(Fotografia: Raquel Silva) |
Confundem-na com utilidade de ocasião.
Supõem-na valor de que se deva dispor levianamente.
Crêem-na de efeito urgente.
Possuem-na como se fora moeda de trocas, com que se pode negociar
com a Divindade.
Quando, porém, os resultados não se fazem imediatos,
lucrativos oferecendo prémios transitórios, dizem-se decepcionados e então
deblaterando desertam…
Alguns têm-na de forma natural, outros conseguem-na mediante
a reflexão e o estudo.
Aguardam-na como meio de se evadirem das consequências dos
erros e leviandades, desta e de outras existências….
A Fé além de virtude espontânea também é conquista
intelectual.
Refiro-me à fé religiosa, porquanto crer é qualidade
inerente ao ser.
Crê-se por hábito, por acomodação pelo fenómeno da razão. É
necessário no entanto, reflectir melhor para fixa-la em profundidade. Adubá-la
com os valiosos recursos da oração e do trabalho edificante, a fim de que não
enfraqueça e desapareça. Tem a Fé a função essencial de oferecer forças para
solucionar problemas e suavizar a dor. Assim a dor muda de configuração. Deixa
de ser o aguilhão do resgate para se transformar em força - estímulo para a
vida, desafio para o avanço e auto-realização.
A Fé é ponte divina por onde transitaremos da nossa pequenez
na direcção abençoada da liberdade total e grandiosa!
Raquel Silva
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