quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Despertares



O Caminho da Montanha tem estado adormecido desde o mês de Setembro. Adormecido não é morto. Como já foi afirmado anteriormente, apenas se encontra em retiro interior tão necessário a cada Ser.

Nestes anos de funcionamento e de entrega total ao Caminho, notamos que éramos procurados sobretudo por aqueles que buscam o bem-estar físico e emocional. As actividades mais ligadas ao Conhecimento tinham uma afluência muito menor. Conclui-se que as razões e motivos mais profundos que levam ao mal-estar não são objecto de reflexão.

Também observámos que era esperada uma recuperação rápida e, acima de tudo, sem “trabalho”, sem uma dádiva pessoal. Quando se fala em dádiva, o pensamento desvia-se para uma dádiva material. É facto que, na sociedade em que vivemos, o material é necessário para a existência física e não somos excepção. Mas agora falamos de uma dádiva de trabalho, de avanço pessoal para a conquista de conhecimento de quem somos.

Nestes tempos conturbados e tristes, e na procura de respostas rápidas e básicas, são cada vez mais os “videntes” que a troco de uma quantia (por vezes exorbitante) dão a resposta que o consultante se limita a seguir sem questionar. É o caminho mais fácil na aparência, pois demitimo-nos de algo que constitui a grande diferença entre o Homem e os outros seres que habitam a Terra. Estamos a falar da possibilidade de escolha, da responsabilidade de assumirmos o Caminho. Mas este Caminho implica dádiva de si e sacrifício.

Nos Arcanos Maiores do Tarot, agora tão manipulados para as coisas do quotidiano quando são representações da Verdade Maior, temos o Arcano XII (tão temido): o Dependurado ou o Sacrifício. Representa o que temos de sacrificar num “revirar ao contrário” (o sacrificado tem os pé voltados para o céu e a cabeça para Terra). Tantas vezes a Vida nos revira de dentro para fora, nos põe a fazer o pino.... É aprendizagem, mas recusamo-la. E revoltamo-nos, perdemos “a cabeça”, numa procura louca de fugas desesperadas e em tentativas vãs de respostas rápidas, fáceis e básicas.

A este Arcano XII segue-se o XII, a Morte. Pois, é pela Morte que renascemos. Mas a Morte é entrega ao desconhecido, o silêncio do desconhecido que tanto tememos. Só depois de passarmos pelos estádios de Sacrifício e Morte poderemos alcançar a Temperança (Arcano XIV), ou seja o Equilíbrio entre o divino que somos e o carnal que nos permite viver e aprender.

Nesta vida passamos muitas vezes por estes Três Arcanos; de cada vez que a Vida nos põe à prova, e temos de tomar decisões, fazer escolhas... E cada vez que tomamos o caminho fácil e rápido, a Vida irá pôr-nos de novo à prova e tudo se repete.

A dádiva acima referida faz também parte da aprendizagem. Tudo no Universo tem o verso e o reverso, ou seja se cada um receber e nada der fica em dívida. Actualmente espera-se receber sem nada dar e depois ficamos surpreendidos por a Vida nos retirar aquilo a que achávamos que tínhamos direito.

(Lima de Freitas)
O Caminho da Montanha serviu nestes anos, sem nada pedir a não ser a Vontade de mudar e de conhecer. Também ele cresceu. Chegou o momento, não de Decadência ou Queda, mas antes de re-Orientação para o verdadeiro Caminho e Razão de Ser. A Vontade, o Querer e a Busca da Sabedoria serão pontos essenciais nesta abordagem.

A aprendizagem demora, não vem com símbolos, ideias nem com horas dedicadas APENAS ao exterior, seja em trabalho de doação. A aprendizagem é como uma Alquimia que se vai processando gradualmente, passo a passo no mistério do nosso mais Íntimo. Vem com o Sacrifício, as Mortes, escolhas, assumpções ou riscos que tomamos e nos responsabilizam, vem com quedas e mágoas, com saltos no vazio e, vem, sobretudo com o mergulho em nós no silêncio e abertura a quem se vai libertando, os Mestres (não por grau, mas por Ser). Podemos ter a Graça de acontecer num pequeno lapso de Tempo, mas é normal demorar décadas, vidas e mortes... Vai-se construindo, no escoar das águas e no Fogo purificadores.


O Caminho da Montanha ainda no Silêncio, no Trabalho, em retiro, a Alquimia vai-se fazendo, suave e lentamente, no tempo que é necessário para que os metais se metamorfoseiem.



Nota: Pequena ressalva para a referência às leituras de Tarot. Não estamos contra aqueles que procuram a leitura de Tarot (Arcanos Maiores) para encontrarem uma linha orientativa do momento que vivem. Igualmente, na nossa referência "videntes" não incluímos aqueles que conhecem o significado esotérico dos Arcanos e têm um conhecimento profundo da Beleza e Mistério a que acedem.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Feliz Natal

(Pintura: Natividade de Poussin)

Neste dia em que se festeja o Natal cristão, um dia dedicado ao amor e esperança, deixamos a nossa mensagem a todos os que de alguma forma estão ligados ao Caminho da Montanha.

Ainda de portas aparentemente encerradas, continuando o trabalho no silêncio, o Caminho da Montanha prepara-se, também, para a alvorada do Novo Ano.

Celebramos hoje o nascimento do Menino Deus, símbolo do Fogo que transforma. Esta Quadra de celebração tem Raízes muito antigas, de simbolismo múltiplo e rico.

Podemos cingir-nos ao simbolismo cristão que tão bem conhecemos e nos alimenta desde a nossa infância. Jesus, o Menino Deus, nasce numa gruta, no silêncio, longe dos ruídos da população. Porque é que um descendente da Casa Rei do Rei David iria nascer tão pobre em condições tão duras? Talvez o Menino deva nascer no mais profundo de cada um (a gruta), longe do que a “multidão” de pensamentos, crenças, quereres externos ao Espírito. O nascimento é anunciado por Anjos (o Céu, o divino) e ouvido por Pastores (os que apascentam o Cordeiro, símbolo do Filho e da Pureza), unindo-se assim o divino e o terrestre. Nasce na manjedoura, ou seja onde os animais se alimentam (o nosso corpo físico). Não é o físico a forma de o Espírito se manifestar?

Não vou falar dos animais, a vaca e o burro que tradicionalmente acompanham o Nascimento. Sim, têm simbolismo, mas vamos deixar para depois. Afinal é Natal, tempo de sentir Amor e dádiva, não de mentalizar.

Vamos sentir a Luz que cresce nos dias que se prolongam, acender este Fogo Novo da Vida que se repete a cada Ciclo, no Eterno Retorno.

Vamos ouvir o coração, respirando a Natureza que começa a dar os primeiros sinais de transformação.


É Tempo de Natal! Sejam felizes no Re-Encontro com o Amor de Vida.

domingo, 22 de novembro de 2015

Concerto de Natal


Para os interessados, eis o programa do Concerto de Natal.



Como foi afirmado anteriormente os bilhetes podem ser conseguidos também através do Fernando Fontes - 965 323 479, da Elisa Fontes 910 650 964 ou através do 919 929 999.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Ruído, Palavra, Silêncio


(Nascimento de Vénus - Odilon Redon)

Estas três palavras marcam os três estágios evolutivos do homem e da humanidade.

O homem intelectual de hoje é uma fronteira entre o homem bárbaro de ontem e o homem espiritual de amanhã.

O homem chamado civilizado é amigo da palavra, veículo externo de processos mentais internos.

O homem selvagem de outrora e de hoje manifestava e manifesta a sua vitalidade e emoções por meio de ruídos de toda a espécie.

O homem que superou esses dois estágios preliminares encontra o seu reino predilecto no silêncio, que para ele não é vacuidade, mas plenitude.

Para além da palavra está o silêncio; para aquém da palavra, o barulho.

O ruído, inarticulado ou articulado, foi sempre o inseparável companheiro do homem incompleto, desde os gritos estridentes das hordas antigas, até aos gritos orquestrados das hordas modernas. O homem só começa a sentir o desprezo pelo ruído quando se distancia da análise mental e se aproxima da intuição espiritual - e no zénite da experiência íntima impera o silêncio absoluto, fecundo, criador, o silêncio-plenitude. A mensagem dos grandes silenciosos perdura através dos séculos e milénios, porque não é afectada pelas categorias de tempo e espaço.

A palavra constrói para o tempo e, não é raro, destrói o que construiu - o silêncio constrói para a eternidade.

O amante da palavra pensa que o amigo do silêncio seja um homem triste e misantropo - mas o amigo do silêncio vive num paraíso de felicidade, ainda que a sua beatitude se encontre numa outra dimensão, ignorada pelo idólatra do ruído e da palavra.

Deus é infinitamente silencioso, e quanto mais o homem se aproxima de Deus mais silencioso se torna.

O ruído é dos homens - o silêncio é de Deus.

O ruído esteriliza - o silêncio fertiliza.

Huberto Rohden, A Voz do Silêncio

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Reabertura pós férias



Esperamos que, para aqueles que tiveram férias, o retorno ao quotidiano seja na Aceitação, força e Luz.

O Caminho da Montanha, por motivos que serão explicados no devido tempo, ainda se encontra encerrado, e assim ficará até que seja o momento propício. Esperamos em breve anunciar que estamos aptos a abrir portas.

Lamentamos este reabrir tardio, mas acreditamos ser a melhor opção.

domingo, 2 de agosto de 2015

Por Amarante em fecho de Actividades




Foi no dia 26 de Julho que aconteceu...

Estava calor, não só atmosférico como também no coração dos participantes. Foram horas de alegria e convívio. Mas passemos às imagens - apenas algumas das muitas que ficaram, das quais as mais preciosas ficam no coração - que falam talvez melhor do que as palavras.

Fomos recebidos com música da viola Amarantina, projecto de alguém que não quer deixar morrer as nossas raízes. Alguém ouviu e creio que gostou. Acreditamos que se juntaram aderentes fervorosos e  sinceros apoiantes do projecto.
















Sob o olhar atento do André, filho do Eduardo, impulsionador da Amarantina, e que vibra ao som da guitarra. Parabéns Fátima por este filho que tem outros olhos, um verdadeiro filho das Estrelas.
E como por tradição as grandes reuniões importantes se passam à volta da mesa, reuniram-se toalhas  e acepipes em jovialidade e partilha. 



Depois de termos alimentado o corpo físico e, porque não?, o coração... partimos para a travessia do rio que, com o arvoredo, nos trazia frescura neste dia tão quente. Travessia histórica (e estóica) debaixo do sol tórrido do meio da tarde.



Lindo! Valeu a pena....
Paragem para um miminho

Mas nova etapa aguarda, uma escalada até S. Domingos!
Aos hesitantes e indecisos, o convite:


Íngrime a subida... para miúdos e graúdos


Vista a S. Domingos e descida até S. Gonçalo onde uma pausa merecida aguardava.... mas foi curta... 
Um encontro casual com o Francisco, um outro caminhante pela vida em prol de um projecto.

Afinam-se os instrumentos


E faz-se romaria!!!!






O dia foi longo, e os pequeninos sentiram cansaço... uma paragem apenas



O dia fechou. Uma recordação fica para o Centro, uma medalha. Bem-hajam Amarantinos!


Fecha o dia, a custo, nesse despedir que tarda,
quando a frescura desce...

A todos, aos Guerreiros, bem-hajam por fazerem parte desta jornada a que damos o nome de Vida!




sábado, 25 de julho de 2015

Convite

O Rotary Club de Sandim convida os interessados para o jantar com as referências abaixo.


O Caminho da Montanha agradece o convite.

Está aberta a participação, por gentileza do Rotary Club, a quem quiser participar.

Agradecíamos que confirmassem presença até ao dia 27 de Julho ao Fernando Fontes ou para O Caminho da Montanha.



Preço do jantar: 25,00/pessoa.
Traje formal.


sábado, 4 de julho de 2015

Memórias de X de Junho MMXV


Com atraso, mas ainda não recolhemos todos os testemunhos de imagem do dia X de Junho. Aqui ficam algumas memórias fotográficas de momentos de convívio.






A chegada de alguns ao Coteiro, carregados como é de tradição de bom português... e não só


Escolha e instalação da mesa...

Lá dizem os antigos que é à volta da mesa que as coisas acontecem. E este ano, o XII, ela foi redonda. Os Cavaleiros da Távola Redonda dos tempos modernos nesta Avalon? Verdade que o tempo estava nublado, mas...



Instalados, uma volta de aquecimento ao circuito, um reconhecimento do local para quem ainda não tinha degustado destas maravilhas.... 



E depois da refeição partilhada, as conversas, brincadeiras...
Há quem tente partir à aventura, à descoberta dos Sete Mares... Descendentes de Grandes Navegadores que re-lembram quem São no Íntimo, a Alma portuguesa.



 Futuros talentos, áreas a descobrir.  Muitas são as valências nesta navegação!
 O bolo! Frutos silvestres da Floresta Sagrada, dos druidas e lendas, neste chão carregados de tradição e encantos. Lá diz o conto que um cristão e uma moira, enamorados, ainda se passeiam de mão dada em noites de Lua Cheia....




Depois do Fogo que sempre nos acompanha, velas acesas... Cantar os parabéns! A alegria que brota.

 A todos que vieram por bem
Que participaram nestes momentos e nos acompanham
Que a Luz e o Céu vos guiem. Sejam as Estrelas a bússola e o Coração a Via!
Até... sempre!