quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ser

Quem somos? Quem vemos que somos? Quem pensamos que somos?

Num único dia, ou mesmo hora, vemo-nos e pensamo-nos de diferentes formas e sentires. Agora felizes logo melancólicos, a seguir zangados..... Buscamos o equilíbrio.

Como?

Na maioria dos casos no TER: ter alegria, ter beleza, ter amor, para já não falar de bens materiais. Mas será por aí o caminho? Quando pensamos em termos de ter, pensamos em posse, em algo que vem do exterior para o interior, do mundo, do outro para nós.

Então o que nos preenche? 

O exterior? Se assim for, então o nosso interior cria um vazio que se procura preencher continuamente, sem nunca o conseguir plenamente. Vem então a frustração, o desacreditar, o acumular de mais teres, que vão aumentando o vazio criado. Desespero!

Refugiamo-nos então no intelecto. Ideias brilhantes, inteligentes que nos absorvem, enganam, iludem, mas fascinam.

Contudo, o vazio continua, pois o interior ainda não é preenchido por algo interno, nosso. Vamos buscar as ideias, as noções, os conceitos e construimos uma imagem do que pensamos ser. Um dia sem luz, sem sol e sem estímulo... Desespero! Vazio!

O que falta? O SER!

Falta SER alegria, amor, beleza... É interior, faz parte de nós como a nossa carne, a nossa alma. Preenche! Não mais vazio!


Como ser? 

Olhando para dentro, conhecendo, afrontando a pessoa que pensamos ser, o que os outros pensam que somos e dizem que somos e devemos ser, o que querem que sejamos.


SER, por aquilo que EU SOU, o mais íntimo de nós, a Luz brilhante que potencialmente vive em cada um.

SER, como ser inteiro, parte e todo do Universo, o UM infinito.

SER, total, pleno de humanidade, e vazio de pessoa egóica e mutante.

Um longo caminho, pejado de espinhos, onde a senda é estreita e sinuosa, mas livre.




1 comentário:

Ana Luís disse...

É tão fácil dizer "sou feliz porque tenho isto ou aquilo" "tenho amor porque tenho esta ou aquela pessoa."...
Mas é bem melhor dizer eu sou felicidade, eu sou amor... Não é óptimo não termos que procurar nos outros e à nossa volta aquilo que já temos em nós? Ou, mais correctamente, aquilo que somos. Nós somos Tudo.

Existem tantos mundos e no entanto só se vive para um: o mundo material. Trabalha-se para o ter objectos, ter pessoas...
É sempre o ter. Ter ter ter ter...
Possessão. Pura e extrema possessão.
Onde iremos parar? Escolhemos o mundo mais fácil e mais difícil. É o mais visível, o mais próximo mas o mais insaciado, o que nos prende e limita mais.
Percorramos antes o longo caminho, espinhoso mas livre.