sexta-feira, 18 de março de 2011



Suspeita é a crença desfavorável acompanhada de desconfiança, referente a alguma coisa ou a alguém.

Mau juízo decorrente de ideia vaga, sem apoio legítimo, que, no entanto, se transforma em urze calamitosa, espalhando-se no campo mental e culminando por asfixiar os nobres ideais em que se devem sustentar as aspirações humanas.

Normalmente reflecte o estado de espírito daquele que a agasalha.

A consciência recta não lhe dá guarida, enquanto o sentimento atormentado padece-lhe a constrição, o enigma.

A suspeita corrói as melhores estruturas, conseguindo exteriorizar-se em maledicência vinagrosa, que numa frase decepa uma existência digna.

Ninguém está imune à suspeita do próximo.

Cada um vê uma paisagem conforme a cor das lentes que tem sobre os olhos. Assim, muitos fatos parecem o que melhor convém aos espectadores ou às suas personagens.

Abram  assim o espírito à tranquilidade e não estacionem nos degraus da mágoa que a suspeita dos outros coloca à vossa  frente, nem se facultem  a leviandades de suspeitar de ninguém.

Guardem-se, portanto, na paz , sem suspeitar de ninguém!


Raquel Silva

2 comentários:

alice marques disse...

Quem não foi vítima de "suspeita"? Quem não foi julgado por aparências e dizeres? E quantos de nós não julgaram já?

Porque não esperar que a Vida, sábia e prudente, traga ao de cima o azeita da água? Se tiver e dever trazer.... Pois, se não nos disser respeito, não nos envolver porquê suspeitar?

E se deixássemos o coração falar, livre e puro como só ele sabe ser?

E se sessemos a liberdade de cada um agir como homem ou mulher livre que é?

E se aprendessemos a dar e receber simplesmente, num acto de entrega ao Ser, à Vida que somos e transportamos?

Bem-hajas Raquel por este texto, simples e polémico.

Beijinho

Ernesto disse...

Da suspeição ao falso testemunho vai um pequeno passo. E assim se destrói a honra de uma pessoa.
Belo artigo, que me faz pensar no ditado: "Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti".
Grato, Raquel.