quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O problema da Fé



(Fotografia: Raquel Silva)


Confundem-na com utilidade de ocasião.

Supõem-na valor de que se deva dispor levianamente.

Crêem-na de efeito urgente.

Possuem-na como se fora moeda de trocas, com que se pode negociar com a Divindade.

Quando, porém, os resultados não se fazem imediatos, lucrativos oferecendo prémios transitórios, dizem-se decepcionados e então deblaterando desertam…

Alguns têm-na de forma natural, outros conseguem-na mediante a reflexão e o estudo.

Aguardam-na como meio de se evadirem das consequências dos erros e leviandades, desta e de outras existências….

A Fé além de virtude espontânea também é conquista intelectual.

Refiro-me à fé religiosa, porquanto crer é qualidade inerente ao ser.

Crê-se por hábito, por acomodação pelo fenómeno da razão. É necessário no entanto, reflectir melhor para fixa-la em profundidade. Adubá-la com os valiosos recursos da oração e do trabalho edificante, a fim de que não enfraqueça e desapareça. Tem a Fé a função essencial de oferecer forças para solucionar problemas e suavizar a dor. Assim a dor muda de configuração. Deixa de ser o aguilhão do resgate para se transformar em força - estímulo para a vida, desafio para o avanço e auto-realização.

A Fé é ponte divina por onde transitaremos da nossa pequenez na direcção abençoada da liberdade total e grandiosa!

Raquel Silva

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