segunda-feira, 18 de junho de 2012

Um autor, algumas questões



Muitas perguntas têm sido postas sobre a veracidade e origem de textos chave e em que nos apoiamos. Abaixo excertos da obra de um autor, Stanislas de Guaita que poderá eventualmente responder a algumas questões:

“E eu, que sou relativamente versado em Química, não me admiro ao ver até que ponto os alquimistas eram sábios verdadeiros; com certeza, a pedra filosofal não é um embuste. A ciência mais contemporânea e mais esclarecida tende a confirmar hoje as geniais hipóteses dos magos de 6 mil anos atrás. Não é maravilhoso? Profetizaram que tudo vem da luz. Ora, o que diz a ciência? Luz, calor, movimento (vibração), magnetismo, eletricidade, pensamento... tudo isso é idêntico! E os magos também profetizaram a unidade da matéria, o que a ciência acaba de confirmar. “

Este homem, cuja mãe era católica romana professa, poderá responder a algumas questões que tantas vezes ouvimos levantar no Caminho:

Ela não entendia a independência religiosa do filho e temia pela sua condenação eterna. "Confesso a divindade do Cristo-Espírito", escrevia-lhe o filho, "e professo o cristianismo universal ou Catolicismo... (1890)... Creio em Deus e na Providência e não há um dia em que eu não eleve várias vezes minha alma em direção da Absoluta Bondade ou meu espírito em direção da Verdade Absoluta. O que desejas mais?"


Continuando nesta linha, uma das palavras que aplicamos e que tem provocado algumas incompreensões é o termo “esotérico” e “esoterismo”. Passamos a dar a definição do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa:

Esoterismo: Doutrina ou conjunto de princípios secretos que certos filósofos da Antiguidade apenas comunicavam aos seus discípulos mais instruídos, aos iniciados; Característica do que é impenetrável, enigmático; sinónimos: Hermetismo, Ocultismo”.

Definindo ainda estes termos:
"O Hermetismo é uma síntese radical", diz Guaita a Wirth, "absoluta, precisa como as Matemáticas e profunda como as próprias leis da existência. É uma doutrina nítida, concluída; em uma palavra, é uma Ciência que circunscreve outras, apta a conciliá-las, englobando-as no seu seio. - E o Misticismo, o que é? É uma doutrina? É um sistema? É somente uma hipótese? - Não. É uma tendência do Pensamento, e nada mais; é um estado de alma ou de espírito que facilita ou que entrava - e aqui não é o caso - o estudo dos grandes problemas metafísicos...

"Cada um tem as suas preferências de temperamento, a sua ideia de religião, de estética, de concepção cerebral - e se sois de natureza a portar as belas fantasias dos místicos aos êxtases passivos da contemplação, aos ferventes voos da oração, cometeríeis o maior erro em forçar as vossas tendências, doravante desviadas para um objectivo que não se encontra mais no balanço do vosso futuro intelectual. Sonhai, pois, e orai; vossa colheita será bela; não tereis por que vos lastimar.

Dada a Beleza, não resistimos a deixar um trecho do Livro “No Umbral do Mistério” de Stanislas de Guaita.

“Cansado de buscar, em vão, a substância sob o véu das formas que ela assume, e de chocar-se incessantemente contra a muralha das aparências formais, consciente de um enorme além, o menos místico dos pensadores quis, certo dia, sondar os arcanos do mundo extra-sensível. Assim, subiu a montanha até ao templo do mistério, chegando ao seu limiar. Ora, as gerações anteriores a ele assediaram o santuário sem jamais descobrir nele uma única porta. Renunciando a esse sol interior que faz florir, nos vitrais, rosáceas de luz, não conservaram nada além do ofuscamento de sua miragem eterna. Os solicitadores degraus do templo terminam no granito inóspito das muralhas. No frontão, acham-se gravadas duas palavras que provocam o calafrio das coisas desconhecidas: "SCIRE NEFAS".
Um subterrâneo cuja chave está perdida abre-se em algum ponto do vale. Costuma-se dizer que, no decorrer dos séculos, alguns raros audaciosos souberam forçar o segredo do subterrâneo, onde se cortam inúmeras galerias entrelaçadas: lá jaz o inexorável ministro de uma lei incontestável. O antigo guardião dos mistérios, a Esfinge simbólica, ergue-se sobre o umbral e propõe o enigma oculto: "Treme, Filho da Terra, se tuas mãos não são brancas diante do Senhor! Iod-Heve aconselha apenas aos seus. Ele próprio conduz o adepto pela mão até ao tabernáculo da sua glória. O temerário profano, porém, afasta-se infalivelmente e encontra a morte nas trevas do bárathro. Que aguardas? Recuar é impossível. Deves escolher teu caminho pelo labirinto. Cabe-te decifrar ou morrer..."

2 comentários:

Ernesto disse...

Acho que é preciso muita desfaçatez e ainda maior loucura para colocar um “não gostei” no artigo da mestre Reiki, Alice, “Um autor, algumas questões”.
Tenho consciência dos seus profundos conhecimentos, das suas convicções, da sua coerência e intensa espiritualidade.
Mas, sendo considerado arrogância ou não, penso que não tenho que aceitar, sem questionar, tudo o que transmite, nem tenho que pautar a minha vida espiritual pela sua visão e orientação.
A Alice será sempre instrumento de abertura de pistas e nisso tem sido de uma verticalidade intocável.
Até porque o caminho de cada um é único e que há que o percorrer diária e conscientemente, na busca da LUZ, no cimo da Montanha.
Por isso, achei um pouco estranho que tivesse necessidade de se socorrer a outros autores para justificar ou justificar-se. Indo por aí, encontramos “criadores” para todos os gostos e fundamentos.
Depois, temo muito os aventais, os secretismos e as minorias iluminadas e ditatoriais.

alice marques disse...

Agradeço Ernesto, o seu comentário. Admiro a frontalidade e sinceridade que demonstra.

Os artigos publicados são, sem excepção, para comentar e se "não gostou" porque não dizê-lo? Não há consequências! Além disso, este é um blog aberto, em que as opiniões diferentes são aceites. Agradecemos que, caso "não goste" justifique, pois é sempre bom ter conhecimento das razões. E se "gostou" era bom comentar também, pois será uma forma de conhecermos melhor as questões e de chegarmos melhor às dúvidas. Poderá igualmente constituir um incentivo para continuarmos.

A Alice é um blogger como os outros. Não é infalível! Ninguém é obrigado a aceitar nada: como já foi dito repetidamente em artigos anteriores, a cada um o seu próprio caminho, que respeitamos na íntegra. Não nos nos compete "convencer". Deixamos isso para outros. APENAS TENTAMOS ABRIR PERSPECTIVAS! PÔR QUESTÕES para serem "questionadas".
Este comentário diz-nos que estamos a atingir o objectivo. Bem-haja!

Este artigo destina-se a apresentar um Autor.
Só mais uma dica: "o herói não é aquele que não tem medo, mas antes aquele que vence os seus medos".