"É condenável todo aquele que, tendo recebido um saber, morre sem o transmitir"
Isâ, ou Issa
Esta foi a citação escolhida para a semana. Aparentemente simples, evidente, sem obrigar a mente a grande esforço, esta frase põe-nos nas mãos uma enorme responsabilidade. Todos, ao longo da vida, recebemos saberes. Todos usufruimos desses mesmos saberes que nos foram passados pelos antepassados, familiares ou não, seja em que domínio for.
Quem não fala daquele prato saboroso que só a avó conseguia, ou então daquelas histórias que nos preencheram a infância, e não só....
Quem não usufrui dos saberes partilhados dos professores, a forma única de cada um transmitir, a personalidade que nos marcou...
Quem não utiliza as descobertas que no quotidiano nos acotovelam e sem as quais muitos de nós já não conseguiram viver....
E aqueles dons especiais, aqueles que nos aquecem a alma, nos fazem ultrapassar os limites impostos pela materialidade. Falo dos dons da Arte, tome ela a forma que tomar: pintura, arquitectura, escrita, música, dança, etc....
E aquele saber, nosso, muito nosso, íntimo, aquele saber que vem do âmago que faz de cada um único. Aquele saber que tantas vezes guardamos embrulhado em papeis de timidez, nas gavetas da insegurança, defendido por armadas e exércitos de medos da diferença.
Já não vamos falar do saber que guardamos para nós por orgulho, por egoísmo, por receio que aquele a quem o possamos transmitir possa tornar-se melhor do que nós. Vamos desculpar-nos com "universos de competência" onde temos de remar, que é a "sociedade"....
Assim é. Será?????
1 comentário:
Logo após ter lido essa frase lembrei-me do papel tão importante dos professores e dos pais... o saber que eles nos transmitem são a base, são o pilar de nós mesmos.
Adorei a reflexão e Parabéns pela forma simples e completíssima a quem a escreveu. E sim, é verdade... há muitos saberes que guardamos só para nós. Não deveria, mas é...
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