Muitas
perguntas têm sido postas sobre a veracidade e origem de textos chave e em que
nos apoiamos. Abaixo excertos da obra de um autor, Stanislas de Guaita que
poderá eventualmente responder a algumas questões:
“E eu, que
sou relativamente versado em Química, não me admiro ao ver até que ponto os
alquimistas eram sábios verdadeiros; com certeza, a pedra filosofal não é um
embuste. A ciência mais contemporânea e mais esclarecida tende a confirmar hoje
as geniais hipóteses dos magos de 6 mil anos atrás. Não é maravilhoso?
Profetizaram que tudo vem da luz. Ora, o que diz a ciência? Luz, calor,
movimento (vibração), magnetismo, eletricidade, pensamento... tudo isso é
idêntico! E os magos também profetizaram a unidade da matéria, o que a ciência
acaba de confirmar. “
Este homem, cuja
mãe era católica romana professa, poderá responder a algumas questões que
tantas vezes ouvimos levantar no Caminho:
“Ela
não entendia a independência religiosa do filho e temia pela sua condenação
eterna. "Confesso a divindade do Cristo-Espírito", escrevia-lhe o
filho, "e professo o cristianismo universal ou Catolicismo... (1890)...
Creio em Deus e na Providência e não há um dia em que eu não eleve várias vezes
minha alma em direção da Absoluta Bondade ou meu espírito em direção da Verdade
Absoluta. O que desejas mais?"
Continuando
nesta linha, uma das palavras que aplicamos e que tem provocado algumas
incompreensões é o termo “esotérico” e “esoterismo”. Passamos a dar a definição
do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa:
Esoterismo:
Doutrina ou conjunto de princípios secretos que certos filósofos da Antiguidade
apenas comunicavam aos seus discípulos mais instruídos, aos iniciados;
Característica do que é impenetrável, enigmático; sinónimos: Hermetismo,
Ocultismo”.
Definindo
ainda estes termos:
"O
Hermetismo é uma síntese radical", diz Guaita a Wirth, "absoluta,
precisa como as Matemáticas e profunda como as próprias leis da existência. É
uma doutrina nítida, concluída; em uma palavra, é uma Ciência que circunscreve outras,
apta a conciliá-las, englobando-as no seu seio. - E o Misticismo, o que é? É
uma doutrina? É um sistema? É somente uma hipótese? - Não. É uma tendência do
Pensamento, e nada mais; é um estado de alma ou de espírito que facilita ou que
entrava - e aqui não é o caso - o estudo dos grandes problemas metafísicos...
"Cada
um tem as suas preferências de temperamento, a sua ideia de religião, de estética,
de concepção cerebral - e se sois de natureza a portar as belas fantasias dos
místicos aos êxtases passivos da contemplação, aos ferventes voos da oração,
cometeríeis o maior erro em forçar as vossas tendências, doravante desviadas
para um objectivo que não se encontra mais no balanço do vosso futuro
intelectual. Sonhai, pois, e orai; vossa colheita será bela; não tereis por que
vos lastimar.
Dada a Beleza, não resistimos a
deixar um trecho do Livro “No Umbral do Mistério” de Stanislas de Guaita.
“Cansado de buscar, em vão, a
substância sob o véu das formas que ela assume, e de chocar-se incessantemente
contra a muralha das aparências formais, consciente de um enorme além, o menos
místico dos pensadores quis, certo dia, sondar os arcanos do mundo
extra-sensível. Assim, subiu a montanha até ao templo do mistério, chegando ao
seu limiar. Ora, as gerações anteriores a ele assediaram o santuário sem jamais
descobrir nele uma única porta. Renunciando a esse sol interior que faz florir,
nos vitrais, rosáceas de luz, não conservaram nada além do ofuscamento de sua
miragem eterna. Os solicitadores degraus do templo terminam no granito inóspito
das muralhas. No frontão, acham-se gravadas duas palavras que provocam o
calafrio das coisas desconhecidas: "SCIRE NEFAS".
Um subterrâneo cuja chave está
perdida abre-se em algum ponto do vale. Costuma-se dizer que, no decorrer dos
séculos, alguns raros audaciosos souberam forçar o segredo do subterrâneo, onde
se cortam inúmeras galerias entrelaçadas: lá jaz o inexorável ministro de uma
lei incontestável. O antigo guardião dos mistérios, a Esfinge simbólica,
ergue-se sobre o umbral e propõe o enigma oculto: "Treme, Filho da Terra,
se tuas mãos não são brancas diante do Senhor! Iod-Heve aconselha apenas aos
seus. Ele próprio conduz o adepto pela mão até ao tabernáculo da sua glória. O
temerário profano, porém, afasta-se infalivelmente e encontra a morte nas
trevas do bárathro. Que aguardas? Recuar é impossível. Deves escolher teu
caminho pelo labirinto. Cabe-te decifrar ou morrer..."
2 comentários:
Acho que é preciso muita desfaçatez e ainda maior loucura para colocar um “não gostei” no artigo da mestre Reiki, Alice, “Um autor, algumas questões”.
Tenho consciência dos seus profundos conhecimentos, das suas convicções, da sua coerência e intensa espiritualidade.
Mas, sendo considerado arrogância ou não, penso que não tenho que aceitar, sem questionar, tudo o que transmite, nem tenho que pautar a minha vida espiritual pela sua visão e orientação.
A Alice será sempre instrumento de abertura de pistas e nisso tem sido de uma verticalidade intocável.
Até porque o caminho de cada um é único e que há que o percorrer diária e conscientemente, na busca da LUZ, no cimo da Montanha.
Por isso, achei um pouco estranho que tivesse necessidade de se socorrer a outros autores para justificar ou justificar-se. Indo por aí, encontramos “criadores” para todos os gostos e fundamentos.
Depois, temo muito os aventais, os secretismos e as minorias iluminadas e ditatoriais.
Agradeço Ernesto, o seu comentário. Admiro a frontalidade e sinceridade que demonstra.
Os artigos publicados são, sem excepção, para comentar e se "não gostou" porque não dizê-lo? Não há consequências! Além disso, este é um blog aberto, em que as opiniões diferentes são aceites. Agradecemos que, caso "não goste" justifique, pois é sempre bom ter conhecimento das razões. E se "gostou" era bom comentar também, pois será uma forma de conhecermos melhor as questões e de chegarmos melhor às dúvidas. Poderá igualmente constituir um incentivo para continuarmos.
A Alice é um blogger como os outros. Não é infalível! Ninguém é obrigado a aceitar nada: como já foi dito repetidamente em artigos anteriores, a cada um o seu próprio caminho, que respeitamos na íntegra. Não nos nos compete "convencer". Deixamos isso para outros. APENAS TENTAMOS ABRIR PERSPECTIVAS! PÔR QUESTÕES para serem "questionadas".
Este comentário diz-nos que estamos a atingir o objectivo. Bem-haja!
Este artigo destina-se a apresentar um Autor.
Só mais uma dica: "o herói não é aquele que não tem medo, mas antes aquele que vence os seus medos".
Enviar um comentário