terça-feira, 25 de março de 2014

Destino



“Há pessoas que, ainda que pretendam ocultá-lo perseguem um fim distinto das outras. A sua atitude perante a vida denuncia-os.
(Tolstoi).

DESTINO... será que existe mesmo?

Já quantas vezes nos perguntámos a nós próprios se realmente estamos ou já estivemos em contacto com o nosso verdadeiro destino. Quem é que não gostaria de saber?
Mas como o destino faz parte do jogo que é a vida, é sempre um mistério que terá que ser desvendado por cada um de nós.
A passagem pela Terra, planeta escola, como chamam alguns, nunca é em vão.

Qual a nossa missão?

O que acontece é que alguns de nós vão perguntando isso até ao fim da vida, sem fazerem nada para o descobrir.

O objectivo é só um, o nosso crescimento pessoal. Os caminhos podem ser variados, por isso cada um de nós tem que descobrir o seu. Penso que o destino está sempre a nosso favor, embora muitas vezes até pareça o contrário. Somos seres livres e como tal, temos que fazer escolhas todos os dias. Acredito que nem sempre acertamos, mas os erros também fazem parte da nossa aprendizagem.

Frases como estas fazem-nos pensar ... a vida é bela ... a vida é curta, temos que aproveitar ...mas eu diria: de que serve a vida se ficarmos a vê-la passar. Eu sei que é preciso coragem para encontrar o destino. É preciso também seguir a nossa intuição ou coração e nem sempre é fácil, ou seja às vezes a mente atrapalha ... confunde-nos e engana-nos. Temos que estar em sentido de alerta para não cairmos nas armadilhas da mente.

Eu acredito num destino ou « caminho original » traçado já antes de nascermos, que seria essa a nossa melhor opção, visto estarem aí as nossas melhores chances de evolução. Mas penso que nem todos conseguimos cumprir esse caminho original devido ao critério das nossas próprias escolhas, ou seja: LIVRE ARBÍTRIO.

DESTINO para mim é fé ... é dar o primeiro passo sem se ver o caminho todo ... é acreditar no impossível  ... é seguir o nosso farol e não ter medo de começar de novo.

E depois tudo dá certo?

Não ... nem sempre ... mas às vezes sim!

É aí que a nossa vida começa, quando somos fortes o suficiente para viver uma vida comum de forma incomum... em  «consciência » . Viver em consciência dá-nos oportunidade de sentir o fluxo da vida em conformidade com os nossos sentimentos e emoções. Por isso percebemos para onde a vida nos está a levar ou seja, estamos bem ou estamos mal ... o que poderá ser um sinal. Se nesse caminho sentimos que estamos bem, tranquilos, leves e felizes, então esse é o nosso caminho original: se pelo contrário sentimos que estamos presos, densos e infelizes, então esse não é o nosso caminho original ou seja o nosso destino.

Mas ás vezes... apesar de tudo, sentimos vontade de ficar. Eu penso que a aceitação serena daquilo que não  podemos mudar, com o que apesar de tudo temos de conviver é também um meio de progredir... e quanto mais firmeza, mais perseverança e boa vontade tivermos, mais a harmonia e o senso de missão cumprida é sentido.
A vida é cheia de mistérios e nem sempre o destino é aquilo que pensamos e há muitos que culpam o destino por algo que não lhes corre bem ... como já disse mais atrás o destino está sempre a nosso favor e encarrega-se de apresentar à nossa frente, tudo o que precisamos; no entanto temos sempre que escolher e são essas escolhas que determinam o nosso presente e condicionam o nosso futuro.
A vida completa-se de experiências que nos ensinam e nos transformam; e acredito que ao fim de uma vida, com uma profunda experiência se adquire uma inocência semelhante à das crianças, mas sem ser infantil.


DESTINO  para mim é aceitar a vida em permanente mudança. Nunca podemos esquecer que aquilo que damos é aquilo que vamos receber, mas atenção ... eu penso que muitas pessoas se enganam com esta troca, ao ponto de se sentirem injustiçados e nem acreditarem na lei infalível do retorno, precisamente por estarem à espera do retorno, mas de determinada pessoa. Penso que não é essa a lógica. Em primeiro lugar devemos querer dar, sem receber nada em troca.

Vivendo assim sinceramente o universo devolve tudo; mas ... é ele que escolhe a pessoa que vai entregar esse presente. E é aí que ele nos surpreende ... porque quase sempre é por quem menos esperamos. São mistérios ... que serão sempre mistérios ... no entanto há uma coisa que eu penso ser muito importante e acessível a todos nós que é estarmos atentos ... muito atentos.

A vida é breve ... mas é também um registo sagrado para o qual fomos todos convidados a participar, cada um com o seu papel, encarnando o nosso personagem de corpo e alma, rumo à eternidade.

Seremos nós eternos?
Eu acredito que sim.

Eterno para mim, é tudo aquilo que dura nem que seja uma fracção de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata. 

Ana Tavares

3 comentários:

Alice Marques disse...

Olá Ana,

Muito bom este texto. Custou a ser publicado...

O Destino, um tema que nos "enreda" nas suas teias e malhas... que nos acompanha no quotidiano e reveste a nossa alma.

Digno de ser comentado e reflectido.

Bem-hajas!

Jinho muito fofinho

Unknown disse...

Olá Ana
Mais uma vez obrigada pela partilha de um tema para repensarmos a nossa passagem...
Beijinhos

Unknown disse...

Olá, Ana, a tua visão sobre o destino não é de todo inspiradora! Alguns pensamentos, pela simplicidade, são o simples reflexo da nossa condiçao humana, com as suas fragilidades, incertezas...
Como indivíduos autónomos, libres temos uma longa caminhada neste planeta, muitas vezes com opções variáveis e opostas...Delas surgem destinos divergentes, com mais ou menos felicidade ! Temos sempre muitas escolhas. Devemos realmente sempre "viver em consciência", fazer aos outros o que o nosso coração nos manda, e a nossa segunda voz nos sussurrar, sem esperar especialmente nada em contrapartida, só para nos sentirmos bem.
Mais uma vez viver para o bem é o divino Destino !
Beijo, Ana, vive para ele....