terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Se estás a atravessar um inferno, continua a andar" 
in
 Winston Churchill

(Político inglês, ganhou notoriedade como primeiro-ministro durante a II Guerra Mundial, sendo também historiador, escritor e artista, tendo recebido um Prémio Nobel da Literatura)


Sempre que atravessamos uma fase difícil na vida, parece que os nossos pensamentos não param de nos fustigar sempre com o mesmo assunto. Aceitar que as coisas são como são e tentar resolvê-las ou então seguir em frente, parece quase impossível aos olhos do comum mortal. 
Porquê este incessante fluxo de pensamentos sempre à volta do mesmo problema, sabendo-se racionalmente que isso não vai ajudar em nada? Será que o masoquismo é um defeito de fabrico do ser humano, ou melhor, da mente humana? Talvez seja uma maneira do nosso ego se sentir vivo graças ao drama que cria à volta de qualquer assunto incómodo. Talvez seja uma maneira desse ego nos distrair da nossa atenção do "eu consciente", de maneira a que possa continuar a comandar a nossa vida à sua maneira.  
Mas como evitar cair neste ciclo vicioso? No Antigo Testamento é contada a história da destruição de Sodoma em que Deus permite a Lot e sua família escapar desse destino, abandonando a cidade com a condição de não olharem para trás. Porém a esposa deste cai na tentação de olhar e transforma-se numa estátua de sal. Será esta história mais uma demonstração de um Deus implacável, ou poderá ser encarada como um conselho amigo para esta vida? À semelhança do relatado neste episódio, seguir em frente sem olhar para trás é condição necessária para se sair dos infernos na nossa vida ou de evitar voltar a eles. É certo que falar é sempre mais fácil que o fazer, mas em última instância a escolha é sempre nossa. 
Através de um trabalho diário para nos mantermos cada vez mais presentes no momento e no verdadeiro Eu, será cada vez mais fácil sermos senhores da nossa vida e continuar em frente sem muitas hesitações até ao fim do nosso caminho. Mas até que ponto cada um estará disposto a fazer esse trabalho com dedicação de corpo e alma sem sucumbir às desculpas e pretextos que o nosso ego astutamente usa para não perder o comando? No fim, a escolha é sempre nossa...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Actividades em Março

(Foto: Magnólia no Centro)
2 de Março

-        14:30 – Aula do Curso de Iniciação ao Tarot do Grupo A

08 de Março

-       19:00 – Aula do Curso de Iniciação ao Tarot – Grupo B

09 de Março

-        “ Ao encontro de Poesia” :
-       14.30 – Recepção de boas vindas a...
-       15.00 – Meditação pela Palavra.
-       15:30 – Encontro com o escritor Angelino Pereira: "a Poesia na sua obra”.

-   Na sua presença serão lidos poemas da sua obra e são convidados a participar com alguma poesia de que cada um seja autor e/ ou trazer algum poema que tenham algum dia apreciado. Mãos à obra… nossos poetas! Mesmo que seja por uma tarde... (A.G.)

16 e 17 de Março

-        Feirinha da Primavera
-        Adiada em data a rever

23 de Março

-        Seminário i


O Centro estará encerrado de 28 de Março a 6 de Abril (incl.)



Actividade permanente:
Hatha Yoga – 2ª às 18h 30 e 4ª às 19:00

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Silêncio....



Muitos de nós já ouviram o som do silêncio... Que silêncio?

Esta palavra tem muitas significações. Se consultarmos um dicionário é definido como “ausência de ruído” e também “interrupção de correspondência” (entre outras).

Em exercícios que praticamos cá pelo Caminho, buscamos a ausência de ruído ou seja, calar os pensamentos que a todo o momento invadem a nossa vida. Estes pensamentos que nos vivem impedem a nossa visão clara e nítida do que somos e daquilo que é a Vida.

A nossa vida desde o nascimento até à partida final centra-se à volta do que pensamos, melhor, do que somos pensados. Se pararmos um pouco, e observarmos os pensamentos que discorrem, como se fossemos uma testemunha exterior, tendo o cuidado de não nos envolvermos na trama, constatamos que o que nos habita é uma constante passagem, sem interrupção. Na sua maior parte têm uma importância menor, para não dizer nenhuma. Relacionam-se com banalidades, pequenas preocupações quotidianas facilmente solúveis, avaliações sem valor, preocupações mentais sem razão aparente, etc. Por exemplo, somos capazes de preencher um dia mental com medo de algo que ainda não aconteceu e que provavelmente não acontecerá. A ansiedade cresce, tornamo-nos irritadiços e depois angustiados, depressivos ou então panelas de pressão prontas a rebentar por um detalhe sem importância.

Outra possibilidade é colmatarmos uma necessidade com pensamentos de “se me saísse o euromilhões”, “se não tivesse esta família”, etc., em vez de procurarmos uma solução viável, racional (não mental) que nos permitisse ultrapassar a dificuldade, ou aceitar a situação.

E vivemos, enredados numa teia de ses, que nutrem os pensamentos mentais que se alimentam da nossa própria energia.

Agora, se tomarmos a segunda significação do termo “silêncio”, isto é “interrupção de correspondência”, podemos defini-la como fecharmo-nos no nosso pequeno mundo e não ouvir os apelos do próximo, que – ele também – sofre de carências, medos, um reflexo nosso. Passamos por ele de olhos perdidos, cegos, em desamor... fechados nos nossos egopensamentos aparentemente vitais, de suprema importância para a nossa vida!?

Podem dizer, “o próximo não está também a ser vivido pelos seus próprios pensamentos mentais e preso na sua teia?”.

Uma boa pergunta. Não podemos afirmar que não. Todavia, não é justificação para sermos vividos em vez de vivermos. Quando calarmos a mente quotidiana e nos apercebermos da nossa ausência de rédeas na vida que somos levados a ter (não somos comandados pela mente à nossa revelia?), podemos despertar realmente e deixarmos de ser vividos por flashes mentais, passando a Ver, Ouvir e Sentir o que está em nós e à nossa volta. Então sim, podemos passar a palavra ao próximo, permitir-lhe a vivência plena do que é.

E isso vai acabar com os nossos problemas?
Esta Realidade não vem acabar com as dificuldades quotidianas, não vai matar a fome ou pagar dívidas, pelo menos directamente. Trará, isso sim, uma atitude diferente perante as dificuldades, uma serenidade interior inabalável, assim como uma abertura racional maior, novas pespectivas de avaliação, a compreensão de Valores que preenchem as lacunas das necessidades mais físicas. Permitirá um olhar novo, um ouvir diferente, mais profundo, um sentir sempre vivo e atento para a escolha do Caminho certo e individual.

Como o que está à nossa volta é reflexo do que somos, o Silêncio permitirá realizar o acto de Amor ao próximo mais profundo: o exemplo de ser.


(Video: Sounds of Silence, Simon e Garfunkel)


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Nada existe... ?



Yamaoka Tesshu, quando era um jovem estudante Zen, visitou um mestre após outro.  Um dia, finalmente, foi até Dokuon de Shokoku.

Desejando mostrar o quanto já sabia, disse, vaidoso:

-       A mente, Buddha, e os seres sencientes, além de tudo, não existem. A verdadeira natureza dos fenómenos é vazia. Não há realização, nenhuma desilusão, nenhum sábio, nenhuma mediocridade. Não há o Dar e tampouco nada a receber!


Dokuon, que fumava, pacientemente, nada disse. Subitamente acertou Yamaoka na cabeça com o seu longo cachimbo de bambu.

A reacção do jovem foi ficar muito irritado. Berrava imprecações.


-       Se nada existe," perguntou, calmo, Dokuon, "de onde veio toda esta sua raiva?


Conto Taoista

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013





Amar-te-ei!
Mesmo que o Fogo
 Se apague no Sopro
Dos Ventos contrários.

Amar-te-ei,
Mesmo na tua ausência…
E ver-te-ei,
No rosto doce da Lua
E no sorriso das Estrelas.

No Templo do Amor,
Um dia, Te reencontrarei:
Eu serei Tu,
Tu serás EU,
E amar-te-ei … em Mim!

Lis

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Terapias Naturais – Respiração de narinas alternadas (Anuloma Viloma Pranayama)


Este é um dos mais simples exercícios de pranayama (respiração energética) e tem como grande benefício o equilíbrio de ambas as partes do cérebro (lógica e criativa), assim como um equilíbrio de energia prana por todo o corpo. Esta é considerada a melhor técnica para acalmar a mente e o sistema nervoso, sendo portanto ideal para usar antes de meditações ou outras situações que requeiram paz e calma interior. Há também relatos que apontam a sua grande utilidade no alívio de problemas como sinusite, asma, tensão arterial elevada ou bloqueios do coração.

Para executar este exercício deve ser usada a mão direita recolhendo os dedos médio e indicador conforme ilustrado a seguir:

Mantendo os olhos fechados e uma posição confortável com as costas e cabeça direitas, o exercício é feito em seis passos:
  1. Tapar a narina direita com o polegar e inspirar pela narina esquerda enquanto se faz uma contagem até 2.
  2. Tapar a narina esquerda com os dedos anelar e mindinho, enquanto se retém a respiração durante uma contagem até 8.
  3. Destapar a narina direita com o polegar, e expirar por essa narina durante uma contagem até 4.
  4. Inspirar pela narina direita, fazendo uma contagem até 2.
  5. Tapar ambas as narinas, e reter a respiração fazendo uma contagem até 8.
  6. Destapar a narina esquerda e expirar por ela fazendo uma contagem até 4. Após este passo está terminado um ciclo. Repete-se então o exercício voltando a inspirar pela narina esquerda conforme descrito no passo 1.


Alguns ciclos deste exercício devem ser feitos pelo menos durante 5 minutos todos os dias de maneira a tornar os seus efeitos benéficos mais evidentes e permanentes. No caso de se sentir um grande desconforto ou outro tipo de problema significativo deve-se parar, deitar um pouco e respirar normalmente. Nesses casos a retoma do exercício só deverá ser feita mediante orientação de um profissional de yoga ou médico.

Com a prática regular os tempos de inspiração, retenção e expiração podem e devem progressivamente ser prolongados mantendo sempre a proporção 2:8:4. Por exemplo pode-se passar para tempos de 4:16:8 e posteriormente para 8:32:16 ou até tempos mais extensos, tendo presente que a respiração deve ser sempre confortável.

Uma demonstração deste exercício pode ser vista aqui.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013



Na sequência do nosso Encontro de início de ano, umas palavrinhas a acrescentar às Actividades previstas para o mês de Fevereiro e relativas ao futuro muito próximo:
Feirinha da Primavera
Ficaram responsáveis pela realização deste evento:
  • Stela – contacto 916 237 542
  • Elisa Fontes – 967 545 305
  • Ana Luís – contacto 911 930 423
  • Paula Ferradaz – contacto 919 963 534
 Qualquer informação podem contactar.
Exposição de Fotografia
Na celebração do nosso décimo aniversário, a nossa primeira década, é nosso objectivo retratar momentos, acontecimentos, viagens, sonhos, etc., etc., numa exposição de fotografia.
Assim, solicitamos que aqueles que tenham fotografias relativas a vivências pelo Caminho da Montanha nos permitam o acesso.
São responsáveis pela compilação e apresentação:
  • Fernanda Bastos – contacto 917 876 208
  • Raquel Silva – contacto 912 764 168
  • Ernesto Henriques – contacto 960 081 947
  • Mary Rosas – contacto 912 100 901

Como é evidente, precisaremos de ajuda, pelo que agradecemos a todos os voluntários que desde já se apresentaram e apresentarão.

Seminário com Remi Boyer

Como se tem tornado quase um “hábito”, no mês de Abril teremos entre nós a Sylvie e Remi Boyer. As inscrições estão abertas à participação nas condições habituais.

A todos um bem-hajam por fazerem parte do Caminho.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013



Na procura de cada alma vemos a busca do equilíbrio.
E a essa, chamamos os nomes que a cada mais serve; crescimento, evolução, cura! Todos, todos com a força do correr, do andar, e da busca desse…
Oceano desconhecido à razão, mas conhecido ao sentir.
O rio! Encontra-se…
O calmo, o lento, o apertado ou largo, perturbado ou até o “rápido”. Suas águas lentas se demoram na chegada, ao contrário, os rápidos, obrigando ao correr, sofridos e turbulentos levam mais depressa a concretos Oceanos.
Tal como rios, nossa alma assim se espraia, tal como rios, nossa alma chora, tal como rios, a dor nos apressa.
E é sempre o Oceano que aguarda, e é lá que as águas se acalmam, se aprofundam e se fundem no Só no Uno.
Bem hajam

José Cavalheiro Homem

Fotografia: Praia da Granja - Joana

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Entrudo


Estamos em tempo de Entrudo, da catarse que antecede a Quaresma.  É um tempo cujas raízes mergulham em tempos há muito passados, mas cujas marcas permanecem até aos nossos dias. 

(Caretos de Podence)
Falemos um pouco destas festas de Entrudo. As festividades mais conhecidas passam-se no Brasil. Todavia, o costume das brincadeiras de Carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses, no século XVI, sob a denominação de Entrudo. Este nome Entrudo vem dos grandes bonecos chamados "entrudos" que, de aldeia em aldeia, eram centro de brincadeiras, já na Idade Média.   

Diz-se que as origens mais remotas de algumas tradições, em Portugal, aludem a "ritos de passagem" praticados por povos nossos ancestrais, como os celtas do período pré-romano, relacionando-se com os povos Galaicos (Gallaecie Brácaros (Bracari), depois os  lusitanos.
(Caretos de Podence)

Actualmente ainda vamos encontrar vestígios destas festividades tradicionais bastante bem preservados. Falamos de, por exemplo, Podence, Lazarim, Ílhavo...

Em Podence os Caretos - máscaras envergadas por homens, feitas de madeira e de aspecto assustador - fazem mil diabruras. Tudo lhes é permitido. Só as Matrafonas (raparigas disfarçadas de homem ou vice-versa) lhes fazem frente. Trazem chocalhos  rituais e perseguem as raparigas que se atrevessem a vir à rua e chocalhavam-nas. Outrora lançavam cinza, dejectos e outros objectos, atacavam com peles de coelho ou bexigas de porco defumadas ou ainda davam banhos de formigas bravas recolhidas em campos, entravam nas casas, etc. Agora são mais meigos.

(Careto de Lazarim)
Tanto em Podence como em Lazarim, no Domingo Gordo, nas ruas ouve-se apregoar os casamentos arquitectados pela maldade dos Caretos. Na revista Tempo Livre diz-se: " “À mais proventa dá-se-lhe o mais atrasado”. Por outras palavras, unem-se acintosamente os opostos. Munidos de um embude — amplo funil que serve para verter o vinho —, enlaçam em fictício noivado rapazes e raparigas de discordantes e inconciliáveis génios e feitios, uma forma de sublinhar publicamente a censura a certas idiossincrasias. Por detrás das janelas, as moças escutam o que lhes coube em sorte e sabem que no dia seguinte não poderão recusar a visita do “noivo”, o qual de manhã cedo lhes há- de“bater à porta para lhes dar um abraço e tomar o pequeno almoço”. Se algum desagrado se gerar nos íntimos mais delicados, manda a tradição que se calem as queixas."

Muitos outros episódios e tradições foram preservadas, mas que não podemos abordar por inteiro. Pode-se dizer que o Entrudo constitui uma tradição de ritos de passagem de povos antigos, adaptada ao correr dos tempos e das crenças. Uma análise aprofundada seria o ideal para compreendermos a raíz mais profunda e escondida das aparentes brincadeiras ou diabruras.

O entrudo servia de "juiz" do povo e era aproveitado para lavar as mentes, as vergonhas escondidas quer a nível pessoal quer social.

Actualmente ... não vivemos num Carnaval constante de máscaras que desfilam nas nossas vidas, parecendo, tendo sem ser? O Carnaval dura o ano inteiro...

Este ano vamos mascarar-nos do que Somos?




P.S.: O Caminho da Montanha encerra nos dias 11 e 12 de Fevereiro

domingo, 3 de fevereiro de 2013

(Estrelas em Orion - foto: NASA)

Olá!

Cá estamos mais uma vez neste pequeno recanto-jornal para passar sentires. O tempo tem sido escasso para grandes mergulhos ao correr da pena (teclado), mas fica pelo menos um "estamos cá"....

Gostámos muito da tarde de ontem, das questões levantadas no nosso Encontro de Iniciados Reiki. Na verdade há tanto a partilhar, a reflectir no nosso pequeno todo. 

O Fogo é um mistério de Vida, que nos acompanha desde a pasagem ao mundo atmosférico em que vivemos: não se diz na nossa língua grandiosa e simbólica "dar à luz" para exprimir nascimento?

Acender uma chama de um círio é um acto de nascimento, pois é dada luz. 

Continuando o raciocínio, em muitas tradições ancestrais o recém-nascido era "consagrado" à Vida, oferecendo-o à Luz. Na nossa cultura judaico-cristã o baptismo não será também uma consagração à Luz?

Não somos nós uma Luz? Filhos do Todo, trazemos em cada um a herança da nossa origem celeste...

Ontem, dissertámos sobre o Fogo, a Luz, no aquém e no além... 

Porque nascemos do Fogo,  a todos um bom Domingo, dia consagrado ao Sol (acasos existem???)

Jinhos fofinhos