O Amor
Quando o amor vier ter convosco,
Seguros embora os seus caminhos sejam árduos
e sinuosos.
E quando as suas asas vos envolverem,
abraçai-o, embora a espada oculta sob
as asas vos possa ferir.
E quando ele falar convosco, acreditai,
Embora a sua voz possa abalar os vossos
sonhos como o vento do norte
devasta o jardim.
Pois o amor, coroando-vos, também vos
sacrificará. Assim como é para o
vosso
crescimento também é para a vossa decadência.
...
E depois entrega-vos ao seu fogo
sagrado, para que vos tomeis pão sagrado
para a sagrada festa de Deus.
...
O amor não tem outro desejo que o de se
preencher a si próprio.
Mas se amardes e tiverdes desejos, que
sejam esses os vossos desejos:
Fundir-se e ser como um regato que corre
e canta a sua melodia para a noite.
Para conhecer a dor de tanta ternura.
Ser ferido pela vossa própria compreensão
do amor;
...
E sangrar com vontade e alegremente.
Despertar de madrugada com um coração
alado e dar graças por mais um dia
de amor;
Repousar ao fim da tarde e meditar sobre
o êxtase do amor;
Regressar a casa à noite com gratidão;
E depois adormecer com uma prece para os amados do vosso coração e um
cântico de louvor nos vossos lábios.
In O Profeta,
Kahlil Gibran
Difícil, senão impossível, exprimir o que me vai na alma depois do dia de ontem.
Apesar de tudo o que faz de nós seres humanos, que nos "obriga" a dar passos que tantos vezes não compreendemos, os rostos, sorrisos, gestos e ternura, numa dádiva do coração que vivemos ontem - entre presentes pelo corpo e alma e ausentes fisicamente por impossibilidade - foi um cântico de Amor.
Amor à Vida, ao que construimos dia a dia em nós e que vai tomando forma, cada vez mais explícita na Egrégora de Dom que nos une.
Um "bem-hajam" não basta, pois é imensa a gratidão,
A Todos os "nossos" pelo coração,
À Vida que ensina a Amar,
Ao Fado que nos faz únicos
À Luz que nos guia
Ao Espaço infinito onde nos movemos
À Ínfima Partícula que somos
Às Bússolas que nos orientam
Ao Tudo!