domingo, 28 de abril de 2013




A tarde de ontem, dedicada à Meditação, encheu-se de palavras.

Tivemos a visita do nosso amigo João Luís Susano que se deixou levar por temas que se iam levantando ao sabor das perguntas e do "vento".

Falou-se de Sebastianismo, o mito português do Encoberto, e de quão abangente é este mito. Levou-nos a viagem atè à corte do Rei Artur e à ilha de Avalon.... 

Como é rico o nosso imaginário!

Continuamos viagem pela História, fazendo paragem na vida de Jesus e consequentemente na Igreja Católica: um pouco atribulado estre trecho....

Aportamos no que Somos, o que procuramos: unanimemente concordamos que o Ser é a nossa Ilha Afortunada!

Então veio o silêncio ao Encontro...

Soube bem...

Até à próxima e um bem-haja ao João Luís!

sábado, 27 de abril de 2013

Retalhos




Mais uma vez tivemos entre nós a Sylvie e Remi Boyer. Falou-se de Despertar sob vários ângulos. O Despertar pessoal. Ficou esboçado um outro despertar...

Somos um povo, a Raça, como dizia Camões. Remi compreendeu bem a alma lusa, agora envolta em nevoeiro na espera de D. Sebastião.

Falou-se do Encoberto, de Bandarra... Nada melhor do que deixar alguns versos de Pessoa sobre ao nosso profeta:


O BANDARRA


Sonhava, anónimo e disperso,
O Império por Deus mesmo visto,
Confuso como o Universo
E plebeu como Jesus Cristo               


Não foi nem santo nem herói
Mas Deus sagrou com Seu sinal
Este, cujo coração foi
Não português mas Portugal.

 

Fernando Pessoa - (Mensagem)


(Poema enviado por Dinis Silva)        

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Os olhos do poeta


(Pintura: Ostad Mahmoud)

O poeta tem olhos de água para reflectirem todas as cores do mundo,
e as formas e as proporções exactas,
mesmo das coisas que os sábios desconhecem.
Em seu olhar estão as distâncias sem mistério que há entre as estrelas,
e estão as estrelas luzindo na penumbra dos bairros da miséria,
com as silhuetas escuras dos meninos vadios esguedelhados ao vento.

Em seu olhar estão as neves eternas dos Himalaias vencidos
e as rugas maceradas das mães que perderam os filhos na luta entre as pátrias
e o movimento ululante das cidades marítimas onde se falam todas as línguas da terra
e o gesto desolado dos homens que voltam ao lar com as mãos vazias e calejadas
e a luz do deserto incandescente e trémula, e os gestos dos pólos, brancos, brancos,
e a sombra das pálpebras sobre o rosto das noivas que não noivaram
e os tesouros dos oceanos desvendados maravilhando com contos-de-fada à hora da infância
e os trapos negros das mulheres dos pescadores esvoaçando como bandeiras aflitas
e correndo pela costa de mãos jogadas pró mar amaldiçoando a tempestade:
- todas as cores, todas as formas do mundo se agitam e gritam nos olhos do poeta.

Do seu olhar, que é um farol erguido no alto de um promontório,
sai uma estrela voando nas trevas
tocando de esperança o coração dos homens de todas as latitudes.

E os dias claros, inundados de vida, perdem o brilho nos olhos do poeta
que escreve poemas de revolta com tinta de sol na noite de angústia que pesa no mundo.



Manuel da Fonseca, Poemas completos

(1911-1993 - Poeta, escritor neo-realista, fez parte do Novo Cancioneiro, Presidente da Sociedade Portuguesa dos Ecritores). 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Eu queria...



- "Eu queria ser feliz, queria ter paz de espírito..."
- "Já senti a felicidade, mas agora..."
- "Como eu era feliz quado era pequenino..."
- "Que saudades tenho do tempo em que podia sorrir. Era tão feliz, sem preocupações..."


Estas são frases que quotidianamente ouvimos e dizemos. Sentidas, vêm lá do fundo dos momentos que são vividos no rodopio da vida que actualmente levamos. O sentimento geral é que o dia a dia é uma luta constante pela sobrevivência, pela busca de emprego ou, para quem o tem, mantê-lo. Outros queixam-se da afectividade, tanto no meio familiar como relacionamentos amigáveis: falta de compreensão, atenção, toque, etc., etc. Outros ainda não têm uma saúde estável ou até mesmo  tão precária que o amanhã se apresenta incerto.

Panorama sombrio, não é? 

Talvez tenhamos um problema: querer uma determinada bolota e ver o mundo através dela, criar o nosso mundo por ela, num apego desenfreado a valores instalados, mas instáveis. Não nos refirimos aos Valores Altos da Humanidade, como a honestidade, compaixão, amor e outros, que quase poderíamos afirmar em via de extinção nesta sociedade invertida - na sua maioria. Falamos de desejos volúveis e temporários que nos movem, mesmo que temporariamente criem, apresentando-se como válidos aos nossos olhos.

Não saltem ainda. A sobrevivência, a busca de emprego são importantes sim.  Precisamos comer, dormir... Mas mais importante ainda é aquela parte de nós que é permanente e estável. Falo do Espírito. Na nossa tormenta diária afastamo-nos d'Ele, esquecemo-nos de quem Somos. 

Analisando de outra perspectiva, se tomarmos a bolota como o nosso Ser e enfrentássemos os desafios quotidianos como parte do cenário, se a nossa ligação ao Íntimo fosse real e efectiva, palpável como a bolota,  então talvez nada importasse mais do que o Amor ao que Somos. Estamos certos, não é verdade?

Sim, podemos viver na Paz mesmo que tudo se desmorone à nossa volta. Não é a paz que vem da carne sequiosa e passageira, mas da Paz que vem do Espírito que Somos. 

Sim, o Caminho até Ela é longo, mas possível. No fundo desse túnel os olhos sorriem, espelho da Luz redescoberta e relembrada, pois nunca deixamos de Ser. 

Ser é Paz, Amor, Luz... tudo o que mais necessitamos como bens essenciais para podermos enfrentar a vida diária neste mundo insatisfeito, por vezes cruel, mas apesar de tudo belo.

Boa viagem até ao fundo de nós mesmos, ao encontro de quem realmente somos, um caminho de muitos escolhos, mas entremeado sempre de Paz.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O Adeus



O Adeus

Não procures dos outros o modelo, vive!
Procura a existência.
Dá-lhe o teu nome, amor e assistência.
Ri e chora por aqueles que não vivem.
Vai-te, feliz de leve consciência. 

Texto e fotografia: Raquel Silva

sábado, 13 de abril de 2013

Seminário com a presença de Remi Boyer



Seminário com Remi Boyer

20 e 21 de Abril 2013
  
Programa do fim de semana:

Sábado, 20 de Abril

10:30 – Recepção a Remi Boyer

Durante a manhã será desenvolvida a temática do Despertar

13:00 – Almoço

14:30 – Continuação do tema matinal e
-                 O Hinário à Deusa
-                 Prática dos Grandes Hinos

 Domingo, 21 de Abril

             10:30 – Debate sobre o dia anterior
-       Seguido do Hinário Sebastianista


13:00 – Almoço de convívio no Centro com Sylvie e Remi
(Participação apenas para os inscritos - 10 Ouros pessoa)

Mãe



(Enviado por Fernando Fontes)

sexta-feira, 12 de abril de 2013



Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial! 


                              Eugénio de Andrade

(Enviado por Maria João G.)

quarta-feira, 10 de abril de 2013


Há muitos sites interessantes na Internet. Há muitos exploradores da "rede" viciados nesta procura. Se juntarmos uns e outros e acrescentarmos im terceiro elemento, a partilha, pode-se chegar a bons cozinhados.

Cá vai algo interessante relacionado com a saúde e bem-estar:

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Actividades em Abril




10 de Abril
-        18:30 – Reunião de Terapeutas

12 de Abril
-        19:00 – Encontro de Reiki – II Grau

20 e 21 de Abril
-        “ O Despertar” com Remi Boyer

27 de Abril
-        Meditação com a presença de João Luís Susano



Actividade permanente:

Hatha Yoga – 2ª às 18h 30 ( 4ª - suspensa temporariamente)

sábado, 6 de abril de 2013

Cântico das Palavras

(Foto: Joana)


Eis-me

Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face

Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio

Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente


Sophia de Mello Breyner Andresen, Livro Sexto (1962

(Poetisa portuguesa do século XX (1919-2004), de origem dinamarquesa do lado paterno, nasceu no Porto, que nunca abandonou. Casada com Francisco de Sousa Tavares, foi mãe, poetisa, contista... Recebeu vários prémios literários, homenagens e reconhecimento. Apaixonada pela vida, dedicou grande parte das suas palavras ao Mar).

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O CONSUMISMO


A sociedade em que vivemos é atroz. A maior parte das vezes nã adivinhamos o que se passou com os "artigos" expostos nas prateleiras.

Um apelo forte ao que fazemos, como vivemos...

De reflectir e, se possível, mudar nem que seja um pequenino gesto. Porque uma imagem vale mil palavras....


      http://player.vimeo.com/video/57126054#at=0

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Violência...


Violento este video....


Na verdade a violência é algo destruidor, profundamente. A violência é a expressão do ego na sua versão mais "pesada". Pode realizar-se por pensamentos ou gestos, em relação a humanos, animais, plantas, natureza enfim,  ou a si próprio(a).

Violência, a negação maior do que Somos realmente... Por vezes pode fazer parte dos meandros do Caminho, desesperados. Um facto é que nunca traz a solução, a Paz que de uma forma ou de outra procuramos. Pelo contrário, gera movimentos potentes de resposta da própria Vida que vai retribuir.

Quanto mais afastados estamos do nosso Ser, mais perdidos em questões do "fazer", "ter", "parecer" - partes integrantes da nossa personagem egóica - mais violento é o afluxo de pensamentos, ideias, desejos, apegos, etc. em certos casos incontroláveis (gerando psicopatas).

Deixamo-nos possuir pelo ego(s), acreditando mesmo que ele faz parte integrante de nós mesmos. Lutamos por ele, passamos a vida iludidos com a imagem do que pensamos ser (melhor, imagem essa ditada pelo ego), agredindo quem ou o que à nossa volta não se coaduna com o mundo criado por valores fictícios e perecíveis. 

Assim se vai gerando violência. Violência contra o que nos impede de conseguir objectivos importantíssimos como ter um grande carro, roupas de marca ou mesmo um canudo... Violência contra o que está à nossa volta e que, cegos, não vemos: a beleza das flores, o sol que nasce todos os dias num espectáculo de cor único, a maravilha de respirar - movimento constante de toda a nossa vida... Violência contra nós mesmos porque não conseguimos ter, fazer, atingir a imagem que faria de nós mesmos a pessoa perfeita.... Mas... nós somos perfeitos na nossa essência! Esquecimento terrível que nos amargura a vida, no desencontro entre o Ser que somos e a "pessoa que pensa em nós, dentro de nós, por nós, o ego". 

Nesta ilusão de sermos vividos, violentamos, matamos, desrespeitamos a própria Vida. Abandonamos quem, inocentes e sábios do amar, apenas buscam a presença, o carinho, a atenção.... 

Que tristes somos... tantas vezes.... vezes demais!


(Video enviado por Stela Z.)