Yamaoka Tesshu, quando era um jovem estudante Zen,
visitou um mestre após outro. Um
dia, finalmente, foi até Dokuon de Shokoku.
Desejando mostrar o quanto já sabia, disse, vaidoso:
- A mente, Buddha, e os seres sencientes, além de tudo,
não existem. A verdadeira natureza dos fenómenos é vazia. Não há realização,
nenhuma desilusão, nenhum sábio, nenhuma mediocridade. Não há o Dar e tampouco
nada a receber!
Dokuon, que fumava, pacientemente, nada disse.
Subitamente acertou Yamaoka na cabeça com o seu longo cachimbo de bambu.
A reacção do jovem foi ficar muito irritado. Berrava imprecações.
- Se nada existe," perguntou, calmo, Dokuon,
"de onde veio toda esta sua raiva?
Conto Taoista
o
2 comentários:
A interpretação da essência nos contos de Zen, é um exercício intimo e individual. Mas neste conto,parece-me ser uma lição sobre o saber, viver e sentir.O jovem estudante de Zen, que já se considerava ter atingido a plena sabedoria, enquanto despejava os seus argumentos, foi atingido na cabeça pelo cachimbo do mestre.
Se o estudante acreditas intimamente no que dizia, a sua reacção perante a admoestação seria o silêncio. Mas, é através destes pequenos gestos que muitos discípulos se tornam verdadeiros Mestres.
Venham lá outras interpretações...
Beijinhos
Aceito o repto da Linda...
Porquê a cabeça a ser atingida? Não é na cabeça que funciona a mente que nos invade de pensamentos inoportunos e acriadores? Nao é a cabeça o centro de emissão da razão dos nossos medos, ansiedades e - porque não - crenças e descrenças?
E muito mais....
Jinho fofinho
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