sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Apontamentos de um Poeta...



A vida traz-nos também momentos felizes…
Por muita tristeza ou dor, que nos invada o coração, sentindo o sofrimento que grassa à nossa volta em tantos que revelam o seu íntimo da vida que lhes parece madrasta, sempre encontramos ocasiões especiais que nos preenchem e extasiam.
E naquilo como aqui, quem não tem momentos desses, captados pelos seus sentidos em locais e circunstâncias tão diferenciados?
Podem acontecer no convívio da família ou com amigos, na natureza, no teatro ou na dança, na obra do que se faz ou na beleza de um música… e sempre que o prazer aconteça…

Experimentamos desta vez ir ao encontro para  ouvir um poeta…
O poeta que é capaz de ver pela primeira vez o que de tanto visto ninguém vê.

Em que o seu acto poético pode ainda ser um instrumento de libertação do Homem, pela falta de “pão”, amor e justiça.

Que não se acomoda, nem se resigna, rompendo com a imbecibilidade e inércia, lançando “novas mensagens no tempo” com uma humildade e sinceridade tocantes.

Que o destino somos nós que o fazemos, e que nascer pobre não é uma fatalidade, face ao egoísmo e ganância da sociedade materialista que nos tem conduzido, impedindo o direito à felicidade… assim se exprime o poeta..

O poeta que procura reflectir sobre tantas coisas boas e menos boas que acontecem na vida, e sempre vale a pena viver, com coragem para resolver os nossos problemas e tantas vezes os problemas dos outros.

Só quer que cada leitor entenda as suas mensagens e todos fossem mais felizes…o poeta é apenas um instrumento para contrariar a maldade dos homens.

Que é preciso reavivar a comunicação entre as pessoas, e acrescentar o encanto do encontro pessoal com o LIVRO. “Os olhos também falam”. É preciso descobrir no olhar, sentimentos, tantas vezes vazios nas palavras.
…Nem só de pão vive o homem… e para aqueles que devem receber um pão, é preferível dar-lhes metade e outra parte de cultura, porque de certeza se continuarem no mesmo estado, vai permanecer a necessidade do pão da caridade, ou pior da piedade.

Sou feito dos livros que li e cresço nos livros que vou lendo… diz.
O livro pode não transformar o mundo, mas com toda a certeza pode mudar a vida do leitor…

 A obra já não é só minha. É do mundo…afirma!
“Escrevo a minha história, a minha ilusão, a minha aventura ou imaginação” !

Num mundo  cada vez mais desumanizado… o poeta e escritor lançou o livro “Encontro de Vidas”, desta vez um romance que apresentou, desenvolvendo os grandes temas da vida.
E esta, como toda a obra que constrói, é realizada com as pessoas e para as pessoas.

Dou ao mundo a minha vontade de vencer… O meu querer. Diz o poeta !
Não posso ficar calado, vendo a miséria que revolta, sinto a ganância que me choca.
Quero ser igual em todos os dias, para que saibam quem sou !
Quero dedicar meus poemas aos que sofrem as injustiças daqueles que ainda não entenderam que, ninguém conseguirá a felicidade enquanto produzir a tristeza no seu semelhante.

Posso dizer-vos que me preocupa o caminhar apressado das pessoas, sem tempo para pensarem. Todos caminham sem tempo para nada. A vontade de chegar, sem saber onde, na usura de tudo, que atropela e esmaga a esperança de viver.

E as crianças, que a sorte não privilegiou ao nascer, são apanhadas pela velocidade do tempo, na dor, na fome, na desgraça e na indiferença de quem passa.
A sociedade humilha as crianças e faz as pessoas que depois detesta.
Então o POETA, inconformado, grita na esperança que o mundo o ouça. ”Usadas porquê?” As crianças são o melhor do mundo…

Eu não sei, por quanto tempo o mundo vai continuar a praticar tanta injustiça.

Dou de mim tudo o que tenho, tudo o que sou…mas dou ….diz

E nós aqui vimos dar-vos o que ouvi e como senti…e deixar-vos um poema que nos legou:

Mensagem no Tempo

Mensagem no tempo
no tempo que fica,
em tempo de lamento de vida maldita.
Conversa mais conversa, palavras que o tempo apaga
promessa em promessa que conduz a nada!
Alertas que alertam opiniões gerais
para males que afectam classes sociais.
E o mundo continua alheio à sua dor
avança e recua inerte,
há muito que promete,
mas fá-lo sem amor!
Mensagem no tempo,
que o vento espalha no horizonte,
não fiques suspensa no espaço
vence montanhas, corta barreiras,
cerra fileiras, mas leva pra longe o meu abraço.
Mensagem no tempo
em tempo constante,
leva distante meu pensamento,
rasga as entranhas para vencer
e cala pra sempre meu triste lamento!
Se minhas palavras o mundo mudar
e morte causar à razão da pena
feliz vou partir quando a hora chegar
de minh’alma deixar a vida terrena.

Nota
Do encontro com o poeta escritor de Guimarães, Angelino Pereira (vide NetResenhado


Armando Guedes

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