domingo, 13 de abril de 2014

Princesa de Luz





Era uma vez uma Princesa chamada Isa. Vivia num reino distante onde existia a beleza das flores, dos lagos. Aí habitavam Fadas, Elfos, Duendes, enfim Seres de Luz que dançavam à volta dos arco-íris, constantes e luminosos, festejando a vida. Era um reino onde a magia das cores e do Ser habitavam, assim como a Fantasia do Saber e do Criar.

Todas as criaturas eram felizes nesse reino. Os animais eram livres, correndo pelos prados e florestas pejados de árvores e flores. Os jardins acolhiam pássaros luxuriantes e as flores eram maravilhas que cativavam o olhar e o coração. Os aromas que exalavam encantavam quem por lá passasse.

O castelo da princesa Isa era construído de Fogo e de Ar, havia uma nascente de água límpida e as incontáveis pedras preciosas das paredes refulgiam na luz. Eram extraídas das minas pelos Gnomos, rezingões mas amorosos. Iluminavam as noites como reflexos das estrelas do céu nocturno, pelo que no castelo não era preciso outra luz, e durante o dia refulgiam em mil cores. A princesa gostava de brincar com os seus reflexos, embrulhá-las como novelos e depois atirar pelos confins do reino.

-       É para que os meninos que não conheço possam apanhar estas bolas e assim serem felizes, costumava dizer, a sorrir com ar brincalhão.

No fundo do seu coração Isa sentia que algures havia Seres que não conheciam o esplendor da luz e da beleza. Nos momentos em que tal lhe vinha ao pensamento o seu coraçãozinho contraía-se, e ela conhecia a dor. Então, recolhia-se e pensava se seria realmente verdade haver outros reinos onde existia a tristeza... se haveria realmente criaturas que apanhavam os seus novelos de luz ou se seria apenas imaginação...

A princesa Isa cresceu e um dia, ao voltar ao castelo, ouviu uma voz que lhe dizia:

-       Isa, minha querida e amada princesa, chegou o momento de fazeres uma escolha na tua vida. Tens duas sendas. A primeira, e a mais fácil, é continuares neste teu reino onde tudo é felicidade, onde cada criatura é um hino à Vida. A outra é dura e difícil e só por Amor e lembrança da beleza a suportarás. Se a escolheres deverás descer a um reino triste e escuro, pois nele começam a ser esquecidos os valores de Vida: a Fantasia e o sonho que nos levam à Beleza sem fim. Foi sobretudo esquecido o Amor, esse tesouro precioso que só o coração guarda. Lá, os meninos já não sonham e os adultos esconderam e perderam como era extasiar-se diante de uma flor ou de uma obra de arte, desculpando-se com a “falta de tempo” e “as tarefas constantes”.  Eles um dia já habitaram o nosso reino, mas já não recordam. Agora vivem perdidos e tristes, sem amor.

A Princesa sentiu nela um arrepio como se a frieza desse povo já a alcançasse. Mas a voz continuou:
-       Alguns deles foram enviados nossos que se esqueceram também. Outros são teus irmãos e irmãs, que nos “acasos” encontrarás. Ireis juntar-vos pouco a pouco, pois o Fogo do Amor e da Beleza terão se ser relembrados. Os fios de luz e cor que atiraste pelos bordos do teu reino guiar-te-ão,  serão as tuas memórias.

A princesa Isa escolheu a senda mais difícil. Relembra o seu reino nas cores do pincel com que espalha a beleza, perdendo-se em memórias que são a sua companhia. Sabe que no seu reino todos são felizes e que é pela luz e pela cor que o traz àqueles que esqueceram.

(Alice para
Isabel Taveira)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Interregno de Páscoa

(Pateira)

Este ano, e como tem sido hábito, o Caminho da Montanha encerra portas na 4ª feira Santa - 16 de Abril - e reabre depois do Dessenterrar das Merendas, ou seja a 22 de Abril.

As Actividades no Caminho da Montanha, neste período que acaba, têm sido parcas. Esperemos que o recomeço seja em Força, Sabedoria e na Beleza da Vida que Sabe o que faz.


terça-feira, 1 de abril de 2014

Caminho e Sabedoria



Depois do nosso Debate bem aconchegante de ontem (publicaremos algumas fotografias posteriormente), um poema de Lao Tzu, extraído do livro TAO TE CHING, O Livro do Caminho e da Sabedoria:


63.

Age através da não-acção.
Trabalha através do não-esforço.
Saboreia através do não-sabor.

Tornar grande o pequeno,
Aumentar o pouco.
Assim se responde à maldade com virtude.

Fazer o difícil através do que nele é fácil.
Fazer o grandioso através do que nele é menor.

Os assuntos mais difíceis do mundo
Começam por ser fáceis.
Os grandes assuntos do mundo
Começam sempre por ser pequenos.

Deste modo,
O Sábio nunca busca a grandeza
E, assim, ele chega à grandeza.

As promessas insensatas
Inspiram pouca confiança.
Quando tudo é demasiado fácil,
Está-se a convidar a dificuldade.

Assim, o Sábio aceita tudo como difícil,
Para que, depois, não tenha dificuldades.