“Há pessoas que, ainda que pretendam ocultá-lo
perseguem um fim distinto das outras. A sua atitude perante a vida denuncia-os. “
(Tolstoi).
DESTINO... será
que existe mesmo?
Já quantas vezes
nos perguntámos a nós próprios se realmente estamos ou já estivemos em contacto
com o nosso verdadeiro destino. Quem é que não gostaria de saber?
Mas como o
destino faz parte do jogo que é a vida, é sempre um mistério que terá que ser
desvendado por cada um de nós.
A passagem pela
Terra, planeta escola, como chamam alguns, nunca é em vão.
Qual a nossa
missão?
O que acontece é
que alguns de nós vão perguntando isso até ao fim da vida, sem fazerem nada
para o descobrir.
O objectivo é só
um, o nosso crescimento pessoal. Os caminhos podem ser variados, por isso cada
um de nós tem que descobrir o seu. Penso que o destino está sempre a nosso
favor, embora muitas vezes até pareça o contrário. Somos seres livres e como
tal, temos que fazer escolhas todos os dias. Acredito que nem sempre acertamos,
mas os erros também fazem parte da nossa aprendizagem.
Frases como
estas fazem-nos pensar ... a vida é bela ... a vida é curta, temos que
aproveitar ...mas eu diria: de que serve a vida se ficarmos a vê-la passar. Eu
sei que é preciso coragem para encontrar o destino. É preciso também seguir a
nossa intuição ou coração e nem sempre é fácil, ou seja às vezes a mente
atrapalha ... confunde-nos e engana-nos. Temos que estar em sentido de alerta
para não cairmos nas armadilhas da mente.
Eu acredito num
destino ou « caminho original » traçado já antes de nascermos, que seria essa a
nossa melhor opção, visto estarem aí as nossas melhores chances de evolução.
Mas penso que nem todos conseguimos cumprir esse caminho original devido ao
critério das nossas próprias escolhas, ou seja: LIVRE ARBÍTRIO.
DESTINO para mim
é fé ... é dar o primeiro passo sem se ver o caminho todo ... é acreditar no
impossível ... é seguir o nosso farol e não ter medo de começar de novo.
E depois tudo dá
certo?
Não ... nem
sempre ... mas às vezes sim!
É aí que a nossa
vida começa, quando somos fortes o suficiente para viver uma vida comum de
forma incomum... em «consciência » . Viver em consciência dá-nos
oportunidade de sentir o fluxo da vida em conformidade com os nossos
sentimentos e emoções. Por isso percebemos para onde a vida nos está a levar ou
seja, estamos bem ou estamos mal ... o que poderá ser um sinal. Se nesse
caminho sentimos que estamos bem, tranquilos, leves e felizes, então esse é o
nosso caminho original: se pelo contrário sentimos que estamos presos, densos e
infelizes, então esse não é o nosso caminho original ou seja o nosso destino.
Mas ás vezes...
apesar de tudo, sentimos vontade de ficar. Eu penso que a aceitação serena
daquilo que não podemos mudar, com o que apesar de tudo temos de conviver
é também um meio de progredir... e quanto mais firmeza, mais perseverança e boa
vontade tivermos, mais a harmonia e o senso de missão cumprida é sentido.
A vida é cheia
de mistérios e nem sempre o destino é aquilo que pensamos e há muitos que
culpam o destino por algo que não lhes corre bem ... como já disse mais atrás o
destino está sempre a nosso favor e encarrega-se de apresentar à nossa frente,
tudo o que precisamos; no entanto temos sempre que escolher e são essas
escolhas que determinam o nosso presente e condicionam o nosso futuro.
A vida
completa-se de experiências que nos ensinam e nos transformam; e acredito que
ao fim de uma vida, com uma profunda experiência se adquire uma inocência
semelhante à das crianças, mas sem ser infantil.
DESTINO
para mim é aceitar a vida em permanente mudança. Nunca podemos esquecer
que aquilo que damos é aquilo que vamos receber, mas atenção ... eu penso que
muitas pessoas se enganam com esta troca, ao ponto de se sentirem injustiçados
e nem acreditarem na lei infalível do retorno, precisamente por estarem à
espera do retorno, mas de determinada pessoa. Penso que não é essa a lógica. Em
primeiro lugar devemos querer dar, sem receber nada em troca.
Vivendo assim
sinceramente o universo devolve tudo; mas ... é ele que escolhe a pessoa que
vai entregar esse presente. E é aí que ele nos surpreende ... porque quase
sempre é por quem menos esperamos. São mistérios ... que serão sempre mistérios
... no entanto há uma coisa que eu penso ser muito importante e acessível a
todos nós que é estarmos atentos ... muito atentos.
A vida é breve
... mas é também um registo sagrado para o qual fomos todos convidados a
participar, cada um com o seu papel, encarnando o nosso personagem de corpo e
alma, rumo à eternidade.
Seremos nós
eternos?
Eu acredito que
sim.
Eterno para mim,
é tudo aquilo que dura nem que seja uma fracção de segundo, mas com tamanha
intensidade, que se petrifica e nenhuma força jamais o resgata.
Ana Tavares
3 comentários:
Olá Ana,
Muito bom este texto. Custou a ser publicado...
O Destino, um tema que nos "enreda" nas suas teias e malhas... que nos acompanha no quotidiano e reveste a nossa alma.
Digno de ser comentado e reflectido.
Bem-hajas!
Jinho muito fofinho
Olá Ana
Mais uma vez obrigada pela partilha de um tema para repensarmos a nossa passagem...
Beijinhos
Olá, Ana, a tua visão sobre o destino não é de todo inspiradora! Alguns pensamentos, pela simplicidade, são o simples reflexo da nossa condiçao humana, com as suas fragilidades, incertezas...
Como indivíduos autónomos, libres temos uma longa caminhada neste planeta, muitas vezes com opções variáveis e opostas...Delas surgem destinos divergentes, com mais ou menos felicidade ! Temos sempre muitas escolhas. Devemos realmente sempre "viver em consciência", fazer aos outros o que o nosso coração nos manda, e a nossa segunda voz nos sussurrar, sem esperar especialmente nada em contrapartida, só para nos sentirmos bem.
Mais uma vez viver para o bem é o divino Destino !
Beijo, Ana, vive para ele....
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