(Jim Warren) |
Hoje, cruzei-me
comigo. Não foi em vão. Vi os meus olhos nos olhos que escondiam as lágrimas,
no sorriso que brilhou por detrás das nuvens passageiras do momento de perda,
de fracasso ou de desilusão. Lá no fundo vi a Luz.
Mas afinal quem
sou?
Não me conheço.
Sei que sou filha do Pai, por isso tenho a Força e a Justiça plantadas em mim.
D’Ele recebi o testemunho de Amor.
Sei que nasci da
Mãe, por isso tenho germes de Sabedoria e de Beleza. D’Ela recebi o testemunho
de Vida.
Tão grande é a
minha herança, mas não a conheço ainda. Viajo pelos caminhos que se cruzam à
minha frente, tomo decisões de rotas por vezes sem bússola ou orientação.
Cruzo-me com seres que desconheço de olhar, mas que o meu coração reconhece
como sendo iguais, embora de multíplices formas.
Quem sou?
Não me vejo, não
me consigo ver... Sou cega para mim! Ouço rumores de como me vêem. Mas a Mim,
desconheço-me.
Sou surda para
mim, pois não ouço as palavras que digo. Saem, jorram, não sei de onde... Por
vezes acutilantes como lâminas, outras doces como bálsamo em ferida aberta. De
onde veem? Onde nascem? Que vida ganham assim que abandonam a boca que as
pronuncia? E como são recebidas pelos ouvidos que as acolhem?
Quem sou? Quem
somos?
Somos puro
mistério e maravilha! Somos feitos de Nada e de Tudo, de Vida! Sorrimos e
choramos conforme a paisagem à volta. Dentro de nós lagos tranquilos, montanhas
brilhantes, serenidade e completude, Totalidade. Somos, no encontro marcado com
o Ser ... um dia ... sem Tempo, no tempo que fazemos e tantas vezes escolhemos.
1 comentário:
O maior cego é o que não quer ver. E apesar de ser "cego" no espírito, sou um "mistério e uma maravilha". Que acontecerá quando deixar que os meus "olhos da alma" se abram? Mistério maravilhoso!
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