O Desapego é algo
muito difícil de praticar e aplicar. Significa termos um sentido apurado para
nos “libertarmos” de um certo tipo coisas ou pessoas ou até animais, ás quais
estamos presos, por vezes, uma vida inteira.
Desde o momento em que nascemos estamos inseridos num tipo de
sociedade, num país, numa família. Enquanto seres humanos, muitas vezes não
vivemos uma vida plena, porque temos demasiadas “prisões”, os nossos
preconceitos, os nossos princípios, os da sociedade, etc.
Na fase adulta é por vezes muito
complicado “desligarmo-nos” das pessoas de quem gostamos, e encará-las e uma
forma mais livre. Porque se gostamos
demasiado de alguém, acabamos por sufocá-la e ela acha-nos “chatas”. Também temos de ter a capacidade de
perceber que estamos a sufocar o outro. Muitas vezes não temos noção disso e
continuamos. ..
Mas a nossa vida é tão complicada e
stressante, que acabamos por nos agarrar a qualquer coisa, ou a pessoas, e
ainda nos perdemos mais. Isto porque a nossa solidão é demasiado grande. Se nos
dão carinho, ou algum tipo de atenção, agarramo-nos a isso, quase como uma tábua
de salvação. Depois descobre-se que afinal esses sentimentos não são
verdadeiros. Ficamos desiludidos
com essas pessoas ou situações, e também
connosco próprios.
Não são situações fáceis de resolver.
Resultam de muitos conflitos internos e externos que nos deixam confusos,
baralhados, sem saber qual rumo tomar. Primeiro temos que nos libertar das
nossas próprias prisões, para depois deixar fluir todo o resto e permitir que
gostemos das pessoas de uma forma diferente, sem deixar de as amar. É algo muito difícil de por em prática.
Este fim de semana estive com uma
pessoa amiga que era o exemplo do apego, relativamente a uma familiar muito próxima.
Ela já partiu, mas continua o forte elo que sempre existiu e com muitas marcas
negativas naquela pessoa, resultante daquela relação. Pude perceber que também
tenho bastante mudar na minha vida.
O desapego é algo muito difícil de
fazer, mas essencial á nossa sobrevivência enquanto seres humanos. Só assim
seremos verdadeiramente livres.
Porque cada um de nós continua a ser “a pessoa mais importante”.
Mary Rosas
2010.01.25
3 comentários:
Os "apegos" nascem dos medos: da perda e da solidão. Quando aceitarmos que a perda, e os momentos de solidão, fazem parte da vida de todos os seres, estaremos preparados para praticar
o "DESAPEGO", amando plenamente, sem "POSSUIR".
Abracinho Amigo
Há muito, muito tempo que não vina ao Blog...obrigada, estava a precisar de ler o que acabei de ler...preciso aprender o desapego...não está fácil
Um abraço.
Anabela (Amarante)
Este mensagem chegou até mim na altura certa. Estou a viver neste preciso momento uma situação de grande apego e que, para meu próprio espanto, me tem causado algum sofrimento.Sem dúvida que tenho muito trabalho pela frente mas esse é o caminho. obrigada pela partilha. Abraço apertado.
Maria João
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