segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Amor!


(Afrodite e Eros)



Amor, como Arte, Ciência, Religião ou Política, é basilarmente uma busca da Unidade, não deve ter nada que ver com instituições, está no melhor para além de toda a palavra e de todo o gesto; tudo o que se faça em Amor é expressão dele, não Ele próprio. Toda a expressão, pode existir por si mesma, sem que fundo algum lhe corresponda.

Ao lado do Amor, e com ele se confundindo, vem toda a gama de compaixões, piedades e carinhos que vão sempre de um superior a um inferior como água que flui descendo para que mate sedes. Creio que duas pessoas realmente se amam quando poderiam passar a vida inteira no silêncio da contemplação, na ausência de tempo, na inexistência de espaço, quando se sentem inteiramente livres e nada querem dos outros senão a suprema liberdade de serem o que são e de tão profundamente se realizarem em  Amador e Amado.

A verdadeira fidelidade é a de qualquer dos dois ao Uno, não a dependência que um pode ter do outro; dois num só espírito está certo, dois numa só carne está certo; o que está errado é tomar-se isso como a subordinação de um espírito a outro e de uma carne a outra.


No fundo, o que há de bom é o poder e a liberdade de Amar, coisas que o mundo em geral mata com seus tabeliães, com as suas igrejas, com os seus códigos que diz mortais, amparando a maior parte da gente, que se não entende na liberdade a que os cromossomas ou a educação deram medo.



Raquel Silva

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