quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Falar de Iniciação


(Mestre Lima de Freitas: Preste João)


Há muitas formas de falar de Iniciação. Aqui, no Caminho, temos a iniciação ao Reiki e, se alargarmos o significado, podemos falar de iniciação à meditação, ao yoga, à dádiva, ao Amor. Iniciar é começar, todos sabemos.

Então, de que fala Eliphas Lévi no artigo anterior? Que Iniciação é esta?

Quando se fala dos Mistérios de Eleusis, do Egipto, ou de Homens de grande sabedoria, diferentes, como Hermes Trimegisto ou Hissa, Rumi, estamos a falar de Iniciados. São seres de grande Conhecimento, íntegro, total e integrado.

Todos temos a possibilidade de aceder a este Caminho. Para trás têm de ficar as velhas roupagens de conceitos, concepções e explicações exotéricas, lógicas mas limitadas. Temos de ousar fazer perguntas, ousar receber respostas que, por vezes, nos escandalizam, que nos sabem a “pecado” e nos acordam medos antigos. São incursões em saberes escondidos e frequentemente “proibidos”, é vasculhar simbolismos e mitos, tomar sendas que não sabemos onde levam. É preciso armar-se de coragem, e uma espada.

O neófito enfrenta a solidão de quem deixou para trás lugares confortáveis e estáveis, ligações duradouras e seguras. Com isto não queremos dizer divórcios, ou cortes familiares. Falamos de cortes no íntimo de cada um, de desapegos. É fácil confundir desapego com desamor. O amor desapegado é mais forte, mais puro e, sobretudo, em liberdade. 

É esta liberdade que o Iniciado adquire. Para a conseguir, pelo Caminho deixa fantasmas do que foi, deixa vidas nesta vida, imagens da sua história pessoal, medos e sonhos, vivências de quem foi. Passa pela morte de si mesmo. Uma morte íntima e profunda, morte não física mas ainda mais sentida e, porque não?, dolorosa. Torna-se um homem novo.

Pelo Caminho aprendeu a Vontade que persevera, mesmo quando todos se voltam contra ele, mesmo quando é incompreendido, acusado ou apontado. - Eles não fazem por mal, apenas não compreendem que o Caminho que o Iniciado tomou é outro, diferente, onde as Leis e Valores não são os mesmos.

Pelo Caminho aprendeu a ousadia, de descobrir caminhos marítimos  onde habitam Adamastores e desconhecidos. Sim, marítimos, pois somos mares de emoções...

Pelo Caminho aprendeu o Silêncio...

Sim, Eliphas Lévi tem razão em nossa opinião quando diz: “Podeis vê-lo muitas vezes triste, nunca abatido nem desesperado; muitas vezes pobre, nunca envilecido nem miserável; muitas vezes perseguido, nunca abandonado nem vencido”. A tristeza, a pobreza, a batalha fazem parte do Caminho, mas não são o Caminho. O Iniciado adquiriu o equilíbrio perfeito do Centro da Cruz. Ele sabe o Equilíbrio. Ele aprende a Ser, a Viver e não Ser Vivido.

Em busca da Sabedoria, da Iniciação, do Encoberto, passo a passo vamos desbravando mares e caminhos. No olhar a Graal, a Demanda do Ser.

3 comentários:

Ernesto disse...

E se isto fosse mesmo assim?
(continuo a coçar na cabeça...)

alice marques disse...

Olá Ernesto! Bem-haja pelo comentário! É um homem de coragem!

Se assim não fosse faria sentido?

Se assim não fosse a Perfeição seria Perfeita?

Se assim não fosse qual a razão do Caminho?

Jinhos fofinhos

carlos manuel disse...

O caminho do Iniciado... o despertar Espiritual... Meus queridos amigos, ao ler este texto, fiquei arrepiado... Um arrepio que se faz sentir o vibrar da imensidão... À coisas muito simples que são difíceis descrever e explicar, precisamente pela sua simplicidade e naturalidade é algo claro e transparente, mas que não tem a mesma amplitude para todos… ainda…É algo que nasce sem esforço no momento certo…
A beleza do sentir e percecionar prende-nos a cada momento presente, sem estarmos presos ou agarrados a nada…dentro de cada condicionamento em nossas vidas somos completamente livres, sinto isso como um dos grandes milagres que podemos realizar na vida…


“ A liberdade é oferecida a todos, mas nem todos se sabem apoiar nela”
Eliphas Lévi