quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Desapego 2


O Desapego é algo muito difícil de praticar e aplicar. Significa termos um sentido apurado para nos “libertarmos” de um certo tipo coisas ou pessoas ou até animais, ás quais estamos presos, por vezes, uma vida inteira.
 Desde o momento em que nascemos estamos inseridos num tipo de sociedade, num país, numa família. Enquanto seres humanos, muitas vezes não vivemos uma vida plena, porque temos demasiadas “prisões”, os nossos preconceitos, os nossos princípios, os da sociedade, etc.
Na fase adulta é por vezes muito complicado “desligarmo-nos” das pessoas de quem gostamos, e encará-las e uma forma mais livre.  Porque se gostamos demasiado de alguém, acabamos por sufocá-la e ela acha-nos “chatas”.  Também temos de ter a capacidade de perceber que estamos a sufocar o outro. Muitas vezes não temos noção disso e continuamos. ..
Mas a nossa vida é tão complicada e stressante, que acabamos por nos agarrar a qualquer coisa, ou a pessoas, e ainda nos perdemos mais. Isto porque a nossa solidão é demasiado grande. Se nos dão carinho, ou algum tipo de atenção, agarramo-nos a isso, quase como uma tábua de salvação. Depois descobre-se que afinal esses sentimentos não são verdadeiros.  Ficamos desiludidos com essas pessoas ou situações, e também  connosco próprios. 
Não são situações fáceis de resolver. Resultam de muitos conflitos internos e externos que nos deixam confusos, baralhados, sem saber qual rumo tomar. Primeiro temos que nos libertar das nossas próprias prisões, para depois deixar fluir todo o resto e permitir que gostemos das pessoas de uma forma diferente, sem deixar de as amar.  É algo muito difícil de por em prática. 
Este fim de semana estive com uma pessoa amiga que era o exemplo do apego, relativamente a uma familiar muito próxima. Ela já partiu, mas continua o forte elo que sempre existiu e com muitas marcas negativas naquela pessoa, resultante daquela relação. Pude perceber que também tenho bastante mudar na minha vida.
O desapego é algo muito difícil de fazer, mas essencial á nossa sobrevivência enquanto seres humanos. Só assim seremos verdadeiramente livres.
 Porque cada um de nós continua a ser “a pessoa mais importante”.
Mary Rosas
2010.01.25

3 comentários:

Anónimo disse...

Os "apegos" nascem dos medos: da perda e da solidão. Quando aceitarmos que a perda, e os momentos de solidão, fazem parte da vida de todos os seres, estaremos preparados para praticar
o "DESAPEGO", amando plenamente, sem "POSSUIR".

Abracinho Amigo

ANABELA disse...

Há muito, muito tempo que não vina ao Blog...obrigada, estava a precisar de ler o que acabei de ler...preciso aprender o desapego...não está fácil
Um abraço.
Anabela (Amarante)

Maria disse...

Este mensagem chegou até mim na altura certa. Estou a viver neste preciso momento uma situação de grande apego e que, para meu próprio espanto, me tem causado algum sofrimento.Sem dúvida que tenho muito trabalho pela frente mas esse é o caminho. obrigada pela partilha. Abraço apertado.

Maria João