(Foz do Douro em 20 Janeiro 2013) |
“Olho por olho acaba por tornar o mundo inteiro cego”
in
Mahatma Ghandi
Mahatma Ghandi
(Idealizador e
fundador do atual Estado Indiano e grande defensor do princípio da não agressão
e da resistência pacífica)
É certo que a
expressão do “olho por olho e dente por dente” será uma das mais conhecidas e
polémicas do Antigo Testamento. Talvez deixe de ser tão polémica se soubermos
que na altura esta regra veio introduzir alguma justiça ao que vigorava
anteriormente em que qualquer vingança normalmente era bastante selvagem e desproporcionada
em relação ao delito que a desencadeou.
Mas porquê a
existência desse sentimento considerado tão pouco nobre nos dias de hoje?
Talvez nos
primórdios poderia ter cumprido a sua missão de tentar estabelecer um
equilíbrio de limites e liberdades nas comunidades que se foram formando, mas
nos dias de hoje é algo que se pode tornar perigoso e incontrolável como alerta
Ghandi na sua mensagem, em que violência gera mais violência e que toda a gente
em determinada altura cometerá algum tipo de ofensa a outrem.
Será a vingança
tão necessária neste momento em que existem instituições com a função de manter
o equilíbrio da vida em sociedade assim como a integridade do indivíduo, mesmo
não sendo perfeitas? E qual o ganho resultante em pequenas vinganças relativas
a ofensas menores como em amizades e relacionamentos em que tenhamos sido
magoados de alguma maneira? Terá sido uma paz duradoura? Melhor auto-estima? Um
ego(centrismo) restabelecido? Será que ao oferecermos a outra face não
estaremos simplesmente a dar menos importância às coisas mundanas e passageiras
e a concentrarmo-nos no que realmente importa da vida?
Para terminar
deixo aqui a conclusão do psicólogo Ian McKee que afirma que as pessoas mais
vingativas tendem a ser aquelas motivadas pelo poder, pela autoridade e pelo
desejo de importância. Será que lá no fundo é alguma destas coisas que está por
detrás daqueles nossos momentos de raiva? Ou será simplesmente o desejo pelo
sentimento de justiça igual para todos?
André Silva
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