quinta-feira, 12 de maio de 2011

Resistência


A vida já me deu e me tirou
Tais sonhos, tanta fé, tanta ilusão
Que, às vezes, me parece provação
O viver a que, inteiro, inda me dou.

Renasço a cada dia no que sou,
Desperto pela luz, em tal clarão,
Que saio para o mundo, em turbilhão,
Na esp'rança de saber para onde vou.
Não deixarei morrer esta certeza,
De ser, de mim mesmo, a última riqueza,
Vivendo de alma simples, insubmissa.

Insisto em ser sobreiro resistente
A quem roubaram a pele, impunemente,
Mas não se nega, nunca a dar cortiça!...

D.F. Cardoso
Bjs

1 comentário:

Raquel Silva disse...

Gostei muito.Profundo,maravilhoso!Vale a pena ser sobreiro resistente!A partir do momento que nos roubam a pele começa a descoberta do homem a respeito de si memso.Porquê tantas palavras ácidas,tantos actos de azedume,tanto desiquilíbrio investido?Porquê?Ser capaz de não negar nunca a dar cortiça é OBRA!É como uma peça de Arte,fio por fio,fibra por fibra,não nasce feita,faz-se minuto a minuto,na prática do Bem, na Paz da consciência!