quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sortudo


Quando era mais novo, adorava ler as histórias aos quadradinhos, de Walt Disney. E, para mim, havia 3 figuras marcantes: Tio Patinhas, Donald e Gastão.
Tio Patinhas, o soberbo, o avarento, mas também o aforrador, o poupado; Donald, o descontraído, o irresponsável; Gastão, o sortudo.
Talvez todos tenhamos algo das 3 personagens, variando a personalidade de acordo com o factor mais acentuado.
Mas aqui apenas pretendo discorrer um pouco sobre o sortudo. Quantas vezes demos connosco a pensar: “que sorte eu tive”…
Porque os azares também nos batem à porta, é usual dizer de alguém que teve um grande azar: “estava no lugar errado, à hora errada”.
Mas há uma personagem na Bíblia que sempre me intrigou e levou a pensar: “estava no lugar certo, à hora certa”.
E essa personagem é … o chamado BOM LADRÃO !!!!!!!!!!!!!!!!!
Não será especular que, para ser condenado por furto (sabe-se lá o grau, mas devia ser muito grave para ser condenado à morte de cruz) não seria um homem muito recomendável.
No entanto, quer ele, quer o chamado MAU LADRÃO tiveram o “privilégio” de fazer as “honras” a JESUS CRISTO, ficando um à sua direita e o outro à sua esquerda.
E é interessante o diálogo que as 3 personagens tiveram entre si, já levantados na cruz:
Mau ladrão: -“Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também”.
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam, mas Este nada praticou de condenável”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino”.
Jesus respondeu-lhe: “em verdade te digo: hoje estarás Comigo no paraíso”.
E agora imaginemos o Cristo ressuscitado, brilhando de glória, a entrar, de rompante, no paraíso e sentar-se à direita do Pai. Admiração e espanto total no Céu, mas muito mais espanto o ver um ladrão agarrado ao Seu manto, ficando bem pertinho de Deus.
Por isso, penso que este “BOM LADRÃO” foi o bandido mais sortudo da História.
Não é a descrição em si o importante, o acreditar ou não acreditar, mas a lição que podemos tirar:
Saber aproveitar, com humildade, o estar no lugar certo e na hora certa, em benefício da nossa felicidade…


Ernesto Henriques

1 comentário:

André disse...

Será a sorte apenas um acaso? Ou será algo que estará já pré-determinado com um dado objectivo nas nossas vidas e das que nos rodeiam?

Independentemente do que realmente terá acontecido na altura da crucificação, uma vez que nunca saberemos com exactidão se realmente seriam ladrões, ou que palavras terão proferido, poderemos sempre supor que em todo o caso talvez o objectivo de lá estar o Bom Ladrão fosse de mostrar ao mundo Cristão, o valor do arrependimento e da humildade.

Mas as coincidências que o levaram a lá estar naquele preciso momento, talvez sejam mais do que coincidências, talvez seja a vontade de algo superior que nos transcende.