sábado, 15 de janeiro de 2011

A Viagem de todos nós...


                              
Comparo a vida a uma viagem de comboio. Uma comparação extremamente interessante porque a nossa vida não passa de uma viagem de comboio. Cheia de embarques e desembarques, pequenos acidente pelo caminho, surpresas agradáveis com alguns embarques e tristezas com os desembarques.

Quando nascemos, ao embarcarmos no nosso comboio, encontramos duas pessoas que acreditamos que farão connosco a viagem até ao fim: os nossos pais. Infelizmente, em alguma estação eles desembarcam, deixam-nos órfãos dos seus carinhos, da sua protecção, do seu amor e afecto. Mas isso, não impede que durante a viagem embarquem pessoas interessantes que virão a ser pessoas especiais para nós. Embarcam os nossos irmãos, amigos e amores. Muitas pessoas apanham este comboio em passeio, outros fazem a viagem experimentando somente tristezas.

No comboio, há também pessoas que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas! Outros tantos, viajam no comboio de tal forma que quando desocupam os seus assentos, ninguém sequer percebe.

Essa viagem é assim, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques.

Sabemos que esse comboio jamais volta.

Façamos esta viagem então da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos os passageiros, procurando em cada um deles o que tem de melhor, lembrando-nos sempre que, em algum momento do trajecto poderão fraquejar e possivelmente precisamos de entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes e certamente alguém nos entenderá.

O grande mistério afinal é que não sabemos em que estação desceremos. E fico a pensar….

E quando eu descer desse comboio sentirei saudades?

Sim. Deixar o meu filho a viajar nele sozinho será muito triste! Separar-me de alguns amigos que fiz nele, dos amores da minha vida, será para mim doloroso.

Mas agarro-me à esperança de que em algum momento estarei na estação principal e terei grande emoção em vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram.

E o que me deixará feliz, é saber que de alguma forma eu colaborei para que ela tenha crescido e tornando-se valiosa.


Raquel Silva

2 comentários:

Ernesto disse...

Quando nasce uma criança, na maioria dos casos é uma ocasião de felicidade para outros. O acto de nascer é, em si mesmo, doloroso: passar do bem-estar quase constante para um mundo novo, com toda a problemática que o envolve.
É a entrada no comboio da vida.
Nessa viagem tomamos consciência do amor, vamos ganhando amigos, vamos aprendendo coisas novas, vamo-nos moldando e preparando para a nossa dura caminhada.
É a fase da alegria.
Mas depois vêm os problemas, o ódio, os inimigos, os abatimentos, a sensação de perdidos, que culmina com a perda dos nossos entes queridos.
É fase de tristeza e de alguma desilusão.
Mas porque acreditamos no SER AMOR (chamado de muitas maneiras), levantamos a cabeça e caminhamos com passo firme para esse SER PERFEITO.
É a fase da esperança.
Obrigado Raquel, por este momento de reflexão…

Ester disse...

A comparação da nossa vida com uma viagem de comboio é a forma mais graciosa e adequada que conheço.
Também na nossa vida as pessoas entram e saem constantemente, mas só aquelas que realmente "marcam presença" é que permanecem para sempre. Existem muitas pessoas que fazem parte da minha vida, porque um dia viajaram comigo e jamais as esquecerei, espero de igual modo fazer parte da vida de algumas das pessoas com quem tive o prazer de partilhar "esta viagem" e que a minha companhia tenha proporcionado algo de bom, positivo e duradouro.