sexta-feira, 6 de maio de 2011

Desalento



Equivalente a enfermidade moral, instala-se o desalento apoiando-se em pretextos vários para a destruição da vida.

Chega sorrateiro e modifica a paisagem interior, minando resistências e sombreando ideias antes clarificadas pelo sol do optimismo.

Aqui se nutre de alegações falsas com que se promove a fuga espectacular ao dever e à responsabilidade. Identifica-se com os insucessos passados e estabelece a rede da má vontade com que destroça as alegrias.
Exala cansaço injustificável, produzindo enfermidades imaginárias; instala apatia; favorece o desgoverno da ordem como árbitro da indiferença e raramente se manifesta por meio de ataque violento.

Previne-te contra as artimanhas desse adversário soez, sempre à espreita.
Não te negues prudência e entusiasmo.

Se o trabalho te parece desagradável, reajusta os centros de interesse e renova-te. Caso estejas cansado, busca motivação estimuladora e prossegue.

Quando te identifiques em desilusão, considera o compromisso a que te fixas e reencontra-te.

Seja qual for o motivo, aparentemente justo, para fugires ao dever que te cabe de servir e promover o bem, torna tua a contribuição base que estimule e encoraje os outros, mas não recuses a oração nem o diálogo fraterno com os teus companheiros.

Imagina a planta crestada negando-se ao orvalho da noite, a máquina trabalhada recusando lubrificação, a construção seguindo sem programa, o veiculo disparado sem o auxílio dos freios. Sem dúvida a ruína encarregar-se-á de alcança-los cada um a seu turno.

Na actividade ou no repouso, em  grupo ou a sós, não fomentem futilidades que produzem desencantos ou as dúvidas que suscitam o desalento.


Raquel Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

Bela mensagem!
Quantas vezes o desalento nos faz baixar oa braços e travar o passo?
Só com coragem e determinação, poderemos manter abertas as asas dos nossos sonhos e enfrentar os ventos adversos...
Poderá ser dura a subida da montanha, mas muitas belezas poderemos ver, e saborear, durante a caminhada.

Gostei!

Beijinho