sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

BOM ANO NOVO


BOM ANO NOVO


As lágrimas nos olhos bailam,
Não caem, mas dançam…
A musica que sentem,
Está dentro de mim…
Não a ouço, mas sinto-a…
É de uma beleza sem fim.
Algo me queima, será dor?
Não, nada me dói…
É um fogo que marca trilho,
Em meu peito forma um doce calor…
Só o vê, quem sente seu brilho…
Sinto uma explosão de faíscas e cor,
Seu centro com brilho incolor,
Mostra-me que não sou eu…
Mas a luz que de si sai…
Esta Luz é Amor,
O Amor que pertence ao Pai…
Que o Novo Ano que entrar vai,
Nos traga Paz e Harmonia…
Que sintamos Explosão e Raios Seus,
Que sintamos o Amor e a Alegria,
De sermos filhos de Deus…




Feliz Ano Novo.

Elisabete Teixeira

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Actividades em Janeiro 2011


 

8 de Janeiro
           – 15:00 - “As nossas ervas milagrosas” 
                                 conversa com Raquel Silva


15 e 16 de Janeiro
– Seminário de Iniciação ao I Grau de Reiki


22 de Janeiro
– 15:00 – Meditações e Técnicas


29 de Janeiro
- Reunião “obrigatória” dos Terapeutas a trabalharem no Caminho da Montanha


Nota: 

Relembramos a visita de Remi Boyer em Fevereiro, 26 e 27.
As inscrições estão abertas!



Actividade permanente:

            Hatha Yoga – 2ª e 4ª às 19:00





A TODOS UM BOM ANO 

COM



SABEDORIA

[

BELEZA          FORÇA

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Minha oração no final do ano

Recebemos esta oração inserida num email e que achamos que poderia integrar este blog, pelo espírito que contém:



Senhor Deus, dono do tempo e da eternidade,
Teu é o hoje, o amanhã e o futuro.
Ao acabar mais um ano, quero dizer-Te
obrigado
por tudo aquilo que recebi de Ti.

Obrigado pela vida e pelo amor,
pelas flores, pelo ar e pelo sol,
pela alegria e pela dor,
pelo que foi possível e pelo que não foi.

Ofereço-te tudo o que fiz neste ano,
o trabalho que pude realizar,
as coisas que passaram pelas minhas mãos
e o que com elas pude construir.

Apresento-te as pessoas que, ao longo destes meses,
amei,
as amizades novas e os antigos amores.

Os que estão perto de mim e aqueles que pude ajudar,
aqueles com quem compartilhei a vida, o trabalho,
a dor e a alegria também,

Mas também Senhor,
Hoje, quero pedir-Te perdão.

Perdão
pelo tempo perdido,
pelo dinheiro mal gasto,
pela palavra inútil
e o amor desperdiçado.
Perdão
pelas obras vazias
e pelo trabalho mal feito,
perdão
por viver sem entusiasmo.

Também pela oração
que aos poucos fui adiando
e que agora venho apresentar-Te.

Por todos os meus ouvidos,
descuidos e silêncios,
novamente Te peço perdão.

Nos próximos dias começaremos um novo ano.
Páro a minha vida diante do novo calendário
que ainda não se iniciou
e apresento-Te estes dias,
que somente Tu sabes
se chegarei a vivê-los.

Hoje,
Peço-Te para mim, meus parentes e amigos,
a paz e alegria,
a fortaleza e a prudência,
a lucidez e a sabedoria.

Quero viver cada dia
com optimismo e bondade,
levando a toda parte
um coração cheio de compreensão e paz.

Fecha os meus ouvidos a toda falsidade
e os meus lábios a palavras mentirosas,
egoistas ou que magoem.

Abre, sim, o meu ser a tudo o que é bom.

Que o meu espírito seja repleto somente de bençãos
para que as derrame por onde passar.

Senhor,
aos meus amigos que lêem esta mensagem,
enche-os de Sabedoria, Paz e Amor.
E que a nossa amizade dure para sempre em nossos corações.

Enche-me, também, de bondade e alegria
para que todas as pessoas que eu encontrar no meu caminho
possam descobrir em mim um pouquinho de Ti.

Dá-nos um ano feliz,
e ensina-nos a repartir felicidade.
Amém

(Autor Desconhecido)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Acaso




"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

(Antoine de Saint-Exupéry)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Boas Festas

Para todas as pessoas desejamos

Um Excelente Natal

e que o dia 1 de Janeiro de 2011...

...seja o começo de muitos dias maravilhosos e que correspondam minimamente às nossas expectativas.

Cumprimentos do Grupo de Amarante

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

(Imagem: Salvador Dali)


Aproxima-se um dia em que todos se lembram
que há o outro
Que tantas vezes vivemos fechados em nós mesmos
Que nos levantamos no início do nosso dia e nem por um segundo nos perguntamos PORQUÊ?
perdidos nas teias dos nossos desejos vãos.
Porque estou aqui?
Quem sou? O que faço? Porque nasci?
Que passo horas acordado remoendo ideias velhas
Dando passos velhos
Escutando notícias de longes, à minha porta...

Desejo, não um Bom Natal, mas que todos os dias acordem
Com o desejo de fazer Natal,
De nascerem
De rirem, darem e serem inocentes
Enquanto aguardam o Pai Natal da Vida
E enfeitam as árvores do quotidiano com grinaldas e arco-íris.
Desejo que sorriam
Reencontrando em si mesmos o Espírito do Natal
Que ronda os corações a todos os momentos.
Desejo que façam paz
Nos vossos corações
Alimentem quem à vossa volta tem fome e sede
Elevem uma oração a quem vos faz a guerra
Uma saudação a quem vos volta as costas
Um exemplo de justiça a quem sofre
Sejam um ser de paz a quem vos levanta a espada
Desejo que façam de cada dia uma festa
de comunhão com a Mãe Natureza
Que louvem cada dia
E agradeçam cada instante
Mesmo que as lágrimas corram,
Pois cada instante é uma benção,
E o sofrimento a joia da Vida.
Desejo que se encontrem
E sejam!
E que cantem ao Menino-Vida
O embalem e amem.
Desejo que acreditem
Em Anjos e Fadas
Fantasias e Maravilhas
Num cântico contínuo ao Milagre e à Beleza!

Desejo que seja Natal!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Declaro-me vivo!



Saboreio cada momento.

Antigamente preocupava-me quando os outros falavam mal de mim.
Então, fazia o que os outros queriam e a minha consciência censurava-me.
Entretanto, apesar do meu esforço para ser bem educado,
havia alguém que me difamava sempre.
Como agradeço a essas pessoas que me ensinaram que
 a vida é apenas um cenário!
Desse momento em diante, atrevo-me a ser como sou.
A árvore anciã ensinou-me que somos todos iguais.
Sou guerreiro:
a minha espada é o amor,
o meu escudo é o humor,
o meu espaço é a coerência,
o meu texto é a liberdade.
Perdoem-me, se a minha felicidade é insuportável,
mas não escolhi o bom senso comum.
Prefiro a imaginação dos indios,
que tem embutida a inocência.
É possível que tenhamos que ser apenas humanos.
Sem Amor nada tem sentido,
sem Amor estamos perdidos,
sem Amor corremos de novo o risco de estarmos  caminhando de costas para a luz.
Por esta razão é muito importante que
apenas o Amor inspire as nossas ações.
Anseio que descubras a mensagem por detrás das palavras;
não sou um sábio,
sou apenas um ser apaixonado pela vida.
A melhor forma de despertar é deixando de questionar
 se nossas ações incomodam aqueles que dormem ao nosso lado.
A chegada não importa,
o caminho e a meta são a mesma coisa.
Não precisamos correr para algum lugar,
apenas dar cada passo com plena consciência.
Quando somos maiores que aquilo que fazemos,
nada nos pode desequilibrar.
Porém,
quando permitimos que as coisas sejam maiores do que nós,
o nosso desequilíbrio está garantido.
É possível que sejemos apenas água fluindo;  
o caminho terá que ser feito por nós.  
Porém,
não permitas que  o leito escravize o rio,
ou então, em vez de um caminho
terás um cárcere.
Amo a minha loucura
que me vacina contra a estupidez.  
Amo o amor
que me imuniza contra a infelicidade  que prolifera,
infectando almas e atrofiando corações.
As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade,  
que a sensação de felicidade  lhes parece estranha.
As pessoas estão tão reprimidas,
que a ternura espontânea as incomoda,
e o amor lhes inspira desconfiança.
A vida é um cântico à beleza,
uma chamada à transparência.

Peço-lhes perdão, mas….  
DECLARO-ME VIVO! 

Índio Chamalú.


 


domingo, 19 de dezembro de 2010

É Natal, é Natal, é noite de Luz!



Através deste centro de comunicação, com sinceridade, desejo a todos os Montanhistas, Caminheiros, familiares e acompanhantes um FELIZ NATAL e um BOM ANO DE 2011.

Um Natal em comunhão com a família, um Natal de sossego e verdade.

Para 2011 desejo e espero que o MENINO DEUS conceda a todos muitas graças:
A quem tem emprego, que o possa manter. A quem não tem, que o possa encontrar;
A quem vive com o essencial, que possa manter esse nível de vida;
Quem tem dificuldades materiais possa encontrar uma instituição, ou pessoas generosas que ajudem a minorar as suas necessidades e dificuldades (quem precisa, não deve ter vergonha em aceitar ajuda. Mas quem pode, deve ser solidário).
Quem tem saúde, que continue a mantê-la; quem a não tem, que consiga recuperá-la.

E, como Francisco de Assis, possamos ter como lema o seu hino:


Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver discórdia que eu leve a união
Onde houver dúvidas que eu leve a fé
Onde houver erros que eu leve a verdade
Onde houver ofensa que eu leve o perdão
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver tristeza que eu leve a alegria
Onde houver trevas que eu leve a luz

Ó Mestre fazei com que eu procure mais consolar
Do que ser consolado
Compreender do que ser compreendido
Amar do que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a vida eterna.



          Ernesto Henriques     

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010



O Caminho da Montanha estará encerrado de 24 de Dezembro, para descanso dos(as) "guerreiros(as),  reabrindo a 7 de Janeiro.

É um descanso bem merecido, pois quem aqui tem vindo dar Amor precisa também do seu espaço e convívio com aqueles que lhes estão mais próximos.

Esta dádiva para alguns e algumas é, tantas vezes, sinónimo de escolhas entre gastar o dia de folga consigo ou vir doar essse tempo, com sacrifício de horas de viagem muitas vezes em pé, frequentemente depois de um dia de trabalho pesado, forçoso e desgastante a todos os níveis, com dor física ou psicológica, enfim em variadas situações em que "a tentação" de ficar consigo é vencida.

Todos estes guerreiros do quotidiano tentam fazer de cada dia um Natal, não de convicção religiosa, mas de Espírito de Natal. 

Tentam deixar nascer o Menino Deus de Amor dentro de si mesmos, através da alquimia das dores, da metamorfose das lágrimas, da sublimação do egoísmo.

Pela dor que sentem, colocam a mão no outro com carinho e calor humano, numa alquimia perfeita de Unicidade.

Pelas lágrimas, que tantas vezes quase não conseguem impedir que corram, transformam-nas num olhar atento à dor do outro, num sorriso de alento, como de quem se esqueceu de si, dando a mão e o coração.

Pela aprendizagem na dádiva, nesse egoísmo tão nosso, que nos faz avançar no Caminho e nos abre pouco a pouco a Porta de Mistérios insondáveis do Ser, que só podem ser vividos quando nos voltamos para o nosso Íntimo mais íntimo, onde pode ser Natal um dia.

A todos os guerreiros e guerreiras do Caminho da Montanha desejamos que o Amor nasça Realmente dentro de cada um, que a Paz esteja convosco e que a Estrela do Natal vos guarde, guie e ilumine. 
Bem-hajam!

A todos aqueles que nos procuram, vencidos os medos, os dizeres, a superstição,  na busca de alívio, de resposta, de preencher um vazio que não sabem de onde vem  - esse vazio que desassossega - desejamos umas Boas Festas nos vossos corações. Que estes possam conhecer o Natal!

A todos que nos visitam e depois ficam, um bem-hajam pelo sorriso, pela presença, pela dádiva!

A todos os seres (como dizemos nas aulas de yoga) sem excepção que a Paz, o Amor e a Sabedoria vos habitem!


Feliz Natal!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Artigos da Montanha


Julgo que “O Caminho da Montanha” ajuda a pensar, a meditar e, seguramente, a tirar conclusões que nos ajudam a viver melhor, com mais paz e mais amor.
Tem um grande dinamismo, que indubitavelmente se deve à alma e carisma da fundadora (Alice).

Mas este blogue pertence a todos: a quem o pensou, a quem o criou, a quem o consulta, a quem não consulta, a quem sabe que existe, a quem não sabe que existe, a quem colabora de maneira activa nele e a quem não colabora de maneira activa (ou porque não quer, ou porque pensa que não sabe).
Pura ilusão. A falta de auto-estima de que nos fala a Mary Rosas; o dormir ou acordar de que nos fala a Elisabete; o vento que sopra de que nos fala o Alain; os artigos tremendos que mexem connosco, da Alice.

Ler os artigos e colocar uma cruzinha no muito bom, bom ou não gostei, é muito fácil. Mas já é alguma coisa de positivo.

Comentar já é melhor, já se transmitem sentimentos, há novas ideias e complementos ao texto. A maior parte desses comentários, para não dizer a totalidade, são mesmo bons.
Mas acho que deveríamos ir muito mais além. Cada um deveria fazer um esforço para elaborar pelo menos 1 ou 2 artigos por ano.
Escolher um tema, divagar sobre ele, dizer o que pensa, enriquecendo-se a si próprio e aos outros.

Já estou a ouvir a conversa do costume: não tenho tempo, não tenho jeito, não sei sobre que escrever, dou erros, etc., etc., etc.
Como já passei por essa fase, vou tentar dar uma ajuda, dentro da minha pobreza e limitações.
Quem acha que dá erros, envia o texto para a “Chefe” e ela encarrega-se de dar um jeito. O importante é o que se diz.
Não sendo analfabeto, não há que ter vergonha, nem estar preocupado com as críticas. Devemos ser suficientemente fortes paras aceitar. E se não concordarmos com elas, respondemos, refilamos. Esta troca de ideias só nos enriquecerá.
Vamos vencer o medo.

E, sobretudo, o(a) autor(a) nunca, repito, nunca deve levar a mal as críticas que possam surgir, que serão construtivas e que só vão ajudar a melhorar. Crescemos…

Mas para não ser apelidado de destruidor, vou tentar dar uma ajuda.

Escrever sobre batatas. Estão-se a rir? Pois então analisem o seguinte: imaginem um professor a ensinar a alunos com a barriga vazia e com fome. Acham que aprendem alguma coisa? Mas dêem-lhes de comer um pratito com batatas. Depois ensinem e certamente entra tudo na cabeça.

O sexo dos anjos. Não vale a pena arregalar os olhos. Isto tem a ver com a tomada de Constantinopla, na actual Turquia, pelos turcos otomanos. Com a cidade cercada pelo inimigo, os debates teológicos eram sobre problemas sem importância, em vez de se discutir o fundamental.
Viver à grande e à francesa (tem a ver com os franceses quando tomaram Lisboa, aquando das invasões de Napoleão).
Ditados populares, tais como: ao menino e ao borracho deita Deus a mão por baixo.
A pesca, a caça.
O sol, a lua, a tempestade, o tsunami, um tornado.
As crianças, os velhos, a juventude, etc.
Tudo pode servir como tema para um artigo, se possível pequeno.
Sobre ele escreverá o(a) autor(a) e seguramente nos vai obrigar a pensar sobre as suas ideias.

E quem tiver gosto pela poesia, que escreva um poema.

De certeza que todos ficaremos mais ricos.

Vamos a isto?

Quem aceita o desafio?

Vamos começar a subir a montanha com garra e determinação?


Ernesto Henriques

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ela!





Encontro-me aqui quieta, com desejo que estas letras sejam as melhores mensageiras do meu coração, enquanto o planeta está em movimento. As pessoas atarefadas como sempre, o sol a teimar em nascer para mais um dia, a sair detrás das nuvens e a aquecer-me o corpo. Tudo à minha volta respira vida, basta levantar o olhar desta folha e a vida exterior ser-me-á possível observar. Contudo, não o quero. A minha visão está dirigida para o interior, para a Vida que sinto dentro de mim, para a Vida sentida e não observável. O coração vive acelerado, o sangue corre movido pela adrenalina, e a minha alma transborda de sensações, de sentimentos, de vida…

Que Vida reside em mim!! Uma vida tão recente e já tão longa, tão extraordinária e tão insuportável, com sombras mas deveras luminosa…
Mas afinal que Vida é esta? Quem A criou? O que A suporta?
  
É uma bússola que sobressai como o forte sol no extenso céu, como a estrela polar no mar de luzes. Ela é a nossa bússola.
É algo que nos protege. Tem-nos um amor enorme que nunca desaparece por mais crianças mimadas que sejamos.
Ela é dama da certeza, dama do certo e indispensável.
  
Mas o mundo tem tanta dor, tanto tormento… é tamanha a sua existência que até queima senti-la. Eles são tantos a sofrer. São tão pequenos, tão abandonados. Queria retirá-los de lá, queria protegê-los. Queria dar-lhes o meu amor, dar-lhes a minha paz. Imploro-vos que me ajudais a compreender o porquê do sofrimento do mundo para saber amá-lo. Até onde posso ir? Como faze-los sentir-Te como eu Te sinto? Por favor, amai-os, enquanto mais ninguém é capaz de o fazer. Bem-hajas pela Tua perfeição. Bem-hajas pelo Teu toque de mestria nas nossas vidas.

Ana Luís

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Natal do Desassossego e da Mentira






Dei por mim a pensar no Natal, no seu simbolismo e na sua degradação.
Sendo uma festa de origem pagã, em que era comemorado o solstício de Inverno, foi depois apropriada pela Igreja Católica, associando-a ao nascimento de Jesus.
Na origem pagã, o objectivo era apaziguar o sol, na esperança de boas colheitas.
Na origem cristã o objectivo era a apresentação da esperança no Salvador, que nascendo pobre, quis dar o exemplo para benefício de todos.

Nesta festa de natal a comida e a bebida existiam em abundância em quase todos os lares. É talvez associado a esta fartura que os não crentes também festejavam o natal com grande entusiasmo.
Mas não foi a origem desta festa que provocou em mim desassossego e revolta. Foi o estado lastimoso e deturpado a que chegou esta festividade.

O natal não pode ser confinado a um dia, ou a um curto período de tempo.
O espírito original do natal tem de ser vivido diariamente.
Por isso senti muito desassossego, porque o natal actual transformou-se no anti-natal, numa mentira.

Este desassossego tem a ver com tanta gente sem esperança, e sem amor.
Com tanta gente a morrer literalmente de fome.
Um desassossego pelo massacre dos inocentes, no ventre materno.
Um desassossego pelas injustiças, pelas calúnias, pela destruição física e moral do ser humano.
Um desassossego pela destruição maciça e indiscriminada do planeta terra, dos animais e plantas.
Um desassossego pelo consumismo desenfreado e injustificado.
Um desassossego pelo nosso sossego.

E assim o natal passou a ser uma mentira.
Mentimos, porque num dia ou num curto período de tempo queremos esquecer um ano. Fazemos guerra, mas determinamos um período de tréguas, para recomeçar novamente e com mais intensidade. E neste período só falamos em paz, mas sempre a pensar na guerra.
Mentimos quando transformamos esta época num momento de comes e bebes e de prendas.
Mentimos quando maltratamos os nossos familiares, amigos ou colegas e, divertidamente, desejamos-lhes um bom natal.
Mentimos tanto, que já nem sabemos distinguir a verdade da mentira.

Isto é natal?
Nisto não acredito e rejeito liminarmente este natal.

Mas recordei-me da criança que entrou em casa, dirigiu-se à mãe e ofereceu-lhe uma prenda. Uma singela e pequena flor apanhada no muro. A mãe ficou emocionada com a lembrança e beijou -a com muito amor e carinho. E colocou a florzinha num copo com água, para que permanecesse viçosa.
À noite, antes de adormecer, lembrou-se da rica prenda que recebera da inocente criança. Sorriu de felicidade e duas sentidas lágrimas correram-lhe pela face. E disse para consigo: que feliz dia de Natal tive hoje…
Neste Natal de sossego e verdade, eu acredito!


Ernesto Henriques