- "Eu queria ser feliz, queria ter paz de espírito..."
- "Já senti a felicidade, mas agora..."
- "Como eu era feliz quado era pequenino..."
- "Que saudades tenho do tempo em que podia sorrir. Era tão feliz, sem preocupações..."
Estas são frases que quotidianamente ouvimos e dizemos. Sentidas, vêm lá do fundo dos momentos que são vividos no rodopio da vida que actualmente levamos. O sentimento geral é que o dia a dia é uma luta constante pela sobrevivência, pela busca de emprego ou, para quem o tem, mantê-lo. Outros queixam-se da afectividade, tanto no meio familiar como relacionamentos amigáveis: falta de compreensão, atenção, toque, etc., etc. Outros ainda não têm uma saúde estável ou até mesmo tão precária que o amanhã se apresenta incerto.
Panorama sombrio, não é?
Talvez tenhamos um problema: querer uma determinada bolota e ver o mundo através dela, criar o nosso mundo por ela, num apego desenfreado a valores instalados, mas instáveis. Não nos refirimos aos Valores Altos da Humanidade, como a honestidade, compaixão, amor e outros, que quase poderíamos afirmar em via de extinção nesta sociedade invertida - na sua maioria. Falamos de desejos volúveis e temporários que nos movem, mesmo que temporariamente criem, apresentando-se como válidos aos nossos olhos.
Não saltem ainda. A sobrevivência, a busca de emprego são importantes sim. Precisamos comer, dormir... Mas mais importante ainda é aquela parte de nós que é permanente e estável. Falo do Espírito. Na nossa tormenta diária afastamo-nos d'Ele, esquecemo-nos de quem Somos.
Analisando de outra perspectiva, se tomarmos a bolota como o nosso Ser e enfrentássemos os desafios quotidianos como parte do cenário, se a nossa ligação ao Íntimo fosse real e efectiva, palpável como a bolota, então talvez nada importasse mais do que o Amor ao que Somos. Estamos certos, não é verdade?
Sim, podemos viver na Paz mesmo que tudo se desmorone à nossa volta. Não é a paz que vem da carne sequiosa e passageira, mas da Paz que vem do Espírito que Somos.
Sim, o Caminho até Ela é longo, mas possível. No fundo desse túnel os olhos sorriem, espelho da Luz redescoberta e relembrada, pois nunca deixamos de Ser.
Ser é Paz, Amor, Luz... tudo o que mais necessitamos como bens essenciais para podermos enfrentar a vida diária neste mundo insatisfeito, por vezes cruel, mas apesar de tudo belo.
Boa viagem até ao fundo de nós mesmos, ao encontro de quem realmente somos, um caminho de muitos escolhos, mas entremeado sempre de Paz.