Hoje um dos gatinhos que me visitam tremia de frio, olhava-me e eu lia nos seus olhos a tristeza do estar só.
Disse-lhe que me deixasse pegar-lhe ao colo, aquecê-lo, que podia entrar na casa.
Nos olhos reflectiu-se o medo de se abandonar a uns braços desconhecidos, atravessar a porta, o incógnito. Sabia que dentro haveria comida, calor e carícias. Mas o medo... paralisava-o. Obrigava-o a fugir dessa porta que se abria num convite.
E perguntei-me: será que a Vida não nos abre, por vezes, portas que por medo não atravessamos? Por medo, desconfiança... o desconhecido. E então vamos culpar o frio, a solidão quando somos nós que não damos "aquele" passo....
1 comentário:
Eu penso que o gatinho tinha dúvidas. Se ele tivesse a certeza que entrando num território desconhecido encontraria a felicidade, certamente o faria.
Mas tem dúvidas...porque tem memórias! E ainda se lembra do pontapé no traseiro que apanhou, só
porque procurava de algo para comer, na casa do outro vizinho.
Por isso, tem medo! Observou-te, e pensou: este Ser parece simpático(a). Poderei confiar? Duvidando, não arriscou, perdendo uma oportunidade de ser feliz.
Enquanto formos reféns das nossas memórias dolorosas, não seremos capazes de vencer o medo. Quando soubermos viver plenamente o "aqui e agora",encontraremos a verdadeira felicidade. Os bons e os maus momentos fazem parte da vida: há que usufruir os primeiros, e aprender com os segundos.
Abracinho
Miau
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