sexta-feira, 1 de março de 2013

Delito de opinião!


(Salvador Dali)
1 - Não raro nos confrontamos com situações que nos merecem uma tomada de posição. Quem nunca passou por isso? Estamos preparados para assumir as consequências que advierem da acção tomada?
Olhando à nossa volta damos conta de que nem sempre o resultado é o esperado. Uma boa acção pode ser lida ou tida como uma infame “má” acção… onde tantas vezes a ajuda esperada de conforto nem chega!
Entretanto sempre ouvimos dizer de toda a gente do respeito que merecem as opiniões dos outros…mas será mesmo assim? Ou num mundo estranho do relacionamento humano onde paira tantas vezes a hipocrisia e a intolerância, ter opinião é o passo para um resultado de mágoa  e incompreensão…
Vejamos como hoje se desenvolvem muitos debates mesmo entre pessoas com civilidade inquestionável… Aplica-se tantas vezes aquele princípio de que não vale explicar a quem não quer entender… e aplicado à escola de hoje, o mais difícil para os professores é ter de ensinar a quem não quer aprender.
Chegados aqui já quantos “comentários” temos apanhado do que escrevemos?
Vamos avançar então com uma opinião…pronto!

2 – Quantas vezes chega à nossa mão a “obra” de um artista,  e vem acompanhada de “instruções”!
Pode ser um aparelho  fabricado pelo seu criador, que traz um manual de instruções, onde ele entendeu escrever um conjunto de conselhos e procedimentos para que na sua utilização e funcionamento fossem respeitados de modo a resultarem no seu bom uso.
Mas está o seu utilizador “obrigado” a ler e respeitar as normas que lhe foram presentes ?
Certamente é inquestionável, que ninguém melhor que o artista que o fabricou, poderia dar essas instruções…
Aceitamos que cabe ao utilizador seguir ou não as instruções para o bom funcionamento desse aparelho, etc. … não podendo atribuir-se ao fabricante responsabilidades por indevido desrespeito das instruções dadas!  Ou será que pode ?
É que…segundo a versão,  entenda-se, “não evolutiva”…
Já por cerca de meia dúzia de milénios, o casal humano foi criado para habitar numa Terra paradisíaca. E foram dadas instruções sobre o modo como deviam levar a sua vida. E com o livre arbítrio que também  lhes foi concedido, entenderam não respeitar as orientações que lhes foram dadas. E com esse acto de não acatamento, passaram a experimentar as consequências de ser independente do seu “Criador”. Perderam como que a “garantia” de fabrico…  
Consultando hoje o “livro de instruções”, e tão só a título de exemplo, e num aspecto bem actual, por ser também muito falado, cada vez menos polémico, permita-se, podemos ver que o “criador” tem lá orientações para a vida dos cristãos, e com data de cerca de dois mil anos,  nomeadamente no livro de 1 Coríntios 6:9… e que em certa tradução diz:


Não sejais desencaminhados. Nem fornicadores, nem idólatras, nem adúlteros, nem homens mantidos para propósitos desnaturais, nem homens que se deitam com homens, nem ladrões, nem gananciosos, nem beberrões, nem injuriadores, nem extorsores herdarão o reino de Deus.
... Todas as coisas me são lícitas; mas nem todas as coisas são vantajosas.”


Não tinha Deus legitimidade para dar orientação para bom uso da “obra” criada ?
Pode ele ser agora responsável, entre outros,  pela guerra, violência, ódio e miséria do mundo ?
E não tem, e continua a ter o Homem o livre arbítrio para agir de sua própria vontade  como entender? E não faz isso mesmo com as leis e normas no emprego, na família, na sociedade e na suas actividades, mesmo que elas estejam “reguladas” por leis, como o Código do Trânsito, o Código Criminal, Civil, do Trabalho, etc.? Ou mesmo as mais simples regras indicadas pelo seu “patrão no trabalho?
Ah! Sobre a homossexualidade Deus tem opinião… e o homem tem livre arbítrio!
E assim sujeitamos opinião ao escrutínio doutra opinião… sem delito de opinião!

                                                                                               Armando Guedes





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