sábado, 16 de maio de 2015

Para onde vamos quando morremos?



Na história da humanidade, a cada período de 2000 a 2500 anos, dá-se uma mudança de paradigmas ou seja, o que antes era uma verdade já não é mais. No entanto devo dizer que aquilo que vou escrever é simplesmente uma partilha que faço convosco tendo consciência de que nada sei e, por ser um assunto tão polémico, não quero ferir susceptibilidades... vou escrever o que sinto e o que me vai na alma.

Einstein revolucionou a física através da teoria da relatividade e a sua comprovação fez com que surgisse a física Quântica e as novas tecnologias.
O que fez com Einstein saísse do lugar comum dos mortais, para entrar para a galeria de homens geniais da nossa História ?
Escolhi este exemplo, porque sabe-se que Einstein fazia contacto com a sua "alma". Eu penso que quando se está ligado à alma, a pessoa intui e lida com as coisas da vida de uma forma mais harmoniosa e realizadora.
Eu acredito na alma eterna que se perpétua pelos séculos sem fim.
Um dia, na hora certa, quando sairmos definitivamente do nosso corpo, a realidade extrafísica apresentar-se-á à nossa frente.
Quando o nosso corpo físico morre, no fim da nossa vida terrena, ou encarnação, a nossa alma nasce para o mundo espiritual, que é a nossa morada original.
O Amor que nos criou está à nossa espera e a cada um de nós será dado conforme as nossas obras.
Apercebo-me de que há uma grande distorção em relação à construção da imagem de um Deus que castiga e pune os seus filhos pecadores.
O livre-arbítrio é uma verdade incontestável, no entanto a lei do retorno ou karma mostra, não só aos olhos da espiritualidade, que toda a acção gera consequências. São leis universais que nós seres humanos precisamos de compreender melhor antes de colocarmos a culpa em DEUS, ou ainda temer a sua fúria. Tenho a certeza de que será um grande erro.
O grande equívoco humano é não compreender as leis universais que regem a evolução da nossa espécie. Isso atrapalha-nos muito, rouba-nos tempo e aprisiona-nos. Eu penso que precisamos ir ao encontro dessas verdades, que nos libertarão.

Agora vou fazer aquela pergunta, que todos nós de vez em quando pensamos:
EXISTE CÉU E INFERNO?

Eu penso que sim, mas são estados de consciência, criados por nós mesmos. Quando morremos a nossa sintonia espiritual, resultante dos nossos actos, padrão moral, carácter e ética, leva-nos por atracção magnética para dimensões da mesma sintonia.
Mas, por favor, não pensem que vão ser castigados... não existe castigo de Deus...existe sim consequência aos nossos actos.

Há uma coisa que todos nós gostaríamos de saber que é: 
No final da nossa existência, vamos para o céu ou para o inferno?
Eu penso que não precisamos chegar a esse dia para saber... vamos parar e sentir... apenas sentir agora neste momento:
 - Como me sinto agora?
- Quais são as minhas atitudes, o meu padrão moral e a minha ética?
- O que eu estou a emitir para o universo?
- É amor, ódio ou lixo psíquico?
- Tenho amor dentro de mim e expresso-o aos meus semelhantes e ao mundo à minha volta?
O tipo de morada que a nossa alma imortal irá encontrar depende muito das respostas das perguntas acima.
É lógico que a sabedoria universal vai levar-nos para a morada que melhor se adapta ao nosso estado de consciência. Se não compreendermos que temos de fazer esforços válidos e significativos para a nossa evolução, chegar a nossa hora sem que nenhum benefício seja conquistado, é lógico que sejamos atraídos para zonas do plano espiritual em que a dor e o sofrimento serão nossos companheiros... não porque há um Deus que pune... volto a lembrar ... mas sim uma sabedoria suprema que proporciona ao ignorante das verdades universais a ferramenta pedagógica necessária que o leve a uma aprendizagem ao seu nível evolutivo. Uma coisa é certa, não temos como fugir, aprenderemos pelo amor ou pela dor, só não temos é como parar a lei máxima da evolução constante ou seja, temos de aprender de uma forma ou de outra.

Quando temos muita dor e sofrimento, pensamos muitas vezes para nós mesmos:
- Até quando é que isto vai durar?
- Por quanto tempo mais tenho de aguentar?
Eu digo:
Até que as leis que regem os acontecimentos se façam...
Até que os níveis de consciência, se elevem...
Até que a luz clareie a escuridão... e por fim...
Até que da lama nasça a flor de Lótus.

E é assim... ir para o céu ou para o inferno depende exclusivamente de nós mesmos. A todo o momento podemos tomar decisões que nos sintonizem com essas duas frequências opostas. Um dia podemos estar no céu e no outro dia estar no inferno. Estou a lembrar-me daquela frase bem conhecida do nosso mestre JESUS em que ELE dizia: ORAI E VIGIAI. Acredito que é das ferramentas mais importantes que temos.
Não podemos pensar na morte só quando a idade avançar; o tempo passa muito rápido... pensar na morte, com o olhar da evolução espiritual não é pessimismo, é consciência!
Quantos de nós já estão no inferno, com depressões, egoísmos, materialismos e doenças das mais variadas espécies?!
Quantos de nós já vivem no céu, com os seus estados de paz, harmonia, paciência e bem querer?! ... olhemos à nossa volta.
O inferno é ilusão, dor, controle, apego, medo, egoísmo, negligência, fascínio, vaidade e futilidade. 
O céu é o amor, a entrega espiritual, a paciência, a tolerância, o respeito, o perdão e a gratidão.

Onde estás tu hoje?
Para onde queres ir amanhã?....depende só de ti.
Acredita... é possível estarmos no céu...acho que estamos todos a caminho.

Estamos fadados a deixar tudo o que acreditamos ao longo de uma vida, sem aviso prévio, todas as nossas relações, os nossos ganhos e as nossas perdas também estão nesse pacote.
Por isso... aqui vai um convite... de acesso a um significado existencial diferente do aprendido... podemos sentir-nos e ser diferentes do aprendido e tirar proveito... podemos entrar e sair da tela quando e como quisermos e termos mais autonomia.
Estamos num planeta, que é um lugar para criarmos os nossos próprios filmes e não para vivermos o filme dos outros sem sabermos.
E já agora...já escolhemos onde queremos estar hoje?...no céu ou no inferno....ah pois... bem me parecia...queremos estar no céu.

ACREDITEMOS EM NÓS.

Ana Tavares

3 comentários:

Anónimo disse...

Com palavras suaves, mas profundas, deste muitas respostas com simplicidade e sabedoria a muitas questões de quem procura saber quem é, o que faz aqui, e para onde vai.

Bem-hajas pela partilha.

Ernesto disse...

Há 3 maneiras clássicas de encarar Deus:
- Ateu: não existe Deus
- Agnóstico: não sabe, nem se interessa se existe ou não Deus
- Crente: Deus existe
De acordo com este pensar, pode haver ou não inferno e céu
Sarte, um dos grandes filósofos de século XX, dizia que “o inferno são os outros”. Pena não ter definido céu…
Sobre o assunto que a Ana trouxe à nossa discussão, cada um vai tirar a sua conclusão.
Eu também acredito que Deus é Amor e que fomos criados para a felicidade.
E se Deus não castiga, então talvez sejamos nós próprios, com uma consciência absolutamente lúcida, a castigar-nos. Quando e como?
Que castigo? Seguramente com a ausência de amor.
De facto Jesus disse: “Vigiai e orai”, mas faltou a segunda parte, “para não cairdes em tentação”. Ora isto faz toda a diferença…
Não deixa de ser interessante a ideia de no mesmo dia podermos estar no céu e no inferno. O problema é que estes estados não se podem definir de maneira tão banal e superficial.
Onde quero permanecer por toda a eternidade? Obviamente na ligação com o AMOR INFINITO.

alice marques disse...

Mais um texto teu, Ana, forte, que levanta o véu deixando para trás os medos que o tema habitualmente suscita.

O tema Morte é central em todas as religiões. O ateísmo também dá a sua resposta. Muitas são as crenças, a vida para além da passagem ao "desconhecido". A vida para além túmulo é crença mais frequente.

Muitos livros escritos, muitas teorias e agora terapias que glosam a Morte, numa tentativa de explicação, nuns casos, estudo noutros ou fuga ao medo entranhado que o tema provoca.

Quando se fala de Morte, o comentário generalizado é: "que mórbido!" ou " não gosto nada de falar desse assunto, sinto um aperto...!!!".
Poucos são os que assumem o medo real e profundo, carnal diria, que esta temática provoca. E no entanto, quando se pergunta "Tem uma religião? e tem fé'" a resposta é na maior parte dos casos uma afirmação.

E o teu texto, Ana, vem dar uma perspectiva diferente. De ler, reflectir e....

Beijinho Ana! Bem-hajas!