Suspeita é a crença desfavorável acompanhada de desconfiança,
referente a alguma coisa ou a alguém.
Mau juízo decorrente de ideia vaga, sem apoio legítimo, que,
no entanto, se transforma em urze calamitosa, espalhando-se no campo mental e
culminando por asfixiar os nobres ideais em que se devem sustentar as aspirações
humanas.
Normalmente reflecte o estado de espírito daquele que a
agasalha.
A consciência recta não lhe dá guarida, enquanto o
sentimento atormentado padece-lhe a constrição, o enigma.
A suspeita corrói as melhores estruturas, conseguindo
exteriorizar-se em maledicência vinagrosa, que numa frase decepa uma existência
digna.
Ninguém está imune à suspeita do próximo.
Cada um vê uma paisagem conforme a cor das lentes que tem
sobre os olhos. Assim, muitos
fatos parecem o que melhor convém aos espectadores ou às suas personagens.
Abram assim o
espírito à tranquilidade e não estacionem nos degraus da mágoa que a suspeita
dos outros coloca à vossa frente,
nem se facultem a leviandades de
suspeitar de ninguém.
Guardem-se, portanto,
na paz , sem suspeitar de ninguém!
Raquel Silva
2 comentários:
Quem não foi vítima de "suspeita"? Quem não foi julgado por aparências e dizeres? E quantos de nós não julgaram já?
Porque não esperar que a Vida, sábia e prudente, traga ao de cima o azeita da água? Se tiver e dever trazer.... Pois, se não nos disser respeito, não nos envolver porquê suspeitar?
E se deixássemos o coração falar, livre e puro como só ele sabe ser?
E se sessemos a liberdade de cada um agir como homem ou mulher livre que é?
E se aprendessemos a dar e receber simplesmente, num acto de entrega ao Ser, à Vida que somos e transportamos?
Bem-hajas Raquel por este texto, simples e polémico.
Beijinho
Da suspeição ao falso testemunho vai um pequeno passo. E assim se destrói a honra de uma pessoa.
Belo artigo, que me faz pensar no ditado: "Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti".
Grato, Raquel.
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