janeiro
-        14:30 – Aula do Curso de Iniciação ao Tarot do Grupo A


Actividade permanente:
                        Hatha Yoga – 2ª às 18h 30 e 4ª às 19:00


Solemnia Verba

(Gustave Moreau)



Disse ao meu coração: Olha por quantos 

Caminhos vãos andámos!
Considera 
Agora, desta altura, fria e austera, 

Os ermos que regaram nossos prantos...

Pó e cinzas, onde houve flor e encantos! 

E a noite, onde foi luz a Primavera! 

Olha a teus pés o mundo e desespera, 

Semeador de sombras e quebrantos!

Porém o coração, feito valente 

Na escola da tortura repetida, 

E no uso do pensar tornado crente,

Respondeu: Desta altura vejo o Amor! 

Viver não foi em vão, se isto é vida, 

Nem foi demais o desengano e a dor.

                                                 
Antero de Quental

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

À procura de entendimento sobre “encarnação” no budismo…Parte I




Quem por nascimento e envolvimento sociocultural teve na sua formação a influência judaico cristã ou mesmo predominantemente católica, como acontece neste nosso país, não deve ou não pode ficar indiferente ao que vê passar-se, quer pelo mundo quer no seu meio, sobre o papel de outras ou novas religiões, e a assimilação de formas de culto ou diferentes conceitos de doutrina ou “fé” que não era comum existirem.
Cabe assim a cada um procurar o conhecimento sobre tais assuntos, como o faz noutras áreas do saber ou que se relacionam com a sua vida, e buscar a reflexão sobre eles.

Encontra-se neste caso, o budismo que, confinado à Ásia, tem vindo a expandir-se, sobretudo a partir dos finais do século passado, por influência do movimento internacional de refugiados ou imigração, estabelecendo noutras regiões do globo comunidades numerosas que trouxeram consigo a sua cultura e a sua religião, assumindo assim um papel de “nova” religião universal.
É em países da Ásia onde se encontram mais seguidores do budismo como no Sri Lanka, Tailândia, Coreia, Japão e China, entre outros.

Sobre o fundador desta religião, Buda, de seu nome Sidharta Gautama, sabe-se que viveu no norte da Índia, no sexto século AC, e que o conhecimento da sua vida, por não existir fonte de matéria do seu tempo, “ baseia-se principalmente na evidência dos textos canónicos… escritos em páli, uma língua da antiga Índia”.

A tradição budista entende que a seguir à sua morte, se realizou um concílio de 500 monges, para determinar o autêntico ensino do Mestre, sem todavia ter sido assente por escrito, mas sim memorizado pelos discípulos, tendo a escrita efectiva dos textos sagrados ou canónicos  sido iniciada cerca de 500 anos depois, e mesmo outros relatos da sua vida somente apareceram mil anos depois do seu tempo.

Estes factos, apreciados pelos historiadores e peritos, determinaram o seguinte comentário no Dicionário de Religiões Vivas: “ As “biografias” são tão tardias em origem como repletas de matéria lendária e mítica, e os mais antigos textos canónicos são produtos de um longo processo de transmissão oral que evidentemente inclui revisões e muita adição”.
Em partes desses cânones, ocorrem pormenorizados e longos relatos, tais como o da mãe do Buda, rainha Maha –Maia, que veio a concebê-lo num sonho… como contou o sonho ao rei, seu marido, e este convocou 64 eminentes sacerdotes hindus, e alimentando-os e vestindo-os, lhes pediu uma interpretação que foi assente por escrito.
E daí ocorreu o incomum nascimento do Buda num jardim de árvores–sal chamado Bosque Lumbini…. A rainha deitou mão a um ramo da mais alta árvore-sal do bosque e segurando-o em pé deu à luz.

Há ainda histórias igualmente minuciosas sobre a infância do Buda, os seus encontros com jovens admiradoras, as suas peregrinações e praticamente todos os eventos da sua vida, não sendo de admirar que a maioria dos peritos rejeite esses relatos como lendas e mitos.
Um texto moderno, publicado no Sri Lanka, e amplamente difundido, “Manual do Budismo”, fornece um relato tradicional simplificado da vida do Buda:

“No dia de lua cheia de Maio do ano 623 AC nasceu no distrito de Nepal um príncipe indiano saquiano, de nome Sidatha Gotama (transliteração do nome em páli). O rei Sudodana era seu pai, e a rainha Maha-Maia era sua mãe. Ela morreu alguns dias depois do nascimento da criança e Maha Pajapati Gotami tornou-se sua mãe adoptiva”.
”Aos 16 anos de idade ele casou-se com a prima a bela princesa Iasodara”.
“Por uns treze anos….levou uma vida de esplendor…”
“Com a marcha do tempo, começou gradativamente a compreender a verdade. Em seu 29º ano, que marcou o ponto de virada na sua carreira, nasceu o seu filho Rahula. Ele considerou a sua prole como impedimento, pois entendeu que todos, sem excepção, estavam sujeitos ao nascimento, à doença e à morte. Compreendendo assim a universalidade da tristeza, ele decidiu descobrir uma panaceia para essa doença universal da humanidade”
“Assim, renunciando aos prazeres palacianos, deixou a casa certa noite…cortou o cabelo, vestiu a roupa simples de um asceta, e saiu a peregrinar como Buscador da Verdade”.

Desta forma, estes poucos detalhes biográficos contrastam claramente com os relatos fantásticos encontrados nos textos canónicos e com excepção do ano de seu nascimento, eles são comummente aceites.
 
Mas como aconteceu a Iluminação ?
O “ponto de viragem na sua carreira” como a biografia refere, dá-se quando pela primeira vez na vida, ele vê um enfermo, um ancião e um cadáver, deixando-o aflito em relação ao significado da vida, interrogando-se por que é que os homens nascem, apenas para sofrer, envelhecer e morrer. Daí, viu um homem santo que renunciara ao mundo em busca da verdade, impelindo-o a renunciar à família, bens e nome principesco e passar os seis anos seguintes buscando a resposta de mestres e gurus hindus, mas sem êxito, dedicando-se a um proceder de meditação, jejum, yoga e extremo desprendimento, não obstante não ter encontrado nenhuma paz ou iluminação espiritual.
Veio a perceber que este desprendimento extremo era tão inútil quanto a vida faustosa que levara antes, adoptando um estilo de vida que evitasse esses extremos, e a que chamou de Caminho Médio.
Continuando, sentou-se para meditar debaixo de uma figueira dos pagodes indianos, decidindo que a resposta devia ser encontrada na sua própria percepção, resistindo a ataques e tentações do diabo Mara, firmando-se nesse seu propósito em meditação por quatro semanas (ou sete segundo alguns), até que supostamente transcendeu todo o conhecimento e entendimento e atingiu a iluminação.

Por esse processo, na terminologia budista, Gautama tornou-se o Buda – o Despertado ou Iluminado.
Ele atingira o alvo derradeiro, o estado de paz e iluminação perfeita, libertado do desejo e do sofrimento – o Nirvana.
Tornou-se conhecido como sábio da tribo sáquia e não raro dirigia-se a si mesmo como Tatagata (um que veio ‘para ensinar’).
Este evento da Iluminação impulsionou o Buda a ensinar outros sobre a sua recém encontrada verdade, o seu dharma.

Na cidade de Benares proferiu o primeiro e provavelmente mais importante sermão, a cinco bicus – discípulos ou monges. Ensinou que para se ser salvo, deve evitar-se tanto o proceder de indulgência sensual como o do ascetismo, seguindo o Caminho Médio, e observar as Quatro Nobres Verdade, que podem ser resumidas de forma breve:
1-    Toda a existência é sofrimento.
2-    O sofrimento vem do desejo ou anseio.
3-    A cessação do desejo significa o fim do sofrimento.
4-    Consegue-se a cessação do desejo seguindo-se o Caminho Óctuplo, controlando a conduta, o pensamento e a crença da pessoa.

Importa reter que este sermão sobre o Caminho Médio e as Quatro Nobres Verdades constituem a essência da ILUMINAÇÃO e é considerado o epítome de todo o ensino de Buda, não reivindicando inspiração divina para o sermão, mas dando mérito a si próprio com as palavras “descoberto pelo Tatagata”.
Alega-se que o Buda, no seu leito de morte, disse aos discípulos: “Buscai a salvação apenas na verdade; não procureis ajuda de ninguém, excepto de vós mesmos”. Assim, segundo o Buda, a iluminação vem, não de Deus, mas sim de empenho pessoal em desenvolver raciocínio correcto e boas acções.

Naquela época, esse ensino foi bem recebido na sociedade indiana, porquanto condenava as gananciosas e corruptas práticas religiosas promovidas pelos brâmanes hindus, ou casta sacerdotal e ainda o rígido ascetismo dos jainistas e outros cultos místicos. Acabou com os sacrifícios e rituais, as miríades de deuses e deusas, e o fatigante sistema de castas que dominava e escravizava todos os aspectos da vida das pessoas.
Em suma, prometia libertação a todos os que se dispusessem a seguir o caminho do Buda.

E assim, o Buda e os cinco bicus saíram a pregar em toda a extensão do vale do Ganges, e pessoas de todos os níveis e condições sociais tornaram-se seus discípulos.
Cerca de 200 anos depois da morte de Buda, o imperador da Índia Asoca adoptou o budismo e deu-lhe apoio estatal, contribuindo desde então para sua ampliação e influência por todas as regiões  do sudeste asiático e extremo oriente.

A história regista que o budismo veio (virtualmente) a desaparecer nesse seu país de origem por volta do século XIII, e já no século XX tanto na China, como no Tibete e outros países da região, veio a sofrer sérios reveses por questões políticas, ao passo que nos países do ocidente o conceito de buscar a “verdade” dentro da própria pessoa parece exercer um amplo atractivo, e pela sua prática de meditação prover uma alternativa ao estilo de vida agitada ocidental, lembrando aos “povos ocidentais a dimensão espiritual das suas vidas”, conforme escreveu o exilado Dalai Lama do Tibete.

Embora seja costumeiro falar-se do budismo como religião única, na realidade ele está dividido em várias escolas do pensamento, baseadas em diferentes interpretações da natureza do Buda e dos seus ensinos, cada qual tendo doutrinas próprias, práticas e escrituras, a que acrescem as influências de culturas e tradições locais dos diversos países onde se implantou, constituindo diversificados caminhos do budismo, com muitas denominações e seitas. E todos afirmam basear as suas crenças e práticas nos ensinos de Buda.


Armando Guedes