(Mestre Lima de Freitas: Preste João) |
Há muitas formas de falar de Iniciação. Aqui, no Caminho, temos a
iniciação ao Reiki e, se alargarmos o significado, podemos falar de iniciação à
meditação, ao yoga, à dádiva, ao Amor. Iniciar é começar, todos sabemos.
Então, de que fala Eliphas Lévi no artigo anterior? Que Iniciação
é esta?
Quando se fala dos Mistérios de Eleusis, do Egipto, ou
de Homens de grande sabedoria, diferentes, como Hermes Trimegisto ou Hissa, Rumi, estamos a falar de Iniciados. São seres de grande
Conhecimento, íntegro, total e integrado.
Todos temos a possibilidade de aceder a este Caminho. Para trás
têm de ficar as velhas roupagens de conceitos, concepções e explicações
exotéricas, lógicas mas limitadas. Temos de ousar fazer perguntas, ousar
receber respostas que, por vezes, nos escandalizam, que nos sabem a “pecado” e
nos acordam medos antigos. São incursões em saberes escondidos e frequentemente
“proibidos”, é vasculhar simbolismos e mitos, tomar sendas que não sabemos onde
levam. É preciso armar-se de coragem, e uma espada.
O neófito enfrenta a solidão de quem deixou para trás lugares
confortáveis e estáveis, ligações duradouras e seguras. Com isto não queremos
dizer divórcios, ou cortes familiares. Falamos de cortes no íntimo de cada um,
de desapegos. É fácil confundir desapego com desamor. O amor desapegado é mais
forte, mais puro e, sobretudo, em liberdade.
É esta liberdade que o Iniciado
adquire. Para a conseguir, pelo Caminho deixa fantasmas do que foi, deixa vidas
nesta vida, imagens da sua história pessoal, medos e sonhos, vivências de quem
foi. Passa pela morte de si mesmo. Uma morte íntima e profunda, morte não
física mas ainda mais sentida e, porque não?, dolorosa. Torna-se um homem novo.
Pelo Caminho aprendeu a Vontade que persevera, mesmo quando todos
se voltam contra ele, mesmo quando é incompreendido, acusado ou apontado. - Eles
não fazem por mal, apenas não compreendem que o Caminho que o Iniciado tomou é
outro, diferente, onde as Leis e Valores não são os mesmos.
Pelo Caminho aprendeu a ousadia, de descobrir caminhos
marítimos onde habitam Adamastores
e desconhecidos. Sim, marítimos, pois somos mares de emoções...
Pelo Caminho aprendeu o Silêncio...
Sim, Eliphas Lévi tem razão em nossa opinião quando diz: “Podeis vê-lo muitas vezes triste, nunca abatido nem
desesperado; muitas vezes pobre, nunca envilecido nem miserável; muitas vezes
perseguido, nunca abandonado nem vencido”. A tristeza, a pobreza, a batalha fazem parte do
Caminho, mas não são o Caminho. O Iniciado adquiriu o equilíbrio
perfeito do Centro da Cruz. Ele sabe o Equilíbrio. Ele aprende a Ser, a Viver e
não Ser Vivido.
Em busca da Sabedoria, da Iniciação,
do Encoberto, passo a passo vamos desbravando mares e caminhos. No olhar a
Graal, a Demanda do Ser.
3 comentários:
E se isto fosse mesmo assim?
(continuo a coçar na cabeça...)
Olá Ernesto! Bem-haja pelo comentário! É um homem de coragem!
Se assim não fosse faria sentido?
Se assim não fosse a Perfeição seria Perfeita?
Se assim não fosse qual a razão do Caminho?
Jinhos fofinhos
O caminho do Iniciado... o despertar Espiritual... Meus queridos amigos, ao ler este texto, fiquei arrepiado... Um arrepio que se faz sentir o vibrar da imensidão... À coisas muito simples que são difíceis descrever e explicar, precisamente pela sua simplicidade e naturalidade é algo claro e transparente, mas que não tem a mesma amplitude para todos… ainda…É algo que nasce sem esforço no momento certo…
A beleza do sentir e percecionar prende-nos a cada momento presente, sem estarmos presos ou agarrados a nada…dentro de cada condicionamento em nossas vidas somos completamente livres, sinto isso como um dos grandes milagres que podemos realizar na vida…
“ A liberdade é oferecida a todos, mas nem todos se sabem apoiar nela”
Eliphas Lévi
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