Creio que posso dizer que todos nós, num momento ou noutro, já passámos por situações em que temos noção de que aquilo que nos é dito não corresponde inteiramente à verdade, que há intenções simuladas. Porquê?
Quantas vezes, em grupo, assistimos a cenas (verdadeiras cenas de teatro), que depois nos são comentadas em privado por cada um dos intervenientes. O que nos é transmitido em particular não corresponde ao que foi dito em grupo, as opiniões quase são contrárias. Porquê?
Já vi alguém estender a mão ao outro, quase chorar com ele e posteriormente fazer comentários duros e de quase desprezo. Porquê?
E aquelas propostas que são feitas para que acedamos a certas solicitações que mais tarde nos serão prejudiciais, falinhas mansas e doces que nos cantam ao ouvido. Porquê?
E aqueles jogos de poder, simulados, aquelas armadilhas que nos armam no caminho por palavras, situações ou não ditos, em que tropeçamos tantas vezes? Porquê?
Já ouvi palavras de apreço, de concordância, até mesmo incentivos, mas negadas por olhares fugidios, corações fechados, acções furtivas, ou então palavras murmuradas, escondidas, escuras na sombra do não dito. Porquê?
Não sei!
Como gostaria que cada momento fosse o que é, reflexo do que somos, pensamos, estamos. Somos espelhos de Vida que o mundo reflete.
Não sei os porquês. Talvez tudo fosse mais fácil, mais claro e luminoso se cada um deixasse de agir como personagem num jogo inventado pelo momento - em que a vitória é um estado de alma de alegria curta e triunfo vão, terminando num vazio dorido e magoado de quem não sabe porque é, porque vive, porque age assim....
Não sei porquê. Sou filha do Tempo. Apesar do que vivi, procuro o porquê. Sei que não me é exterior. É tão profunda a caverna que acolhe o meu Ser, tão tortuosos os Seus caminhos, tão agitado o sono que durmo.
Não sei porquê. Procuro o lago sereno do que Sou, fora do teatro em que estou a ser vivida. Não importa os ciclos de Vida, os actores ou o jogo do momento... apenas importa a Demanda, apenas a Rosa, apenas o Amor.
Não sei como...
Apenas não sei!
2 comentários:
Olá Alice!
Saber que não se sabe e sobretudo aceita-lo, por si só, já é um grande saber…eu chamaria de Sabedoria;
Não pretendo dar a resposta a esse porquê, quando muito se o fizesse, dava a minha resposta e esta estaria sempre incompleta, cada um de nós…cada pessoa tem a sua resposta a esse porquê…ou deveria ter, se não tem, o seu caminho ainda é longo mas perfeitamente alcançável, não pode ser de outra forma…
Cada um de nós estará disposto a arriscar dar a sua resposta a cada situação da vida (de acordo com o que são de verdade sem reservas – mas para isso terá de se conhecer primeiro como ser único e indivisível), expondo-se portanto ao julgamento dos outros sem qualquer receio de represália?
O julgamento: só Deus pode julgar, mesmo assim, será que julga?
Então de que ou de quem temos medo?
Ser ou não Ser… já o dizia Shakespeare.
“Venham a mim as criancinhas porque delas é o Reino dos céus”… foi Jesus de Nazaré quem o disse, uma frase, sem dúvida inspiradora, que nos faz pensar na vida de ânimo mais leve, de forma mais inocente e espontânea.
Beijinhos
E porque temos nós cinco dedos na mão e nenhum é igual?Porquê?Porque cada um deles terá a sua função,o seu papel a desempenhar.Entre alguns seres vivos passa-se pricisamente o mesmo.Seres inadaptados que vagueiam na terra,praticam o conflito em "busca "da elevação.Mas que elevação!!São perigos constantes que nos espreitam.São eles que nos moldam ao longo da vida...Aqui neste planeta "tem" que haver de tudo,se tudo for bom ou se tudo for mau o Planeta Tomba!!!Um abraço bem aconchegadinho no teu coração,minha querida.
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