segunda-feira, 24 de junho de 2013

Que estranho sentimento é este que envolve os seres?


Antes de ler, tomar nota de que este artigo poderá ser um "lugar comum".

Hoje um amigo enviou este vídeo que poderia ser visto e arquivado como tantos outros.... Exactamente, tantos outros.... São muitos os documentos que recebemos de gestos, actos de amor entre os seres, neste caso particular entre o felino e o humano.

Neste vídeo o gatinho é exemplo de uma paciência, delicadeza e carinho que habitualmente nós, humanos, nos atribuimos a nós mesmos exclusivamente. Pensamos ser os donos do amor, da inteligência, enfim da vida. 

Se reflectirmos e aprofundarmos um pouco verificamos que na verdade existe uma corda que une todos os seres numa corrente de amor: os minerais, as plantas, os animais.... 

Os minerais são calcados diariamente, constituem o solo de apoio dos nossos pés, calçam as montanhas, formam tapetes belíssimos onde correm os rios e nos deliciamos calcorrear nas sendas de montanha, nas praias... Rochedos ou areia fina, são minerais!

As plantas alimentam-nos, tanto o corpo físico pela alimentação como o nosso "corpo de beleza" na inspiração. Formam as florestas que nos permitem respirar, aromatizam o ar com os perfumes que exalam e nos inebriam e fazem voar, sacrificam-se para que nos aqueçamos, tenhamos abrigo, remédios para o corpo e para a alma. E muito mais!

Os animais, essas maravilhas que nos acompanham no movimento e, quantas vezes, na evolução da vida, uma enumeração simples é difícil: amam-nos, desafiam-nos, alimentam-nos, consolam-nos, inspiram-nos, aquecem-nos, a alma e o corpo, são companheiros de jornada ou belezas longínquas; fizemos deles deuses ou demónios, mas nunca nos foram indiferentes.

Juntam-se os três reinos, mineral, vegetal e animal nesta Terra Mãe, símbolo de Amor. 


Refecte-se na forma como tratamos a Terra o respeito que temos por todos os seres vivos - os 3 Reinos - que nos rodeiam, com quem interagimos e de quem dependemos.

Sim, dependemos. Esquecemo-nos, no nosso orgulho de homens-ditos-senhores, que dependemos da Terra, dos 3 Reinos, para sobrevivermos. Que infelizes somos na nossa cegueira! Criamos necessidades que não o são, chamamos progresso à destruição, vivemos na inversão de valores pensando ser o válido, construimos mitos efémeros a que nos agarramos, enfim vivemos numa quimera que nos levará ao caos de onde emergimos.

E no entanto sopra sempre uma corrente de Amor entre os seres, todos os seres. Se não estivessemos cegos, surdos e perdidos acederíamos ao apelo da Vida e entraríamos na Corrente.

Se pelo menos olhássemos ao Amor que brota à nossa volta nos 3 Reinos que muito menosprezamos....
Se pelo menos tivéssemos a coragem de assumir que não somos senhores de nada, muito menos da Terra, e que o material não é Deus.
Se pelo menos relessemos os escritos passados e retornássemos ao respeito pelo que nos rodeia.
Se pelo menos ouvíssemos o que dizem os Anciãos.

Não querendo ser arauto da desgraça, mas muito actual, transcrevo uma pequena passagem de um manuscrito caldeu que data de cerca de 2000 anos A.C. e que foi encontrado num templo de Lhasa:

"Quando a estrela de Baal caiu no local onde hoje só há água e céu, as sete cidades tremeram e vacilaram com as suas torres de ouro e os seus templos transparentes, como folhas de árvore sob a tempestade.
...
Então, o sábio Mu, grande sacerdote de Ra-Mu, levantou-se e disse:
- Morrereis todos, com os vossos escravos e os vossos tesouros. Das vossas cinzas nascerão novos povos. Se esses povos esquecerem que devem dominar as coisas materiais não só para engrandecerem por elas, mas também para não se deixarem dominar por elas, espera-os a mesma sorte."

Quando os elos da corrente de Amor se tornam mais frágeis, talvez seja necessário refazê-la. É natural, pois de Amor somos feitos e concebidos e é para a Nascente que nos encaminhamos. 

É sobre o material que devemos caminhar e avançar, servindo-nos, mas não o servindo.  Os 3 Reinos auxiliam e caminham a nosso lado, amparando. Eles não são o material. O material é criado pelo homem, no seu apego.




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