Hoje
fecham-se as festividades natalícias do calendário cristão com a Epifania ,
celebrada doze dias após o Natal (depois de 1969 com a reforma do calendário
litúrgico, passou a comemorar-se 2 domingos apos o Natal).
Convidamos a
dissertar um pouco sobre esta data.
A visita dos
Reis Magos, é mencionada no Evangelho de S. Mateus, que diz em 2,2: “eis que
vieram magos do Oriente a Jerusalém, perguntando: “onde está o rei dos judeus
recém-nascido? Com efeito vimos a sua estrela no e viemos homenageá-lo”.
Dos quatro
evangelistas, apenas S. Mateus refere esta visita, embora os Evangelhos
apócrifos dêem pormenores extraordinários sobre a visita.
Não há uma
especificação do número de Magos, apenas se assume que eram três, Melchior (ou
Melquior ou Belchior), Baltazar e Gaspar, pelos presentes que trouxeram ouro,
incenso e mirra. Pensa-se que estariam ligados ao zoroastrismo da Pérsia. A
liturgia Síria e Arménia menciona doze Reis Magos que são venerados na Teofania
ou Festa das Luzes.
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Melchior era da raça de Sem,
rei da Arábia, com a pele de cor branca
-
Gaspar, da raça de Cham, Rei de
Sabá ou da Etiópia, pele amarela
-
Baltazar da raça de Japhet, rei
de Tarso, vermelha
o que significa
que as três linhagens da raça de Noé vieram prestar homenagem ao Cristo.
Baltazar, o rei
de pele vermelha, vindo de Tharsos, herdeiro da sabedoria atlante, uma vez que
Tarsos é onde se encontram os últimos vestígios atlantes.
Um aparte
interessante: a constelação Orion, na altura magnífica a brilhar no meio de
céu, tem três estrelas na sua cintura: Alnitak, Mintaka e Alnilam que formam o
Cinturão de Orion, as chamadas “Três Marias” ou “Três Reis”.
A designação de
Mago é muito interessante, pois um Mago é aquele que pratica a Magia (não
confundir com bruxaria). Os Magos são sacerdotes que estudam as várias ciências
como a observação do céu – astronomia e astrologia – a Natureza, as
Matemáticas, a Filosofia, a Alquimia, etc.. São seres de grande Saber. Os Reis
Magos da Tradição têm o poder temporal – são Reis – e adeptos iniciados na
Teurgia – Magos. A pele que os reveste toma três cores diferentes, que podem
ser associadas aos três estádios alquímicos ou ainda a três fases no caminho da
espiritualidade. A matéria bruta (negra) deve ser purificada (branca) para
então ser fecundada pelo enxofre (amarelo) e atingir o ouro ou cinábrio
(vermelho).
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o presépio – Atanor
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Maria – Água
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José –Ar
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Boi – Terra
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Burro – Fogo
Todos à volta de Jesus – o Éter ou Akasha.
Estes Reis Magos
oferecem três presentes:
Ouro – símbolo
da realeza
Incenso –
símbolo do sacerdócio
Mirra – símbolo
do sacrifício, do amor.
Que podem também simbolizar o despertar, a iniciação e o estado realizado
de Homem perfeito; sacerdote e rei do reino interior e exterior.
Como este artigo é apenas um conjunto para
reflexão, vamos terminar com uma citação de um autor do Século VI, feita por Fulcanelli,
na sua obra “O Mistério das Catedrais”:
“Todos os anos, estes homens (os Magos) depois das colheitas, subiam a um
monte que, na sua língua, se chamava Monte da Vitória, onde havia uma caverna
talhada na rocha e agradável pelos ribeiros e árvores que a cercavam. Chegados
ao monte, lavavam-se, oravam e louvavam a Deus em silêncio durante três dias. É
o que praticavam de geração em geração, esperando sempre que, por acaso, a estrela
da felicidade aparecesse na sua geração. Mas, no fim, ela apareceu sobre este
Monte da Vitória sob a forma de uma criancinha e oferecendo a figura de uma
cruz. Ela falou-lhes, instruiu-os, e ordenou-lhes que partissem para a Judeia....
– A estrela precedeu-os assim durante dois anos, e nunca lhes faltou pão nem água...”.
Que a Boa Estrela guie cada um, nunca falte o pão e água do corpo nem do Espírito,
para que o Caminho se faça e a Obra se realize.
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