E a formiga
sempre determinada, incansável no seu trabalho, de um lado para o outro, ia
colhendo e acumulando alimento para sobreviver no inverno… enquanto a cigarra, essa
miserável, por ter levado uma vida de
descanso e cantorias, apertava o “cinto” por ser preguiçosa desmiolada… E era o que bem merecia, dizia-se!
Assim é de todos
conhecido o resultado! Por gerações e gerações de formigas e cigarras, tudo
continuou como dantes… transformando-se num ensino com tal peso, que ainda hoje
persiste e perdurará…
E embora não conste que tenha havido
extinção das cigarras, estava assim encontrado o modelo de lição de moral a
tirar, para o trabalho e para a preguiça, como referido num antigo provérbio de
Salomão: “A preguiça causa profundo sono e o
indolente passa fome”.
Ora acontece que
ali ao lado, bem perto, noutra sociedade de formigas e cigarras, todas
trabalhavam numa harmoniosa convivência.
Ao canto da
cigarra, a formiga sentia alegria no trabalho … e com esse entusiasmo, o seu
trabalho até se manifestava mais produtivo; E na caminhada em passo ritmado, no
seu lufa lufa, a formiga mal depositava os alimentos, lá no fundo da cova na
despensa colectiva e bem protegida, rapidamente voltava ao cimo e deliciava-se
com as melodias que ouvia da cigarra!
E as formigas
continuaram por gerações e gerações a sentirem-se felizes por partilharem da
bela companhia…da cigarra, que assim sempre tem prestado com o seu canto, um
valioso contributo para o bem estar e felicidade das formigas…
E assim viviam
muito felizes, partilhando o que de melhor podiam dar e receber, cada uma
segundo os seus dotes e capacidades… continuando por gerações e gerações a
conviver em perfeita harmonia… E nada consta que pensem em mudar, nem tão pouco
que a cigarra corra risco de extinção ou deixe de prover o seu alimento devido
e no tempo apropriado.
Entretanto na
sociedade dos humanos, as “formigas trabalhadoras” também continuam a ter muito
apreço pelo canto e pelos dotes doutras “cigarras” na arte da música… e do
canto, continuando a ter muita simpatia e apreço por elas, reconhecendo que
também prestam um valioso serviço às “formigas “ por dar tanta alegria no viver…
Estas em reconhecimento
do seu valor, dão e retribuem como proventos do seu trabalho, para continuarem
a ver e admirar os seus distintos dons artísticos, reunindo-se para as ouvir em
toda a época do ano, em consertos, saraus, bandas, festivais, ou mesmo para
serem ouvidas em gravações em casa das formiguinhas e formigas trabalhadoras !!!
E assim vão
percebendo e aceitando o papel que cada um tem na sociedade humana, onde a
tantas “cigarras” lhes dá atributos de honra a muitas delas! E isto continua por
gerações…
Mas… mas ainda
dentro da sociedade humana têm prosperado uma outra espécie, uma prole de €igarras
degeneradas que também se apresentam como trabalhadoras, e que com um outro canto
melodioso muito ao seu jeito, estão a destruir a harmonia que se queria na
sociedade humana.
Promovem-se como
“cigarras” organizadoras do trabalho, ajudadoras e insubstituíveis na vida de
cada um… causando afinal um mal irreparável de pobreza, infelicidade e tristeza
à geração presente.
Seu canto soa a
agiotagem e exploração das “formigas trabalhadoras”, deixando-as cada vez mais pobres
e sem emprego, e tantas já sem de comer para além do inverno…
Avaras(os) numa ambição
desmedida e miserável, vivendo pelo prazer ao dinheiro, seu deus, procuram tão
só a riqueza, revelando-se duma crueldade desumana que traz tamanho sofrimento
e angústia a tantos povos “formigas e formiguinhas” por todo esse mundo fora!
Mal destes tempos! Que não se livra desta praga de bandos de “cigarras” com
sede insaciável do dinheiro e do lucro, enquanto houver tanto “egoísmo e ganância”
no Homem, a proliferar em crescendo por aí…
Por RamalhoDeQueirós
(Enviado por Armando Guedes)
1 comentário:
É assustador esta praga de "cigarras" que aos poucos se veio instalando no mundo inteiro.Tb é certo que houve sempre quem trabalhasse e amealhasse e outros que desdenhassem,certo?Pois!Chegou a hora da MUDANÇA!Temos que mudar profundamente a nossa forma de pensar e de estar na vida.A cada um cabe reflectir...
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