Na história da humanidade, a cada período de
2000 a 2500 anos, dá-se uma mudança de paradigmas ou seja, o que antes era uma
verdade já não é mais. No entanto devo dizer que aquilo que vou escrever é
simplesmente uma partilha que faço convosco tendo consciência de que nada sei e,
por ser um assunto tão polémico, não quero ferir susceptibilidades... vou
escrever o que sinto e o que me vai na alma.
Einstein revolucionou a física através da
teoria da relatividade e a sua comprovação fez com que surgisse a física
Quântica e as novas tecnologias.
O que fez com Einstein saísse do lugar comum
dos mortais, para entrar para a galeria de homens geniais da nossa História ?
Escolhi este exemplo, porque sabe-se que
Einstein fazia contacto com a sua "alma". Eu penso que quando se está
ligado à alma, a pessoa intui e lida com as coisas da vida de uma forma mais
harmoniosa e realizadora.
Eu acredito na alma eterna que se perpétua
pelos séculos sem fim.
Um dia, na hora certa, quando sairmos definitivamente
do nosso corpo, a realidade extrafísica apresentar-se-á à nossa frente.
Quando o nosso corpo físico morre, no fim da
nossa vida terrena, ou encarnação, a nossa alma nasce para o mundo espiritual,
que é a nossa morada original.
O Amor que nos criou está à nossa espera e a
cada um de nós será dado conforme as nossas obras.
Apercebo-me de que há uma grande distorção
em relação à construção da imagem de um Deus que castiga e pune os seus filhos
pecadores.
O livre-arbítrio é uma verdade incontestável,
no entanto a lei do retorno ou karma mostra, não só aos olhos da
espiritualidade, que toda a acção gera consequências. São leis universais que
nós seres humanos precisamos de compreender melhor antes de colocarmos a culpa
em DEUS, ou ainda temer a sua fúria. Tenho a certeza de que será um grande
erro.
O grande equívoco humano é não compreender
as leis universais que regem a evolução da nossa espécie. Isso atrapalha-nos
muito, rouba-nos tempo e aprisiona-nos. Eu penso que precisamos ir ao encontro
dessas verdades, que nos libertarão.
Agora vou fazer aquela pergunta, que todos
nós de vez em quando pensamos:
EXISTE CÉU E INFERNO?
Eu penso que sim, mas são estados de
consciência, criados por nós mesmos. Quando morremos a nossa sintonia
espiritual, resultante dos nossos actos, padrão moral, carácter e ética, leva-nos
por atracção magnética para dimensões da mesma sintonia.
Mas, por favor, não pensem que vão ser
castigados... não existe castigo de Deus...existe sim consequência aos nossos
actos.
Há uma coisa que todos nós gostaríamos de
saber que é:
No final da nossa existência, vamos para o
céu ou para o inferno?
Eu penso que não precisamos chegar a esse
dia para saber... vamos parar e sentir... apenas sentir agora neste momento:
- Como
me sinto agora?
- Quais são as minhas atitudes, o meu padrão
moral e a minha ética?
- O que eu estou a emitir para o universo?
- É amor, ódio ou lixo psíquico?
- Tenho amor dentro de mim e expresso-o aos
meus semelhantes e ao mundo à minha volta?
O tipo de morada que a nossa alma imortal
irá encontrar depende muito das respostas das perguntas acima.
É lógico que a sabedoria universal vai levar-nos
para a morada que melhor se adapta ao nosso estado de consciência. Se não
compreendermos que temos de fazer esforços válidos e significativos para a
nossa evolução, chegar a nossa hora sem que nenhum benefício seja conquistado,
é lógico que sejamos atraídos para zonas do plano espiritual em que a dor e o
sofrimento serão nossos companheiros... não porque há um Deus que pune... volto
a lembrar ... mas sim uma sabedoria suprema que proporciona ao ignorante das
verdades universais a ferramenta pedagógica necessária que o leve a uma
aprendizagem ao seu nível evolutivo. Uma coisa é certa, não temos como fugir, aprenderemos
pelo amor ou pela dor, só não temos é como parar a lei máxima da evolução
constante ou seja, temos de aprender de uma forma ou de outra.
Quando temos muita dor e sofrimento,
pensamos muitas vezes para nós mesmos:
- Até quando é que isto vai durar?
- Por quanto tempo mais tenho de aguentar?
Eu digo:
Até que as leis que regem os acontecimentos
se façam...
Até que os níveis de consciência, se
elevem...
Até que a luz clareie a escuridão... e por
fim...
Até que da lama nasça a flor de Lótus.
E é assim... ir para o céu ou para o inferno
depende exclusivamente de nós mesmos. A todo o momento podemos tomar decisões
que nos sintonizem com essas duas frequências opostas. Um dia podemos estar no
céu e no outro dia estar no inferno. Estou a lembrar-me daquela frase bem
conhecida do nosso mestre JESUS em que ELE dizia: ORAI E VIGIAI. Acredito que é
das ferramentas mais importantes que temos.
Não podemos pensar na morte só quando a
idade avançar; o tempo passa muito rápido... pensar na morte, com o olhar da
evolução espiritual não é pessimismo, é consciência!
Quantos de nós já estão no inferno, com
depressões, egoísmos, materialismos e doenças das mais variadas espécies?!
Quantos de nós já vivem no céu, com os seus
estados de paz, harmonia, paciência e bem querer?! ... olhemos à nossa volta.
O inferno é ilusão, dor, controle, apego,
medo, egoísmo, negligência, fascínio, vaidade e futilidade.
O céu é o amor, a entrega espiritual, a
paciência, a tolerância, o respeito, o perdão e a gratidão.
Onde estás tu hoje?
Para onde queres ir amanhã?....depende só de
ti.
Acredita... é possível estarmos no
céu...acho que estamos todos a caminho.
Estamos fadados a deixar tudo o que
acreditamos ao longo de uma vida, sem aviso prévio, todas as nossas relações,
os nossos ganhos e as nossas perdas também estão nesse pacote.
Por isso... aqui vai um convite... de acesso
a um significado existencial diferente do aprendido... podemos sentir-nos e ser
diferentes do aprendido e tirar proveito... podemos entrar e sair da tela
quando e como quisermos e termos mais autonomia.
Estamos num planeta, que é um lugar para
criarmos os nossos próprios filmes e não para vivermos o filme dos outros sem
sabermos.
E já agora...já escolhemos onde queremos
estar hoje?...no céu ou no inferno....ah pois... bem me parecia...queremos
estar no céu.
ACREDITEMOS EM NÓS.
Ana Tavares
3 comentários:
Com palavras suaves, mas profundas, deste muitas respostas com simplicidade e sabedoria a muitas questões de quem procura saber quem é, o que faz aqui, e para onde vai.
Bem-hajas pela partilha.
Há 3 maneiras clássicas de encarar Deus:
- Ateu: não existe Deus
- Agnóstico: não sabe, nem se interessa se existe ou não Deus
- Crente: Deus existe
De acordo com este pensar, pode haver ou não inferno e céu
Sarte, um dos grandes filósofos de século XX, dizia que “o inferno são os outros”. Pena não ter definido céu…
Sobre o assunto que a Ana trouxe à nossa discussão, cada um vai tirar a sua conclusão.
Eu também acredito que Deus é Amor e que fomos criados para a felicidade.
E se Deus não castiga, então talvez sejamos nós próprios, com uma consciência absolutamente lúcida, a castigar-nos. Quando e como?
Que castigo? Seguramente com a ausência de amor.
De facto Jesus disse: “Vigiai e orai”, mas faltou a segunda parte, “para não cairdes em tentação”. Ora isto faz toda a diferença…
Não deixa de ser interessante a ideia de no mesmo dia podermos estar no céu e no inferno. O problema é que estes estados não se podem definir de maneira tão banal e superficial.
Onde quero permanecer por toda a eternidade? Obviamente na ligação com o AMOR INFINITO.
Mais um texto teu, Ana, forte, que levanta o véu deixando para trás os medos que o tema habitualmente suscita.
O tema Morte é central em todas as religiões. O ateísmo também dá a sua resposta. Muitas são as crenças, a vida para além da passagem ao "desconhecido". A vida para além túmulo é crença mais frequente.
Muitos livros escritos, muitas teorias e agora terapias que glosam a Morte, numa tentativa de explicação, nuns casos, estudo noutros ou fuga ao medo entranhado que o tema provoca.
Quando se fala de Morte, o comentário generalizado é: "que mórbido!" ou " não gosto nada de falar desse assunto, sinto um aperto...!!!".
Poucos são os que assumem o medo real e profundo, carnal diria, que esta temática provoca. E no entanto, quando se pergunta "Tem uma religião? e tem fé'" a resposta é na maior parte dos casos uma afirmação.
E o teu texto, Ana, vem dar uma perspectiva diferente. De ler, reflectir e....
Beijinho Ana! Bem-hajas!
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