Era uma vez uma
Princesa chamada Isa. Vivia num reino distante onde existia a beleza das
flores, dos lagos. Aí habitavam Fadas, Elfos, Duendes, enfim Seres de Luz que
dançavam à volta dos arco-íris, constantes e luminosos, festejando a vida. Era
um reino onde a magia das cores e do Ser habitavam, assim como a Fantasia do
Saber e do Criar.
Todas as
criaturas eram felizes nesse reino. Os animais eram livres, correndo pelos
prados e florestas pejados de árvores e flores. Os jardins acolhiam pássaros
luxuriantes e as flores eram maravilhas que cativavam o olhar e o coração. Os
aromas que exalavam encantavam quem por lá passasse.
O castelo da
princesa Isa era construído de Fogo e de Ar, havia uma nascente de água límpida
e as incontáveis pedras preciosas das paredes refulgiam na luz. Eram extraídas
das minas pelos Gnomos, rezingões mas amorosos. Iluminavam as noites como
reflexos das estrelas do céu nocturno, pelo que no castelo não era preciso
outra luz, e durante o dia refulgiam em mil cores. A princesa gostava de brincar
com os seus reflexos, embrulhá-las como novelos e depois atirar pelos confins
do reino.
-
É para que os meninos que não
conheço possam apanhar estas bolas e assim serem felizes, costumava dizer, a
sorrir com ar brincalhão.
No fundo do seu
coração Isa sentia que algures havia Seres que não conheciam o esplendor da luz
e da beleza. Nos momentos em que tal lhe vinha ao pensamento o seu coraçãozinho
contraía-se, e ela conhecia a dor. Então, recolhia-se e pensava se seria
realmente verdade haver outros reinos onde existia a tristeza... se haveria
realmente criaturas que apanhavam os seus novelos de luz ou se seria apenas
imaginação...
A princesa Isa
cresceu e um dia, ao voltar ao castelo, ouviu uma voz que lhe dizia:
-
Isa, minha querida e amada
princesa, chegou o momento de fazeres uma escolha na tua vida. Tens duas
sendas. A primeira, e a mais fácil, é continuares neste teu reino onde tudo é
felicidade, onde cada criatura é um hino à Vida. A outra é dura e difícil e só
por Amor e lembrança da beleza a suportarás. Se a escolheres deverás descer a
um reino triste e escuro, pois nele começam a ser esquecidos os valores de
Vida: a Fantasia e o sonho que nos levam à Beleza sem fim. Foi sobretudo esquecido
o Amor, esse tesouro precioso que só o coração guarda. Lá, os meninos já não
sonham e os adultos esconderam e perderam como era extasiar-se diante de uma
flor ou de uma obra de arte, desculpando-se com a “falta de tempo” e “as
tarefas constantes”. Eles um dia
já habitaram o nosso reino, mas já não recordam. Agora vivem perdidos e
tristes, sem amor.
-
Alguns deles foram enviados
nossos que se esqueceram também. Outros são teus irmãos e irmãs, que nos
“acasos” encontrarás. Ireis juntar-vos pouco a pouco, pois o Fogo do Amor e da
Beleza terão se ser relembrados. Os fios de luz e cor que atiraste pelos bordos
do teu reino guiar-te-ão, serão as
tuas memórias.
A princesa Isa
escolheu a senda mais difícil. Relembra o seu reino nas cores do pincel com que
espalha a beleza, perdendo-se em memórias que são a sua companhia. Sabe que no
seu reino todos são felizes e que é pela luz e pela cor que o traz àqueles que
esqueceram.
(Alice para
Isabel Taveira)
(Alice para
Isabel Taveira)
3 comentários:
A Poesia das palavras de quem escreve, para a Beleza das cores de quem pinta...Poesia e Beleza em sintonia.
Bem-hajam.
Quer o "pincel" quer a "prosa/poesia" estão num expoente máximo. Qual escolher? Escolho ambos, pois estão num patamar extasiante. E assim vamos "CAMINHANDO"...
Isa!Além dos meus,outros olhos a comtemplam também...É de uma felicidade enorme partilhar a vida consigo.Ser de Luz e de Perdão...onde na tela revela a profundeza do seu sentir.Diz-se que quem canta seu mal espanta e eu digo que quem pinta sua alma escuta.Entre sonhos e realidades é neste Castelo que Isa habita em plena felicidade...! Isa ,Isa!
Enviar um comentário